《 Afonso Fontes 》Abro a porta do meu quarto e olho para os dois lados vendo se tinha alguém no corredor.
Ao notar que estava limpo saí do quarto e fechando a porta com calma para não fazer barulho, ando com passos leves para não acordar ninguém até chegar na cozinha.
A pior coisa do mundo é estar dentro da sua casa e sentir medo, melhor está na rua logo.
Faço o sanduíche rápido antes que alguém apareça e ao terminar começo a comer com um suco que peguei na geladeira.
Minutos depois e tinha acabado o sanduíche, estava bastante delicioso. Lavo meu copo para não deixar vestígios e agradecendo por não ter visto meu pai.
Mas parece que agradeci cedo demais...
Ao me virar dou de cara com ele e seu semblante não é uma das melhores.
Engulo seco e começo a tremer, me repreendo por mostrar o quão fraco fico na sua presença.
Ele entra na cozinha e senta na cadeira na minha frente não deixando de me olhar, confesso que isso me deixou apavorado, o que ele quer com isso?
-- Só de olhar pra você fico com nojo... e pensar que criei você com tanto carinho pra terminar nisso.
-- Pouco me importa o que vc sente quando me ver. E vamos ser sinceros pelo menos uma vez na vida, o senhor nunca cuidou de mim, nunca se importou comigo e muito menos com o meu irmão, a única coisa que você se importava era com o seu trabalho , que por incrível que pareça continua o mesmo.
-- Não seja ingrato, eu nunca deixei faltar nada pra vocês.
-- É o que você se engana...
-- E o que merda eu deixei faltar,me diga? | Me interrompe, seu tom de voz com sinais de raiva.
-- Carinho, amor, atenção...
-- Pare de viadagem, eu dei pra vocês tudo o que meu pai deu pra mim, ainda fui generoso, se você convivesse com meu pai você não aguentaria um dia.
-- Não é viadagem , só queria que o senhor fosse mais presente, que fosse nos meus jogos de futebol, no campeonato musical, no torneio de karatê, nas reuniões de pais e nas festas dos dias dos pais.
-- Eu não estava vagabundeando por ai, estava trabalhando para por comida dentro de casa e dar tudo de bom pra você e pro seu irmão.
-- Deixa, você não entende mesmo.
-- Viado tem muito pantin mesmo... | Disse rindo e fez eu entender que para meu pai eu não passava disso, nunca vou ser aceito de verdade, e sinceramente não dou a mínima, não quero ficar numa casa em que não sou aceito.
Ia saindo da cozinha quando escuto um carro parar em frente a nossa casa, buzinar e sair em disparada queimando pneu.
Vou olhar o que é e fico transtornado ao ver meu irmão deitado na rua.
-- Paiii. | Grito e vou até ele, olho o seu pulso e pelo que pude sentir estava muito fraco.
Meu pai vem correndo ao ver meu irmão no chão.
-- O que foi?
-- Eu não sei, só sei que ele está morrendo.
CONTINUA...
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Meu Professor - Livro 1 da série "Meu"
RomanceAfonso é um adolencente comum, cheio de defeitos e de problemas também. Seu pai é um jornalista bastante famoso e por isso zela muito por sua reputação, quando ele descobre que seu filho é gay decide mandar ele para um internato e é lá que ele conh...