MAGNIFICENCE - ORIGINAL STORY.

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Havia apenas duas coisas que me distraíam da bebida. Sexo e boxe. Não havia nada melhor do que descontar todas as minhas frustrações quebrando a cara de alguém sem ser punido por isso, e não menos importante, sexo, transar até que meu corpo amolecesse de tanto gozar. Geralmente, a segunda opção vinha sendo a minha favorita.

Lynd estava adormecida novamente na cama, sua pele tão lisa contrastava com o sol que entrava. As janelas abertas durante o nosso sexo faziam com que ela ficasse ainda mais empolgada; Lynd adorava a sensação de perigo e aventura, a possibilidade de ter alguém do outro lado do prédio nos observando aumentava toda a adrenalina em seu corpo. Fazíamos melhor quando havia plateia. A loira tinha uma alma livre de tudo, o exibicionismo era o de menos diante de toda a loucura que me sugeriu durante os 6 anos de relacionamento. Mas algo me prendia, e eu odiava esse espírito de liberdade. Ela não podia ser livre como antes, ela era minha.

Um leve suspiro ecoou das minhas narinas enquanto me levantava da cama, deixando um beijo nos seus lábios adormecidos ao me colocar ao seu lado. Seus cabelos dourados brilhavam contra o sol, como se fosse uma guerra de qual irradiava mais. Ela era linda. Dirigi-me até a expansão da janela voltada para o mundo real, onde era possível ver pessoas indo e vindo, o sol brilhando sobre suas cabeças, sempre correndo contra o tempo. Por outro lado, aquilo me acalmava por não ser o único. Meus olhos acompanhavam as pessoas que passavam entre os prédios, desvendando figuras que eu jamais voltaria a ver de novo.

Retornei minha atenção para Lynd, que se remexia na cama em busca do seu telefone que começava a tocar incessantemente. Seu maldito despertador. A garota havia programado o alarme para que eu não perdesse o horário, o que claramente foi em vão. Caminhei até a mesa de canto, buscando seu aparelho e conferindo as horas. 10:45 da manhã.

O horário estabelecido em seu alarme não condizia com o meu horário de trabalho, e ela sabia bem disso. Soltei um riso nasal enquanto a encarava atenciosamente e observava a mesma dar leves batidas contra a cama, chamando-me em um tom sexy e os lábios rosados. Uma mordida era instalada na sua carne labial, me deixando maluco. Me segurei para não voltar ao seu lado e continuar o que estávamos fazendo.

– Eu preciso ir para a empresa. Não faça isso. – Firmei a voz, sendo duro.

– Continuaremos mais tarde então. – Ela me olhava com o oceano transbordando em suas íris. Tinha um sorriso tendencioso e raso nos lábios, mas sua expressão exalava sono. Balancei a cabeça e me encaminhei até o nosso banheiro.

Um banho gelado me fez bem o suficiente para amolecer o que havia ficado duro segundos atrás. O fato de estar completamente atrasado não me incomodava, afinal, eu ainda era o favorito do chefe. Isso me lembrou que teria que aturar sua filha, cujo nome era ridículo de tão falso, e eu não conseguia pensar em outra coisa senão em ver seu rosto. O fato de a garota ser um mistério me intrigava um pouco. Sabíamos que ela tinha aproximadamente a minha idade, embora Rosseu fosse um velho, ainda estava com uma idade razoável para ter uma filha de 24 anos. Eu tinha certeza de que ela não superaria minhas expectativas. Não passaria de uma garotinha completamente perdida e histérica. E hoje isso seria comprovado.

Com o banho encerrado, fui direcionado ao closet. Algo em mim despertava que seria necessário apresentar uma boa aparência. Não que eu não fizesse isso monotonamente. Mas hoje seria diferente, eu iria encontrar uma herdeira com um patrimônio líquido avaliado em mais de 129 bilhões de dólares. Coloquei minhas melhores peças, misturando marcas de luxo com algo mais clássico nos acessórios. Finalizei a arrumação e me dirigi para fora do apartamento, sem me despedir de Lynd, que por acaso, dormia profundamente.

Já podia sentir a atmosfera pesada. O dia seria longo.