𝐀𝐧𝐭𝐞𝐬 𝐝𝐨 𝐍𝐚𝐭𝐚𝐥 (Não Leia)

7. Obrigada

O dia começou de maneira estranha para Emma. Ela se levantou, tomou um banho rápido, escovou os dentes e se vestiu, como fazia em qualquer dia comum. No entanto, ao seguir para a cozinha, na intenção de convencer a Sra. Norman a deixá-la preparar o café da manhã, encontrou a Dra. Mills cozinhando sua famosa torta de maçã. Torta essa que Emma havia provado apenas uma vez, quando Henry estava um pouco resfriado e pediu à mãe que a fizesse. Para Emma, a torta reforçava ainda mais sua crença de que Regina era uma deusa, apesar da falta de talento para cozinhar outros pratos.

Somente o cheiro que invadia o ambiente já era maravilhoso, e Emma se sentiu convencida de que aquela, sem dúvidas, era uma comida divina.

— Precisa de ajuda, Dra. Mills? — Anunciou sua presença de forma solícita.

Ela percebeu Regina tensa, ainda de costas, enquanto preparava o recheio da torta. No entanto, logo a mulher relaxou os ombros, embora ao mesmo tempo enrijecesse a postura, o que parecia contraditório. Virou-se para Emma com um sorriso no rosto, mas era um sorriso tenso que não alcançava os olhos. Era a primeira vez que Regina sorria para Emma e, agora que isso acontecia, ela se sentiu desconfortável.

— Não é necessário, Srta. Swan, mas obrigada. — Agradeceu com o mesmo sorriso e uma simpatia que parecia completamente incompatível com sua personalidade usual.

Emma cogitou ter entrado em uma realidade paralela enquanto dormia, mas logo descartou essa possibilidade quando Henry entrou na cozinha, também surpreso com o comportamento da mãe. Ele e Emma trocaram olhares, como se perguntassem silenciosamente o que estava acontecendo. Sentaram-se nos bancos ao lado do balcão da cozinha e observaram-na cozinhar, tentando entender a razão por trás daquele súbito bom humor, embora claramente forçado. "Talvez eu trabalhe para uma deusa louca", pensou Emma.

Depois de alguns minutos, Regina terminou de rechear a torta, colocando-a no forno. Então, finalmente, voltou-se para eles, olhando-os com estranhamento.

— O que houve? — Henry perguntou, sem rodeios.

— O quê? — Ela devolveu a pergunta.

— Você. — Henry disse em tom acusatório. — Está agindo de forma estranha. Não é meu aniversário, nem o seu, nem há qualquer outra ocasião especial, mas você está fazendo torta de maçã.

Emma observava a cena com expectativa, confessando para si mesma que também estava muito curiosa.

— Como sabe, Robin e Roland virão hoje, então pensei em preparar algo especial para eles. — Justificou-se Regina, embora sua explicação não esclarecesse completamente seu comportamento diferente.

— Ah, entendi. — Henry respondeu, desanimado, enquanto descia do banco e saía da cozinha.

Regina suspirou, acompanhando o filho com o olhar até ele desaparecer de vista. Então, voltou-se para Emma com o mesmo sorriso estranho.

— Srta. Swan, precisa de algo? — Questionou.

Até mesmo Emma entendeu o que Regina dizia nas entrelinhas, então se levantou e decidiu procurar Henry para verificar como ele estava se sentindo.

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A torta já estava pronta há tempos, e os Locksley chegariam ao fim da tarde. Quando Emma passou pelo quarto de Henry mais cedo, encontrou o garoto sem ânimo para nada, nem mesmo para o videogame. Ele passou a manhã toda em seu quarto, e ela lhe fez companhia em silêncio. Ele estava sentado na cama, lendo um grosso livro ilustrado, e permaneceu assim até a hora do almoço, quando a Dra. Mills veio informar que a mesa estava posta. Pelo que parecia, ela mesma tinha feito o almoço. Então, Emma e Henry saíram do quarto e seguiram em passos lentos até a sala de jantar. Mais uma provação os esperava, e Emma só esperava sobreviver a mais uma de suas refeições.