Sem demora entrou no carro e vislumbrou do volante á marcha.
Céus, como ele adoraria testar o motor.
Porém com a vontade de uma preguiça, ele contorna os pés para a entrada principal, precisava ver sua mãe.
O longo carro de passeio já estava a postos, quase que não conseguia carona.
Um automóvel tão grande para tantos filhos.
Mas só Konrad dera a sorte, pela idade avançada dos pais.
— ...e então? Vai me falar o que tanto fazia naquele cubículo apertado? — a senhora Hyde disse com cara de poucos amigos.
— Nada demais.
— Você comprou outro carro não foi?
Outro?
— Como sabia?
— Não mude de assunto, você sabe o que eu acho disso.
— Chame como quiser, de atrevimento, loucura mas não foi uma hesitação...
Konrad sabia muito bem em que águas profundas essa conversa iria nadar, mas também sabia que a fachada da mãe iria cair em algum momento.
— Teimosia do caralho. — os homens ali presentes resmungam instantaneamente.
— Olha como fala comigo Dexter!
— Konrad adorava carros assim como precisava de ar para respirar, qualé vamos preservar uma boa memória do nosso garoto.
Ela cruza os braços, irritada, insatisfeita mas quebra o assunto com silêncio.
Konrad faz sinal de vitória e Dexter sorri minimamente.
Em poucos minutos já estavam no local, composto pela grama verde recém aparada e as pedras bonitas e polidas.
Konrad deixa os pais pra trás, os vendo caminhar lentamente até a sua lápide.
Essa imagem sempre era dolorosa e ao mesmo tempo reconfortante pra ele.
Se sentia mais perto do que nunca.
Porque falavam com ele.
Em poucos segundos, os alcançam e é o momento que vê a sua mãe tirando com cuidado os galhos caídos e pondo novas rosas perto da sua foto, que nota um sorriso fraco vindo dela mesma.
— Parece que o velório foi ontem.
— Ele com certeza não esperava que viesse tanta gente. — deu um cutucão. — Aí.
— Meu menino lindo está em paz agora, me pergunto o que ele se tornaria.
Bom, nem tanto.
— Um delinquente...— a encarou. —.. ou não, do que isso importa? Ficaríamos alegres com qualquer coisa, é o Konrad.
O senhor e a senhora Hyde ficaram por um tempo encarando o túmulo e deram um último adeus recheado de carinho até a volta pra casa.
Deixando um Konrad feliz, pela recente e nova despedida.
Mas essa alegria foi posta à prova ao avistar Florian com um olhar cabisbaixo vindo entre as lápides com um humilde e pequeno buquê de tulipas.
— Olá anjo. — disse por fim.
Florian se abaixou e os pôs ao lado das rosas.
— Vejo que cheguei atrasada outra vez.
— Você nunca me desapontou por isso. — estende o braço na tentativa falha de fazer carinho em sua bochecha.
Tão tão perto, mas ao mesmo tempo tão tão longe.
— Hyde lembra onde tudo começou? Você me odiava. — sorria.
— Eu? Esta doida mulher! Nunca te odiei. — Konrad a repreende raiva.
— Também éramos como cão e gato. — ri sem humor. — Lembra da vez do elevador? A partir daí você começou a me perseguir igual um cachorro sem dono, era fofo de ver.
— Ei, isso não é verdade! — cruza os braços.
A mãe de Florian Prunella lhe disse uma vez... certas coisas nunca mudam, e Florian sempre achou que ela estava errada, até que ela descobrira que era a mãe que estava certa. Se ver apaixonada por um cara foi uma delas, amar Konrad Hyde é algo que tem certeza que nunca vai mudar, e... outra coisa que nunca vai mudar, é o fato de que ele está morto.
Mas a quatro anos atrás a história fora diferente, numa delas enquanto estavam presos...
Flashback
— Meu querido, se a gente ficar sem ar dentro desse elevador, pode apostar que culpa será toda toda sua!
— Não esquenta anjinho, olha você já me deixou sem ar várias vezes, e eu nunca me importei.
Abre a boca em choque, aquilo para ela era ridículo.
— Que mentira! — ele a prensa na parede, a desarmando por completa.
Seu perfume passa pelas suas narinas lhe fazendo fechar os olhos quase que instantaneamente, a mão vaga de Konrad passeia pela sua cintura, lhe fazendo ter a certeza que se ele a soltar as suas pernas cairiam como gelatina.
— Lembra daquela vez... você sussurrou meu nome e não foi nada por acaso, pelo contrário, foi excitante. — Sua voz sexy a fazia suspirar fortemente.
Ela podia cair nesse papinho, mais uma vez.
Mas naquele momento não.
Estava cansada desse joguinho de criança.
Da um chute em seu tornozelo o que o faz grunir.
— Tem certeza que não foi de desgosto? — a
sua cara treme.— Anjo.. tenho certeza do que eu estou falando. — a nuca dela se erigisse.
Florian adorava quando ele a chamava assim, mas nunca assumiria dessa maneira.
— Cala a boca Hyde. — ele mordisca o lábio inferior.
Konrad sorri com o sabor da vitória.
— Tenha certeza de uma coisa anjo, se ficarmos aqui, um, eu vou te beijar. — Se aproximou e ela deu um passo pra trás.
— Não se atreva!
— Dois, eu vou te beijar. — se gabou com o maxilar pra cima, brincalhão.
Bufa com o pé no chão.
— Eu te odeio!
— Porque? — chantageia.
— Porque é mais fácil te odiar do que admitir que te amo. — ela rebate com a mesma intensidade.
E os dois caem na gargalhada, devo contar a onda de conquistas depois disto?..
Flashback off
De volta ao presente, Konrad a vê com uma lágrima teimosa.
E outras atrás, doidas para derramar.
Já estava decidido.
Ele a amava de mais para vê-la sofrer desse jeito, era pra de encarar a realidade.
Pois não tinha escapatória, nem alternativa.
Ele já sabia, e faria de com certeza, para o bem dela.
— Ok, destino, você venceu. — disse encarando o céu. — suspira. — Não acredito que vou ter mesmo que entregar minha mulher pra um idiota chamado Leonard. — reclama.
Continua...
É meus caros leitores, acho que está na hora de entrevistarmos um certo candidato.. vote e comente para mais ❤️
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Por favor, me esqueça
HumorO namorado de Florian Prunella está morto, é claro isso é o que ela achava.