Olá! Já faz um tempo né? Foram tantas emoções nesse meio tempo que eu tô feliz de ter conseguido tempo para postar aqui!
Acho que o capítulo ficou bom, me contem :)
Jimin queria não ter concordado com Hoseok em receber um itinerário de viagem, o amigo escolheu um dia destinos mais caros possíveis: Bali. Lembrou do dia em que Hoseok mandou o itinerário juntamente com os boletos para o pagamento.
— Você enlouqueceu se está pensando que eu vou pagar 290.000¥ apenas para uma viagem.
Lá estava ele sentado no assento retrátil da classe econômica com destino a Indonésia. Era uma viagem longa, e ele não estava com sono, depois de muito debater na cadeira, assistir um filme e pensar em quanto tempo estava perdendo naquela viagem e sentiu uma leve agitação em seu peito, então resolveu pegar um dos calmantes receitados pelo psiquiatra, colocou sua venda sobre os olhos e tentou se acomodar afim de dormir e silenciar sua mente.
Só acordou quando escutou a voz abafada do piloto do avião avisando que estavam pousando em Bali em poucos minutos.
Saindo do avião, seu celular apitou incansável com a quantidade de mensagens dos amigos pedindo que ele curtisse bastante e aproveitasse a viagem. Assim que atravessou os portões de saída ele caminhou lentamente já sentindo o ar limpo porém úmido e abafado da ilha invadir suas narinas, o fone bluetooth no último volume da maneira que o advogado adorava escutar. Após pegar um carro particular e seguir até o hotel que ficaria hospedado até o final do mês Jimin sentou-se na cama observando o vasto ambiente que sua janela lhe proporcionava, sorriu fraco apenas pensando em como tinha sorte em ter Hoseok como amigo e logo sentiu a tristeza lhe invadir discreta e sorrateiramente. Jimin pousou lentamente o dorso na cama fofa e encarou o teto como sempre fazia quando se sentia esquisito e com sensações confusas.
Sua cabeça martelando alguns problemas que ele ainda não conseguiu resolver, outros que sequer estavam sobre o seu controle, essa era uma das coisas que ele não gostava em si, e o fato de sua cabeça nunca relaxar e ficar em silêncio lhe remetia a sua infância e a necessidade que ele tinha de sempre resolver e saber de tudo por todos caso contrário ficaria na mão, talvez este tenha sido um dos motivos dele ter se tornado advogado, ocupar sua mente com os problemas dos outros era mais fácil que lidar com os próprios.
Jimin gostava do que fazia, na verdade ele era apaixonado mas sempre sentia que não era o suficiente, que qualquer pessoa faria melhor que ele e só a ideia de cair no ostracismo lhe causava arrepios.
Voando para fora de seus devaneios e balançando a cabeça, Jimin resolve dar uma chance para a viagem e começa a se arrumar para dar uma volta nos arredores do hotel, afinal seu dinheiro já havia sido gasto.
No saguão do hotel ele recebeu um folheto sobre as atividades do dia inclusas no seu pacote e seus olhos bateram imediatamente na “massagem calmante” e ele procurou saber onde era o local, no caminho ele observou o tenda externo e finalmente achou a cabana que estava oferecendo a massagem.
Assim que colocou a cabeça para dentro da tenda ele recebeu uma enxurrada de estímulos olfativos e pode ver várias pessoas espalhadas no chão da tenda. Não estava entendendo muito bem a dinâmica da massagem ser em duplas mas a priori, não questionou.
— Olá! Seja bem vindo. — Uma mulher disse gentilmente. — Conseguimos resolver o seu problema, Jeon!
Jimin percebeu que algo estava esquisito e encarou a moça e em seguida o homem do lado esquerdo sentado de pernas cruzadas uma por cima da outra.
— Já disse que nós não temos um problema, Senhora Nao-ri. — Disse o tal Jeon com cara de poucos amigos direcionada ao Park.
— Todas essas pessoas estão na minha frente? Acho melhor voltar depois. — Jimin se inclinou na direção da mulher.
— Oh não, nossa aula é em duplas e você acabou de chegar pra completar a turma.
Então era este o problema ao qual ela se referia, provavelmente o outro era o único sem parceiro. O engraçado era que ninguém lhe dera essa informação na recepção do hotel. — Até para isso eu tenho sorte.
— Acho que temos um problema, eu não me inscrevi para isso. Era só uma massagem calmante.
— “Massagem calmante para casais” — Nao-ri leu toda a frase descrita no folheto para Park como se ele fosse uma criança. — Temos aqui mais um que não sabe ler.
— Acho que a senhora não deveria falar assim comigo. Me chamo...— Jimin encarou a senhora que aparentava ter seus 50 anos ou mais.
— Não dou a mínima para quem você é, provavelmente veio para cá porque está surtando que nem aquele ali.
Jimin parou estarrecido com a situação e o tratamento digno de um hotel de estrada que ele estava recebendo.
A troca de palavras esquentou o ambiente, deixando Jimin ainda mais desconfortável. Ele respirou fundo, tentando manter a calma, mas a tensão era palpável. Decidiu que não valia a pena discutir ali e se virou para sair da tenda, mas antes que pudesse dar um passo, uma mão segurou seu braço.
