Konrad estava encurralado, se tinha uma coisa que ele não era bom essa era lidar com crianças.
— Os muleques estão ficando mais ousados, que geração perdida. — Reclama. — Pirralho pervertido. — o mesmo gargalha.
Respira alto, fazia tempos que não via alguém igual a ele, um espírito vagador era raro, mas não que ele se importasse, sempre fora indiferente a tudo.
O garoto o observa curioso.
— A quanto tempo tá aqui? — pergunta, Konrad se põe a andar.
Que garoto estranho e sombrio, imagina mas esse leve pensamento some em segundos.
— Três anos! — grita, torcendo o nariz.
— Não vai perguntar nada sobre mim?!
— Não preciso saber. — segue o corredor refletindo em qual andar estaria Florian.
— Espera por mim. — o menino vem correndo em sua direção, Konrad comprime os lábios olhando pra abaixo.
— Sai pra lá que eu não sou babá, mas se quiser te encaminho até o berçário. — estica o lábio.
— Haha engraçadinho, é muito sem graça não falar com ninguém, ninguém me entende, não concorda?
Konrad não o responde, os três anos foram solitários mas ele nunca admitiria.
O garoto o encara de cima a baixo.
— Por que tá aqui?
— Você faz perguntas de mais pirralho. —
aperta os olhos e curva o próximo setor. — Cuide da sua vida. — acena em despedida.— Qual o seu assunto inacabado? Me disseram que precisamos resolver um para ir pro céu, porque tá aqui?
— Como tem certeza que não vai para o inferno? — Ergue o maxilar e o menino morde a bochecha.
— Eu tô aqui mas não sei ainda o meu assunto.
— Ah é, que pena. — se põe em sua frente. — Isso não é nada interessante, problema seu.
— A garota tem haver? — Konrad revira a língua, põe as mãos nos bolsos, irritado.
— Não se mete. — diz, não ele avisa.
— É ela não é? — sorri mostrando os brancos dentes de leite.
"Como eu saberia?" Ele pensa.
Já tinha consciência que precisava cumprir algo ou algum objetivo, sei lá, mas o que exatamente? Ver Florian por mais de alguns segundos é algo mais interessante do que encontrar sabe se lá o que.
— A mulher parecia triste, porque ela está triste?
— Não é da sua conta fedelho.
— É por sua causa não é. — Konrad aperta os olhos.
O garoto era insistente, mas Konrad sabia muito bem que socar crianças é crime mas ele já estava morto não é mesmo? Ao invés ele olha para o teto.
— É.
— Então esse é o seu assunto inacabado?
— Como é? — pela primeira vez, algo útil que sairá da boca do menino chamou o interesse de Konrad.
O garoto piscava os longos cílios, os expressivos olhos infantis emitiam pureza.
— Agora não digo mais.
— Fale sua peste. — O levantou pela camisa ficando centímetros longe do chão, deu um urro de susto. — Ganhou a minha atenção.
— A menina ué, ela não é sua namorada? Ela está triste então deve estar ligada a você, você tem que desfazer isso ué, óbvio, caramba, me põe no chão! — solta de um vez, o fazendo cair com tudo.
— Isso eu já sei.
— Então porque não faz? Gosta de ver ela sofrer por sua causa? Você é do tipo masoquista? — ele bufa.
— Se eu soubesse por onde começar.. merda, não acredito que estou discutindo com uma criança.
— Bom, acho que o primeiro passo seria ela se apaixonar por outro cara. — brincou, Konrad contraria a mandíbula.
— Sim, eu sei. — admitiu, nada pronto para imaginar isso em outra realidade.
— Tipo aquele cara. — aponta, ele movimenta o pescoço incrédulo.
O loiro rapaz tentava disfarçar a secada nível hard que dava limpando os óculos na roupa branca perfeitamente passada, para o seu azar o porte grande e alto denunciava sua presença desastrosa, estava nítido.
— Que porra é essa?! — esperneia, o cara matem um olhar assustado em sua direção surpreendo tanto Konrad quanto o menino.
Continua...
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Por favor, me esqueça
HumorO namorado de Florian Prunella está morto, é claro isso é o que ela achava.