O Amor De Interesse

Capítulo 5 - Cinco mortes e o silêncio

Em 1985, a abertura da Freddy FazBear conquistou a atenção de pais cansados que queriam deixar os filhos se divertirem e, assim, ter um momento de sossego e se preocupar com outras coisas. Afinal de contas, ter crianças, por mais divertido que possa parecer, é exaustivo e muitos desses pais simplesmente não se importavam com as próprias crias, embora os pequenos nunca tenham percebido nada de estranho.
Crianças como Jeremy, Gabriel, Susie, Fritz e Cassidy estavam juntas na FazBear, brincando e também aproveitando a festa de aniversário de dois deles. Naquele final de tarde, todas as crianças estavam despreocupadas com suas brincadeiras, embora uma delas, em especial, estivesse passando por um momento triste em sua vida após a perda de seu adorado cachorrinho.
Susie, a garotinha dos cabelos loiros estava triste, mesmo que o local apresentasse grande diversão e alegria. Ela estava mal e se sentia culpada pelo que aconteceu ao seu cachorro, não conseguindo disfarçar os próprios sentimentos que surgiam em seu interior e faziam o seu peito se apertar e doer de tanta tristeza. Percebendo essa cena tão depreciante, os olhos cinzentos identificaram a oportunidade ideal para colocar o seu mais novo plano em prática de maneira simples, pois ele sabia exatamente que crianças eram ingênuas, tão ingênuas quanto a sua coelhinha.
William, trajado com a fantasia mais antiga de Spring Bonnie se aproximou de Susie e falou com uma voz doce, quase adorável demais. Isto fez a garota erguer o rosto para encarar aquele diferente animatrônico e ficar um pouco desconfiada, pois não sabia exatamente quem ele era.

— Ei, garotinha. Por que você está tão triste? — Ele a questionou pacientemente, esperando pela resposta.

— Meu cachorrinho morreu. — Ela o respondeu com a voz embargada, tentando conter o choro.

— Oh, pobre garotinha. — Disse em falsa tristeza. — Eu tenho uma surpresa e acho que você vai gostar. Se me acompanhar, posso te mostrar.

— O que é? — Susie o questionou instantes antes de pegar na mão do coelho gigante.

— O seu cachorrinho está aqui. Vamos ver ele.

Os olhos azuis da garotinha ganharam um brilho intenso por acreditar que seu grande amigo estaria na pizzaria para vê-la e, juntos, voltarem a brincar. Então, sem hesitar, Susie começou a acompanhar Spring Bonnie para uma sala nos fundos sem desconfiar do que estaria prestes a acontecer e, neste mesmo instante, William olhou por cima do ombro na direção de Charlotte e com a mão livre, fez um sinal de silêncio a ela.

A jovem viu aquela cena sem conseguir acreditar no que iria acontecer naquele lugar e, mais uma vez, ela não conseguiu ter forças para fazer nada porque não queria desobedecer William. No entanto, em sua mente ocorria uma verdadeira luta sobre o que deveria ser certo ou errado a se fazer... Charlotte estava tão confusa e chocada que não conseguiu sequer sair de onde estava sentada para impedir que uma desgraça pudesse acontecer. Ela sabia que a menina loira não sairia com vida daquilo e que ninguém, absolutamente ninguém viria para ajudá-la porque a pizzaria estava com a música muito alta, além das crianças estarem falando alto e correndo por todos os lados. Os adultos não estavam por perto, como sempre, e ali seria o cenário perfeito para William fazer o que tinha em mente com total liberdade e segurança.

Quando William e Susie adentraram a sala escura, a porta de metal foi trancada e o sujeito deu uma pequena risada sádica. A garotinha estava confusa porque não via o seu cachorrinho em nenhuma parte e logo voltou a chorar porque havia sido enganada, ficando claro que aquele coelho amarelo mentiu. Com lágrimas escorrendo de seus grandes olhos azuis, ela olhou na direção de Spring Bonnie e começou a gritar dizendo repetidas vezes que ele tinha mentido.

— Você mentiu! Cadê o meu cachorrinho?! — Ela tentou se afastar, mas foi segurada firmemente em seu braço.

— O seu cachorro está morto, garotinha tola. — Ele deu um riso psicótico. — Você também terá o mesmo destino que ele teve.