"Não se preocupe. Eu rapidamente me recuperei do choque de pisar no chão. Foi mais emocionante do que assustador, na verdade".
O pé de Ally desapareceu completamente sob o piso da casa de chá. Tudo o que ela conseguia ver era o joelho, que agora estava exposto devido ao rasgo na meia-calça listrada de azul e branco, revelando um arranhão na pele.
"Oh, chaleiras fervendo! O que é isso?" Ally puxou cuidadosamente a perna para fora do buraco do tamanho de um pé que ela havia feito no chão e se abaixou para olhar dentro dele. Dino, seu gato listrado de vermelho e branco, se aproximou e olhou para a abertura com ela. Eles trocaram olhares curiosos.
A tábua de madeira, que antes estava presa ao resto do chão, estava caída em dois pedaços no fundo do buraco. Ally se abaixou para pegar uma das peças e examiná-la. Estava deformado e descolorido. Ela mostrou a Dino, como se pedisse uma avaliação ao gato.
Dino miou.
Ally assentiu. "Essa foi a minha conclusão também. Devem ter sido danos remanescentes da enchente."
Alguns meses antes, Ally deu uma festa na casa de chá. Foi uma arrecadação de fundos para seu grupo a capella, os Auradonnas. Mas a festa foi um sucesso demais e tantas pessoas apareceram que ela teve que mover todos os móveis para o armário dos fundos para dar espaço para todos. O que Ally não sabia na época era que a mobília estava encostada em um cano de água, que acabou estourando e inundando toda a casa de chá. Aparentemente, algumas tábuas do piso foram danificadas.
Ally suspirou. Ela teria que ligar para alguém para consertar isso. Mas ela não podia se preocupar com isso agora. Ela tinha muito o que fazer para se preparar para a recepção do Spirit Weekend.
Ally estava prestes a jogar a tábua quebrada de volta no buraco quando percebeu algo mais lá embaixo. Era redondo e de uma cor dourada opaca. Ally deslizou a mão no buraco e tentou alcançar o item, mas seu braço não era longo o suficiente. Ela manobrou de bruços e estendeu o braço ainda mais. A mão dela tocou algo frio e metálico; parecia uma corrente. Ela enganchou a ponta do dedo nele e levantou lentamente o objeto.
Ally engasgou quando viu o que estava pendurado na ponta de seu dedo. "Miau!" disse Dino com entusiasmo.
"Sim!" Ally respondeu. "É o relógio de bolso antigo da mamãe!" O relógio voltou e para frente na corrente, e os olhos de Ally e Dino moveram-se de um lado para o outro, seguindo-a.
"Miau?" —Dino perguntou.
"Mamãe deve ter escondido aqui", explicou Ally. Ela se lembrou do relógio de bolso de quando era pequena. Sua mãe sempre lhe dissera que ela ainda não tinha idade suficiente para tocá-lo porque poderia quebrá-lo acidentalmente.
Mas ela certamente já tinha idade suficiente!
Com um latido vertiginoso, Ally ficou de pé. Mas ela deve ter se movido rápido demais, porque o relógio escorregou da ponta do seu dedo e começou a cair de volta no buraco.
"Miau!" Dino chorou ao mesmo tempo que Ally gritou "Não!"
Ally lutou para pegar o relógio, mas ele ricocheteou na palma da mão aberta e por um momento pareceu estar voando pelo ar em câmera lenta, a longa corrente flutuando atrás como se tivesse sido pega por uma brisa invisível. Dino clamou para sair do caminho enquanto Ally mergulhava em direção a ele com as mãos estendidas, sentindo-se como um jogador de torneio tentando bloquear um gol.
Infelizmente, ela nunca foi uma jogadora de torneio tão boa, e o relógio caiu no chão, fora de seu alcance.
"Oh céus!" Ally disse, e ela se adiantou para agarrálo. Ela imediatamente levou o relógio de bolso ao ouvido, ouvindo ansiosamente o leve tique-taque do ponteiro dos segundos. Quando ela era pequena, ela pensava que eram os batimentos cardíacos do relógio. E todo mundo sabe o que acontece quando o batimento cardíaco para.
Ally ouviu e esperou, com o coração na garganta. Ela pressionou o relógio com mais força contra a orelha. Então, finalmente, ela ouviu.
Marcação. Marcação. Marcação.
Ela deu um suspiro de alívio. "Ainda está vivo. Obrigado Senhor. Aquela passou perto. Não vamos contar isso à mamãe.
