𝙼𝚊𝚛𝚘𝚘𝚗
— 𝘚𝘰 𝘴𝘤𝘢𝘳𝘭𝘦𝘵, 𝘪𝘵 𝘸𝘢𝘴 𝘮𝘢𝘳𝘰𝘰𝘯
𝖳𝖺𝗒𝗅𝗈𝗋 𝖲𝗐𝗂𝖿𝗍
0.4Eu me forcei a pensar nos acontecimentos que haviam ocorrido naquela manhã
Will, café, banco, tiro e gritos, FBI... Tudo foi muito rápido
Tentei sentir o cheiro do café, o estrondo, o cheiro da pólvora, os coletes pretos, queria pensar em tudo menos no Will dentro daquele banco, desde o momento que saímos do carro eu senti que algo iria acontecer, eu estava nervosa, tão nervosa que não lembrava dos nomes dos colegas da JJ, ela chegou a apresentar eles antes da confusão acontecer, mas eu simplesmente não lembrava.
Tudo que eu lembrava foi embora da minha mente depois que o Will entrou no banco, no momento que vimos ele sendo baleado, o barulho não foi alto como seria se estivéssemos lá, porém eu sentia a minha audição com um zumbido forte como se eu estivesse no banco, eu via JJ gritar e sua colega loira abraçar ela.
Eu precisava sair de dentro daquele ônibus, tudo estava sufocando o meu ar, eu tentei não me prender na ideia de ter algo, de precisa de uma pessoa, eu estava odiando Will por um segundo e me odiei logo depois, então eu corri e só parei quando minha falta de ar me deixou zonza.
Eu tentava controlar a minha respiração, mas nada adiantava, eu me encostei na parede escura do beco frio e escuro onde eu acabei me encontrando, decidi me sentar e respirar, meu peito parecia inchado, como se eu estivesse me afogando no mar mais fundo que tinha, nunca senti tinha sentindo esse tipo de sentimento, tinha quase certeza que iria morrer ali, então eu fechei meus olhos, talvez isso fosse ajudar ou eu simplesmente estava desistindo, ele estava certo, Casey estava certo eu tinha deixado a vida dele miserável, foi o que ele falou no último email, que eu acabava com a vida das pessoas, que eu acabei com a vida da minha mãe, talvez eu tenha trazido o meu azar para Will, eu deveria só desistir.
Com a cabeça levantada e com os olhos fechados, as lágrimas descendo pelo meu rosto, eu estava tão inércia naquele sentimento, pensando em todos os momentos, eu só senti o ar quente, meu corpo arrepiado, mas não senti que não estava mais sozinha naquele beco, foi só quando escutei os passos, eu me sentia exposta, eu não abri meus olhos, mas eu sabia ele estava me olhando, a falta de ar piorou, nunca ninguém tinha me visto assim tão quebrada, nem casey, eu não queria abrir os olhos, eu estava muito envergonhada para isso, mas a presença estava lá, o calor era mais sufocante que a minha própria falta de ar, o beco que já era pequeno ficou minúsculo, eu estava ferrada.
— Você está bem?
A voz dele era baixa, como se fosse um sussurro, e eu não queria levantar meu olhar, me sentia igual aos sonhos de ir para aula sem roupa, como se estivesse totalmente exposta, porém, me forcei a olhar, não poderia deixar às pessoas pensarem que Ali Adams era alguém quebrada, mesmo que isso fosse a verdade.
Era um colega de JJ, não me lembrava do seu nome naquele momento, ele era alto e tinha os cabelos escuros.
— Eu.... não.... Consigo
não precisei terminar a frase, quando vi ele estava ajoelhado na minha frente
— Você está tendo uma crise de pânico, a central do seu cérebro é responsável pelo controle das emoções e da liberação de adrenalina, o hormônio que faz com que o organismo se prepare para fugir ou lutar diante de um perigo. No transtorno do pânico, esse "alarme" cerebral dispara sem haver um perigo real, provocando a sensação de medo e mal-estar intenso.
Ele começou a falar coisas muito rápido, não conseguia pensar direito, eu colo a mão sobre o meu peito, parecia estar afundando
— Qual é a cor da blusa do Will?
— Quê? — simplesmente não entendia o motivo da sua pergunta
— Eu perguntei qual é a cor da camisa do Will?
Eu encarei seu rosto, os seus olhos são escuros como ferrugem, porém me foquei na parte que ele falou qual é a camisa do Will e não era, isso significava que ele estava vivo
— Azul, ela é azul
— Certo, você está indo muito bem, agora me fala cinco que você pode ver aqui.
Fiquei incerta com essa pergunta, estávamos em beco sujo e úmido, não tinha muita coisa
— Lixeira, ar condicionado, colete, arma e sujeira
— Você foi muito bem, tem estudos psicológicos que apontam que fazer a pessoa pensar ou sentir cheiro do lugar faz com que o ataque de pânico acabe, acho que deu certo, eu sou o Dr Spencer Reid, a JJ nos apresentou mais cedo.
— Eu sou Ali — ele não deixou terminar a frase e em seguida falou
— Ali ou Alisson Adams, mais conhecida como parceira do Will, eu já sei
Eu fiquei em silêncio, ele com toda certeza sabia como se apresentar, não poderia negar que sua dica me ajudou a respirar, me levantei rápido o que me fez notar o quão próximo ele estava.
— Olha doutor, eu agradeço e tudo mais, porém se você contar sobre isso para alguém... Bom eu tenho uma arma e não tenho medo de usar.
E eu fui embora deixando um doutor chocado, mas não antes de escutar
— Eu nunca falaria algo que não meu para outro alguém, foi um prazer conhecer você Adams, deixando uma marca com certeza.
Apressei os meus passos, mas a marca que eu não sabia que ficaria naquele momento foi os seus olhos com cores de ferrugem.
Notas da autora ✍🏻
• Meu motivo de sumiço foi férias e voltas as, não prometo que não irei sumir novamente• Semana que vem é semana de provas, mas irei tentar postar, muito inconstitucional isso, culpe a faculdade, estudante de direito só sofre 😔
• Nosso casal finalmente se encontraram, o que acharam?• Espero que estejam gostando da minha história e sou uma iniciante e desde já peço perdão se tiver algum tipo de erro.
• Não tenham medo de interagir na história, irei adorar se tiver comentários.
• Agradeço por tirar um tempo do seu dia para ler a minha história e espero que tenha alegrado o seu como alegrou o meu no momento que comecei a escrever.
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The Obsession - Spencer Reid
RomanceAli ''Alisson'' Adams sempre soube desde pequena que iria ser policial, ela não sabia se era pelo fato de seu pai ter ido embora ou pelo fato de passar mais tempo na delegacia da sua cidade do que em casa, quando finalmente realizou seus sonhos de s...