— Espere, desculpe pela minha colega. Ela pode ser um pouco rude às vezes. Vamos resolver isso de uma maneira que seja confortável para você. — disse um jovem, mostrando um semblante mais amigável do que o que Jimin crê ser a dona da tenda.
— E você seria...?
— Kim Kibum.
Jimin olhou para ele com um misto de desconfiança e alívio. Por um momento, considerou simplesmente sair dali e esquecer tudo, mas algo no olhar de jovem o fez repensar.
— Tudo bem, eu fico. Mas só se for uma massagem calmante de verdade, sem mais surpresas desagradáveis.
Ele assentiu com um sorriso.
— Combinado. Vou garantir que você tenha uma experiência relaxante. No entanto, se trata de uma sessão específica para casais.
— E eu não tenho um par...
— Vamos logo, meu tempo custa caro. — O tal Jeon interrompeu a conversa e acenou para Park. — Resolvemos a situação e iremos embora em uma hora.
Concordando em partes com o que o seu potencial parceiro dizia, mas o seu olhar arrogante lhe causava desconforto. Após considerar por alguns segundos deixar um estranho lhe ver sem camisa e tocar seu corpo Jimin apenas aceitou que não teria outra opção, era isso ou ficar no quarto de hotel sem aproveitar nenhuma atividade.
— Quer ir primeiro Senhor Park?
Kibum fechou a cortina que separava os espaços e fornecia certa privacidade aos casais, estendeu um lençol fino sob a esteira, Jimin aceitou ser o primeiro e se adiantou puxando a camisa de manga longa que vestia três vezes maior que o seu tamanho, deixando uma de suas tatuagens evidentes, entregou a peça a Kibum e sentou de costas para Jeon.
— Primeiro passo, relaxe... — Disse a Park. — Passe esse óleo nas mãos Senhor Jeon.
A medida que Kim guiava Jeon nos movimentos, Jimin sentia-se cada vez mais envolvido pela sensação deliciosa que o almíscar de laranja doce e lavanda, mesclado ao toque forte de Jeon em suas costas. Se permitiu relaxar e apenas apreciar o momento.
— Gostei da tatuagem. — Jeon disse enquanto passava as mãos na região da cintura de Park. — Nevermind... O que você deseja esquecer?
— Você não entenderia. — Suspirou baixo e fechou os olhos.
— Talvez.
Eles ficaram em um completo silêncio, Jeon focado em cumprir sua obrigação e Jimin não parecia desconfortável com a escolha do parceiro de massagem. Quando foi a vez de Park, ele ficou um pouco ansioso em ficar em uma posição que Kibum sugeriu, onde eles se sentaram frente a frente e praticaram a técnica de relaxamento, face a face.
— Um lírio de tigre. “Por favor me ame.” — Disse percebendo a flor laranja no braço de Jeon que era inteiro coberto por tatuagens.
— É minha flor de nascimento. — Jeon disse e um pequeno sorriso se formou no seu rosto. — Combina comigo.
— Você quer ser amado?
Eles ficaram se encarando um breve instante e depois Jimin quebrou a conexão, encarando o chão.
O que era para ser apenas uma hora se tornaram duas horas naquele exercício, e assim que finalizaram Jimin tratou de vestir a camisa e seguir seu caminho para fora da tenda.
— Park. — Jeon chamou antes que ele saísse. — Respondendo a sua pergunta de antes: Desejo ser amado, porém pela pessoa certa.
Jimin não tinha uma boa resposta para dar, então apenas assentiu e fez seu caminho de volta para o quarto.
Encarando o teto do quarto, Jimin ficou pensativo sobre a o que significa ser a pessoa certa para alguém. Será que ele seria um dia? Será que em algum momento ele seria tão relevante para alguém a este ponto? Não sabia e também não queria se preocupar com aquilo naquele momento, mesmo que já estivesse subconscientemente preocupado.
★
Jimin esfregou os olhos e se espreguiçou na cama, tentando afastar a sensação de cansaço que o jet lag lhe trouxera. Levantando-se da cama, Jimin decidiu explorar um pouco mais do hotel e seus arredores. Ele se vestiu rapidamente e saiu pela porta, animado para descobrir o que o destino lhe reservava.
Enquanto caminhava pelos corredores do hotel, Jimin pensou novamente nas palavras de Jeon sobre desejar ser amado pela pessoa certa. Aquilo ressoou em sua mente, fazendo-o refletir sobre suas próprias esperanças e sonhos em relação ao amor.
“Será que algum dia encontrarei essa pessoa especial?” Jimin se perguntou, deixando seus pensamentos vagarem enquanto percorria os jardins exuberantes do hotel.
À medida que o dia avançava, Jimin encontrou-se cada vez mais imerso na beleza e na serenidade de Bali. Retornando as dependências do hotel quando o sol começou a se pôr no horizonte, Jimin encontrou um local tranquilo para sentar e admirar a vista deslumbrante, seus olhos marejaram e ele sentiu que precisava de algo para animar sua noite.
Alguns metros dali estava o bar do hotel.Tell me, tell me... 💖
Apenas uma dica do que vem no próximo capítulo: bottom or top?
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Válvula de Escape - JIKOOK
RomanceTodos temos uma válvula de escape, seja bebida, amigos, livros e vários outros hobbies. O de Park Jimin era o trabalho, ele era o que chamamos de "workaholic" ou apenas uma pessoa viciada em trabalhar, desde muito cedo ambicioso, Park não via o mom...