Com um miado, Dino jurou segredo.
Ally se lembrou de sua mãe, Alice, contando histórias sobre sua época no País das Maravilhas, onde conheceu todo tipo de pessoas e animais divertidos e interessantes. Sua mãe fez amizade com uma lagarta que falava, um gato que desaparecia e até um coelho que usava colete e tinha um relógio de bolso muito parecido com este.
Ally se perguntou se esse relógio teria vindo do País das Maravilhas. Ou talvez tenha sido feito em Tweedleton. Aquela era uma cidade do outro lado de Auradon, onde muitos dos amigos de sua mãe no País das Maravilhas haviam se aposentado. Ally nunca esteve lá, mas sua mãe já havia falado sobre isso algumas vezes. A mãe dela disse a Ally que ela não gostava de ir para Tweedleton.
"É um lugar muito curioso", explicou Alice certa vez. "Um pouco curioso demais para o meu gosto." Ally sempre quis visitá-la para poder ter uma ideia de como poderia ter sido o País das Maravilhas, mas sua mãe se recusou a levá-la sempre que ela pediu. "Essa cidade boba me dá uma cabeçada", disse Alice.
Agora Ally aninhou o relógio contra o peito, levantou-se com cuidado e levou-o até o balcão da casa de chá. Ela o largou, animada por finalmente poder examiná-lo pela primeira vez. O relógio de bolso era adorável. Ally adorava a aparência antiga dele. A maioria das coisas em Auradon parecia nova e brilhante, então isso parecia ainda mais especial. Era feito de ouro que há muito havia perdido o brilho, e os números no mostrador do relógio estavam ligeiramente desbotados. Não que Ally pudesse vê-los muito bem, já que o vidro estava todo manchado.
"Acho que vou limpá-lo", disse Ally para si mesma, virando-se e marchando até o armário onde sua mãe guardava os materiais de limpeza. Ally trabalhava na casa de chá desde criança. Sua mãe sempre a deixava ajudar em diversas tarefas, como assar scones, esfregar formas de bolo e separar folhas de chá. Aliado gostou. Isso a fez se sentir mais próxima de sua mãe.
Ela pegou um pano e um spray de limpeza e borrifou o mostrador do relógio.
"Mamãe vai ficar muito orgulhosa de mim", Ally disse a Dino enquanto esfregava suavemente o vidro. "Não só encontrei o relógio, como também estou limpando para ela! E não quebrá-lo.
Ally puxou o pano e admirou seu trabalho. "Muito melhor. Mal posso esperar para mostrar para Jane!"
Dino pulou no balcão e inclinou a cabeça para examinar o relógio. "Miau", ele disse com aprovação.
"Obrigada", disse Ally. "Concordo. Ainda parece antigo, mas pelo menos você pode ver através do vidro agora."
Ally virou o relógio para estudar a parte de trás, e foi então que ela percebeu algo gravado na superfície dourada. "Olha, Dino, tem escrito aqui." Ela semicerrou os olhos para tentar ler, mas havia muita sujeira para poder ler.
decifre qualquer uma das letras. Ally pegou o limpador e deu uma borrifada na parte de trás. Enquanto ela limpava a sujeira, ela começou a entender as palavras.Sr. WEIDEN
Ally olhou para Dino. "Sr. WEIDEN? Agora, quem você acha que poderia ser?
"Miau?" Dino adivinhou.
Ally sorriu e deu-lhe um tapinha. "Você é tão esperto. Claro! Deve ser o relojoeiro. Eles sempre gravam seus nomes no relógio, não é? Imagino que ele more em Tweedleton com alguns velhos amigos de mamãe.
Só então, a água da chaleira no fogo começou a ferver, soltando um assobio estridente que fez Ally pular. Ela havia esquecido completamente do chá! E, aparentemente, Dino também, porque ele sibilou de surpresa e saltou direto no ar, arranhando furiosamente o nada.
"Dino!" Aliado repreendeu. "Acalmar!"
Mas não adiantou. O gato estava assustado. E assim que ele passou pelo balcão, sua pata acidentalmente prendeu a corrente do relógio de bolso, fazendo-o cair no chão com um golpe horrível.
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Descendentes Escola e Segredos: Ally e o Mistério Maluco
Mystery / ThrillerAlly é a filha da Alice. Ela é peculiar, é divertida e adora resolver um mistério complicado. Quando coisas estranhas começam a acontecer na Auradon Preparatória que ameaçam o grande fim de semana do espírito da escola, Ally está determinado a encon...