Capítulo 3 A mordida de 83 e os segredos de William

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Em 1983, nasce a filha de William, a pequena Elizabeth Afton, muito parecida com sua mãe e ridiculamente mimada por ela, embora seu pai raramente se encontrava presente em casa. O patriarca se mantinha constantemente ocupado cuidando da FazBear e não tinha tempo para lidar com uma bebê que vivia chorando, muito menos para aturar a chatice de Clara, sua esposa. Era preferível permanecer no escritório, lendo dezenas de documentos o dia inteiro para não se aborrecer, pois ter aquela família nunca esteve em seus planos, inicialmente e, agora que a tem, faz o possível para passar o mínimo de tempo com cada um.

A única pessoa que valia a pena no meio de todo aquele caos que era sua vida, tinha um nome longo, mas bonito e que, embora fosse um sujeito bem complicado, ela estava acompanhando ele há dois anos. Charlotte era especial para William, mesmo que ele não fosse o tipo de cara que visse outras pessoas por este tipo de visão, e ficou claro que ela era importante no momento que fez o possível para a Diner's não ficar com o nome manchado. Quem, em sã consciência, ajudaria um assassino? Bem, Charlotte o fez sem pensar duas vezes, enquanto sua insuportável esposa apenas queria incomodá-lo com aquele monte de crianças.

Sua coelhinha, como havia apelidado carinhosamente Charlotte, estava constantemente em seu escritório e o ajudava no desenvolvimento de novos projetos. A garota é inteligente, organizada e bem dedicada, um verdadeiro colírio para os olhos cinzentos de Afton que a mantinha constantemente sob sua proteção. Ele não faria isso com nenhuma outra pessoa, pois ninguém mais valia tanto quanto aquela menina.

William também se mostrava um tanto ansioso para Charlotte completar seus dezoito anos. Faltava somente mais um pouco e teria que ser paciente porque, se dependesse dele, já teria feito o que tinha vontade e o que não fazia com sua esposa, porque ela era sem graça até mesmo na cama. Ele sabia que a coelhinha, por ser mais jovem, teria o dobro de energia e por ele ser o primeiro, ela desejaria muito mais do que apenas uma ou duas vezes e pensar nisso fazia William sentir todo o seu corpo esquentar e formigar.

Comecei a trabalhar com William há poucos meses, mas é suficiente para permanecermos próximos por longas horas. Ele acabou me escolhendo no fim das contas, pois nem perto da esposa ele aguenta ficar. Há dias que dormimos no escritório e ficar nos braços dele é... Indescritível. Esperei dois anos para ter este momento que, para mim, é importante e me faz sentir conforto do qual nunca pensei que sentiria com alguém.

Eu sei que William gosta da minha companhia e confia em mim porque ele me conta tudo o que sente quando fica perto da esposa e dos filhos. Ele é sincero comigo e evidencia quase sempre que aquele casamento nunca deveria ter acontecido. Clara o forçou desde o começo, colocou fogo em sua casa, diz que o primogênito é seu filho - embora ele desconfie que não -, e se viu obrigado a levar uma vida insuportável perto de uma mulher mentalmente instável, controladora, desagradável e que não o respeita.

Gosto de ouvir William me contando de seus problemas porque sei como consolá-lo através de palavras e pequenos gestos de carinho. Um afago nos cabelos castanhos, na bochecha pálida e um abraço, apesar de ser pouca coisa, é o máximo que posso dar até o momento e sei que ele se conforta assim. Eu sou a única que William pode contar. Ele preferiu a mim do que a esposa e a família. Eu sou a coelhinha de William. Não Clara e nenhuma outra mulher.

Naquele dia, em especial, Charlotte estava sozinha no escritório de William lendo alguns papéis, analisando algumas informações e verificando qualquer anormalidade. Ela era estritamente cuidadosa e se certificava de entregar sempre o melhor ao seu chefe, não porque queria impressioná-lo, mas porque gostava muito de William. Ele era o único que despertava sentimentos únicos em seu coração, emoções que eram desconhecidas até então.

— Coelhinha? — A voz de William irrompera no escritório. Ele entrou e fechou a porta atrás de si.

— Ei. — Charlotte vira-se na direção de William para encará-lo. — Como você está, amor?

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