Chegada

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   Dor, era isso que eu sentia naquele momento. Minha cabeça doía como se eu tivesse levado mil tijoladas, e o ambiente ao redor não ajudava muito. Que caralhos me colocou nessa caixa e porque ela está se mexendo? 

A caixa não parava de subir, aquilo era confuso, estranho e estava me deixando apavorada, eu precisava sair daquela caixa. Quando ela finalmente parou de subir, a primeira coisa que vi foi o clarão e logo depois vozes, MASCULINAS. Quando olhei para cima, pude ver pelo menos uma dúzia de olhos estranhos e curiosos na minha direção. 

-É UMA GAROTA. -um loiro gritou fazendo que por algum motivo eu me irritasse. É parece que eu odeio gritos.

-Cara porque mandaram uma garota? -outro disse parecendo tão confuso quanto eu.

-Estão assustando ela, Ajuda ela Newt. -o cara alto que parecia o mais velho pediu e então pude ver o loiro magrelo que gritou pular na caixa. 

Não dei tempo para que ele chegasse perto de mim, como um instinto derrubei ele com um chute e peguei sua faca logo apontando para o mesmo.

-Minho e Gally.- falei os nomes que aparentemente eram tudo que eu tinha. Eu não me lembrava quem eram meus pais, de onde eu vim ou quem me colocou naquele buraco. Mas desde o momento que eu escutei as vozes deles, eu só consegui me lembrar desses nomes. Me pareciam seguros e familiares. -Porque além do meu nome esses são os únicos que eu sei? -perguntei vendo o mesmo me olhar com aqueles olhos arregalados.

-GALLY. -ele berrou e logo um rapaz loiro e forte pulou na caixa, ele parecia bravo, mas assim que encontrei seus olhos, foi como uma onda de calmaria. -Esse é o Gally. -o loiro disse tentando se manter calmo, apesar de eu estar apontando uma faca bem grande em sua direção. 

-Abaixa a faca. -Gally disse me olhando sério, e como se eu fosse compelida eu apenas fiz oque ele pediu, jogando a mesma em direção ao garoto loiro estranho que eu estava ameaçando. -Newt saí. -Ele mandou e o garoto apenas bufou antes de subir nas caixas ao seu lado e com a ajuda de outro rapaz sair do buraco enorme que eu me encontrava agora com Gally.

-Eu... só me vem três nomes na minha cabeça.- explico me escorando no que me parecia ser a parede. -Mina, que é o meu. -aponto para mim mesmo, e logo em seguida para ele. -O seu, Gally, e um tal de Minho. 

-Não pode sair ameaçando as pessoas assim. -bufa de novo antes de passar a mão nos ralos fios loiros. -Vamos sair dessa caixa, eu vou te mostrar o lugar e te explicar oque sabemos. -ele diz estendendo a mão para mim. -Eu não vou deixar ninguém te machucar. 

-Eu sei. -falo segurando sua mão sentindo-me em paz pela primeira vez desde o momento em que acordei. -Eu confio em você. 

-Vamos. -dito isso ele me deu um leve sorriso e sem largar a minha mão me ajudou a subir nas caixas e sair daquele lugar. 

  Ele não soltou a minha mão em nenhum momento,  e assim ele foi me mostrando os lugares, do cemitério até o campo-santo. Era tudo tão novo e complexo, mas eu tinha apenas uma certeza. Nunca vou entrar naquele labirinto, por mais curiosa que eu seja, eu gosto demais da minha vida para me arriscar. 

-Vamos falar com o Alby, ele é o líder. -diz e por instinto chegou mais perto dele apertando sua mão. -Está tudo bem, ele não vai te machucar. -e é tudo que ele diz até chegarmos em frente a um grupo de garotos que parecia estarem nos esperando. 

-Eu sou Alby. -ele diz assim que paramos em sua frente. -Sabe, uma mocinha como você não deveria sair por aí apontando facas para quem só quer te ajudar. -fala dando um passo a frente. -Gally já deve ter te apresentado tudo.

-Sim, sem brigas. -falo vendo o mesmo sorrir.

-Exato, agora precisamos ter uma conversinha sobre o dormitório. -ele avisa. -Não estávamos esperando uma garota, e não acho que você vai se sentir confortável dormindo no mesmo lugar que os meninos. -comenta e pude sentir Gally apertar minha mão com força.

Stay with meOnde histórias criam vida. Descubra agora