Me deixa ouvir teu coração

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Natália
Eu só queria sumir, queria excluir tudo, queria me esconder pra sempre.
Me tranquei no meu quarto e finalmente pude deixar minhas lágrimas caírem, chorava igual um neném que tinha acabado de perder a mãe.
Eu estava prestes a enlouquecer, eu queria acabar com tudo à minha volta.. e assim eu fiz.
Eu jogava os quadros no chão, eu jogava tudo que eu via pela frente na parede, eu bagunçava toda a cama e chorava mais.
Tava doendo, eu queria aliviar aquela dor e aquela sensação.
Só de lembrar daqueles olhos verdes me olhando, me dá mais angústia e vontade de fingir que tudo isso foi só um pesadelo ruim... Seria uns dos piores que eu já tive.

Mas logo fui interrompida por uma simples e fraca batida na porta, eu não queria abrir, não estava com nenhuma vontade de ver alguém agora.

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Natália: Eu quero ficar sozinha, pedro -achei que era o meu irmão, então respondo amargamente. Mas logo ouço uma voz familiar, a voz que eu mais temia ouvir agora, Ana Carolina.

Carol: abre aqui, nat

-fico um tempo em silêncio, um bom tempo em silêncio

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Carol
Finalmente cheguei na propriedade da família Cardoso, ouvi sons de coisas quebrando e percebo que era no quarto dela.
Claro, de quem mais seria? Será que ela está bem? Assim que bato na porta, escuto um: "Eu quero ficar sozinha, pedro".
Sinto um aperto no coração por causa daquela vozinha de choro dela, mas logo tomo coragem e falo: "abre aqui, nat", mas recebo um silêncio em resposta.

Logo vejo a porta se abrindo e finalmente pude ver seu rosto, aquele rostinho vermelho, os olhinhos inchados, sua expressão parecia cansada.
Minha Natália estava tão frágil ali, eu pude ver apenas olhando para ela.

Carol: oi

Natália: oi -sua voz sai rouca e baixa

Carol: eu.. eu queria falar com você - faço uma mini pausa na minha fala, olho pra dentro de seu quarto e vejo tudo jogado, na verdade... Tudo bagunçado.

Natália: se você veio falar daquilo, olha.. eu realmente estou bem. É uma coisa minha, você não precisa sentir pena ou sei lá - admito que me doeu ver ela na defensiva

Carol: não, não é isso

Natália: ah, não?

Carol: não - afirmo

Natália: então o que é?

- não consigo falar, apenas tocar em seu rosto e acariciar levemente sua bochecha com o polegar

Natália: eu.. - ela fala confusa, mas parecia gostar do carinho

Carol: shiu... Eu vou falar agora

- ela concorda com a cabeça

Carol: Natália, eu admito que quando você se declarou pra mim, eu fiquei confusa e não parei de pensar um segundo sequer nas suas palavras. Sabe, ninguém nunca se declarou pra mim com tanta intensidade como você, foi incrível!
Você é tão... Tão -puxo o ar- intensa e leve ao mesmo tempo.
Você me fez sentir mil emoções em um só momento, em alguns minutos você conseguiu acender uma chama em mim... Uma chama que eu achei que nunca mais ia se acender.
Em todas as pessoas, todos os homens que eu me relacionei... Nenhum deles me mostrou um amor tão leve e confortável como você, eu me senti como se fosse única e totalmente entregue a você.
Natália, eu pensei tanto... Mais tanto em você, eu pensei em tudo, em tudo que você falou e sabe o que eu percebi? É que a única pessoa no mundo que eu largaria o meu trabalho só para estar do lado, é você!
Apenas você, Natália!
Eu te amo com todas as minhas forças! porque nessa noite inteira que eu passei longe de você... Eu só consegui pensar no quão ruim é estar longe de você.
Se for pra mim viver um amor intenso e incondicional, eu quero que seja com você!
Eu quero que seja com essa mulher que está aqui na minha frente agora, essa mulher meio maluquinha, meio ranzinza, meio sincera demais, mas... Essa mulher com um coração incrível e cheio de amor pra dá.
E eu quero receber esse amor todo pra mim e eu quero devolver esse amor na mesma intensidade.

𝘚𝘦 𝘶𝘮 𝘥𝘪𝘢 𝘦𝘶 𝘵𝘦 𝘢𝘮𝘢𝘴𝘴𝘦Onde histórias criam vida. Descubra agora