CAPÍTULO 4

79 7 0
                                    


《 Afonso Fontes 》

-- Você não pode fazer isso com o nosso filho.

-- Posso e vou fazer. | Meu pai disse e saiu do quarto.

Mainha ficou olhando ele ir embora e depois virou até mim e se abaixou me consolando.

-- Vou conversar com ele filho, não se preocupe... vou arrumar uma solução para isso. | Concordei e ela saiu atrás do meu pai.

Começo a chorar pensando no que vai ser minha vida a partir de hoje, pelo visto vou ter que morar na rua, mas o que mais me magoa é o Miguel ter colocado toda a culpa em mim, ele é um tremendo filho da puta, não sei como estava gostando desse desgraçado. Isso é uma lição pra minha vida, e por isso eu prometo pra mim mesmo que nunca vou me apaixonar novamente, pois isso não trás coisas boas, na realidade só trás desgraça.

Me levanto e vou ver o que meus pais tanto conversam, ao chegar no escritório vejo eles discutindo.

-- Eu não tenho filho gay não.

-- Mas amor, ele é nosso filho, você teria coragem de colocar ele pra fora de casa.

-- Tenho tanto que é isso que vou fazer.

-- Pense com calma meu amor.

-- Pensar o que... eu vi aquele viado com um pau na boca, só de pensar isso me dar é nojo, eu não quero ele aqui na minha casa.

-- Não fale assim dele.

-- Então devo falar como? Tu sabe o que o miguel falou?

-- Não...

-- Ele disse que foi o Afonso que deu em cima dele e ficou insistindo como uma puta e como ele estava na seca comeu ele. Quando escutei isso fiquei com tanta raiva que matava eles dois naquela hora.

-- Não se estresse meu amor.

-- Como não vou me estressar com tudo isso acontecendo, se alguém descobrir isso minha reputação já era.

-- Pare de ser tão antiguado, esse papo de reputação não existe mais...

-- Claro que existe e eu preservou com muito orgulho, e justo agora que quero me candidatar a prefeito do Rio de Janeiro,  se algum jornalista que não gosta  de mim descibrirem eu estou perdido.

-- Você vai se candidatar?

-- Vou e não deixarei esse idiota atrapalhar tudo.

-- Amor, faça o que quiser mas não expulse o nosso filho, tenho certeza que tomaremos uma alternativa melhor.

-- Não tem outra alternativa melhor que essa. Expulso ele e finjo que meu filho esta morto.

-- Não fale uma coisa dessa, isso é pecado homem.

-- Pecado era o que aqueles dois estavam fazendo no quarto trancados sozinhos.

-- E desde quando amor é pecado, não vejo nada de mais de duas pessoas do mesmo sexo se relacionarem, é até muito bonito.

-- Vou fingir que não escutei o que você acabou de falar.

-- Afinal , o que você tem contra os gays?

-- Tudo.

-- Mentira que você tem amigos gays e tratam eles super bem.

-- Uma coisa é ter amigos e outra coisa completamente diferente é ter um filho, isso eu não aceito.

-- Pare de ser cabeça dura homem, os tempos mudaram, agora é super normal ser gay e até nem existe tanto preconceito como antes. Existe alguns como você,  mas antigamente era pior já que era proibido até dizer que era ou ser visto na rua.

-- Era pra ser proibido até hoje.

-- Você é um idiota.

-- Ele vai embora e pronto.

-- Eu não aceito, arrume outra solução.

-- Então eu vou colocar ele em um internato bem longe de mim.

-- Mas você vai pagar tudo certinho?

-- Pra que ele fique longe de mim pagarei com muita alegria.

-- Não seja tão escroto,  se o povo descobrisse a sua verdadeira face a sua reputação já era.

-- tô nem ai.

-- Se eu fosse você estaria.

-- Cale a boca, eu vou colocar aquele maldito no internato bem longe e é isso, pode sair daqui. | Disse e minha mãe virou para sair, corro para meu quarto e me deito na minha cama, realmente meu pai me odeia agora, diferente do que ele queria que eu fosse.  Ele vai me mandar pra longe, pelo menos não vou morar na rua, mas vou sentir saudades daqui e do meu irmão e da minha mãe.

CONTINUA...

Meu Professor - Livro 1 da série "Meu"Onde histórias criam vida. Descubra agora