13. Família Feliz

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POV' Emma

Ontem os Lockslay, não sei por qual motivo, não vieram. Na verdade, eu até esqueci que sexta-feira era o dia de eles passarem a tarde e noite aqui, me esqueci da existência deles. Porém hoje fui lembrada logo pela manhã, pois a Dra. Mills comunicou que eles virão para o almoço e passarão a noite, indo embora só no domingo à tarde. Fazer o quê né? Nem só de presentes é feito o natal, ao menos o Henry está mais animado hoje.

Apesar de animado, pouco falou com a mãe no café da manhã, o garoto ainda parecia chateado.

Agora estamos no quarto do garoto escrevendo uma estória sobre uma bruxa à procura do amor, eu particularmente não sei nada sobre esse tipo de amor, mas Henry está tomando as rédeas dessa parte do enredo.

Esse parece o momento perfeito para falar com o garoto sobre seu comportamento em relação à mãe.

— Henry.

— O quê? — Ele me olha curioso. — Idéias para a estória?

— Não, na verdade gostaria de te fazer uma pergunta. — Ele parece ainda mais curioso. — Por quê você está tratando sua mãe assim?

— Assim como?

— Você sabe como, por favor não finja que não. — Digo um pouco mais séria.

Ele olha para baixo e dá um longo suspiro antes de voltar novamente o seu olhar para mim.

— Eu não gosto do Robin! - Ele declara.

— Isso eu sei, não é novidade o seu desgosto pelos Lockslay, o que q-

— Não, não. — Ele me interrompe. — eu não gosto do Robin. — Diz dando ênfase a "Robin". — Eu sinto ciúmes da minha mãe com o Roland? Tudo bem, eu sinto. Mas é só isso. — Ele me encara sério. — Mas com o Robin é diferente, eu não gosto dele, nenhum pouco.

— Mas por qual motivo você não gosta dele? — Eu particularmente comecei a não gostar do homem porque o Henry não gosta dele, atualmente não gosto dele pela forma que a deusa fica na sua presença, mas nunca me perguntei antes o motivo de o garoto não gostar dele.

Henry desvia o olhar para a janela do quarto, fugindo da pergunta.

— Henry? — Insisto.

— Ele não será um bom marido, ele não é um bom noivo e não foi um bom namorado. — O garoto diz tudo em um só fôlego e então respira profundamente. — Os adultos acham que a gente não vê as coisas mesmo quando acontecem ao nosso lado, que não percebemos as coisas, mas eu vejo, eu ouço, eu percebo.

— O quê você vê? — Pergunto preocupada.

— Mamãe teve um grande amor na adolescência, tudo que eu sei é que eles terminaram na noite da formatura, mas não é isso que importa. — Ele balança a cabeça negativamente. — A tia Zel também tinha um namorado na adolescência, esse namorado era o Robin. — Ele diz em tom de confidência.

Confesso que fico surpresa com a informação, esse mundo é mesmo estranho.

— O Robin?

— Sim, o Robin. — Ele confirma. — E isso não é tudo, na noite em que minha mãe terminou seu namoro, o Robin terminou com a tia Zel também. — Esse fato não parece muito relevante, só uma coincidência. — E antes que você pense em uma consciência... — O garoto lê mentes? — Eu já ouvi a mamãe e a tia Zel discutindo várias vezes por causa do Robin, a tia Zel sempre diz que o Robin era obcecado pela mamãe desde a adolescência, que ele não é confiável.

— E a sua mãe, o quê diz?

— Ela diz que é complexo de inferioridade da tia Zel. — Ele para, parecendo pensar por um instante. — Embora eu não tenha certeza do quê é isso.

𝐀𝐧𝐭𝐞𝐬 𝐝𝐨 𝐍𝐚𝐭𝐚𝐥 (Não Leia)Onde histórias criam vida. Descubra agora