Capítulo 11

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POV Ludmilla

Ludmilla ficou tão mexida com a conversa que praticamente não pregou o olho... Embora seus amigos e sua mãe tentassem contato com a negra, ela fez questão de dizer que dormiria fora, dando a entender que estava com alguém, quando na verdade a solidão foi a sua melhor companhia.

A negra passou a noite na oficina... Ali, que lhe remetia tantas lembranças, novamente foi morada pra sua angústia... O que Brunna ainda queria falar? Porque ela não encerrou de uma vez por todas esse assunto?

TOC TOC TOC...

Novamente as batidas em seu portão se fizeram presentes, desta vez não havia dúvida de quem estaria do outro lado, portanto Ludmilla respirou fundo e abriu para que Brunna entrasse.

Brunna: - Oi... - Mediu Ludmilla de cima a baixo. - Você dormiu aqui? - Notou que a negra estava com a mesma roupa do dia anterior.

Ludmilla: - Sim... - Desviou o olhar. - Preferi ficar e resolver umas coisas. - Mentiu. 

Brunna: - Entendi...

Ludmilla: - Bom Brunna, eu só aceitei conversar contigo novamente, porque ameaçou ficar batucando no meu portão e você sabe que eu odeio, mais por favor, seja breve. - Apontou o sofá. - Sente-se.

Brunna: - Eu sei que a conversa ontem não foi tão agradável, acho que seria impossível ser diferente, mais eu tenho um pedido pra te fazer!

Ludmilla: - Hum... - Ergueu uma sobrancelha.

Brunna: - Preciso que me ouça, depois eu te respondo o que quiser, mais me deixe falar tudo primeiro, pois se iniciarmos mais uma briga, de novo esse assunto vai ficar de lado.

Ludmilla: - Não entendi...

Brunna: - Ontem eu vim conversar contigo, não sobre nós, o assunto era a nossa filha e por fim acabou que o objetivo não foi concluído. - Respirou fundo. - Não quero sair daqui sem fazer o que planejei, por isso eu te peço, deixe-me falar tudo, sem interrupções, por favor!

Ludmilla: - Está bem!

Brunna: - Não vim brigar Ludmilla...

Ludmilla: - Também não quero brigar, estou realmente exausta! - Olhou para o chão, evitando encarar quem tanto amava.

Brunna: - Bom... - Suspirou. - Vamos lá! - Assentiu. - Ludmilla, quando eu fui embora daquele jantar e fiquei por 5 horas esperando algum sinal seu, ali eu fui decidindo como seria viver sem ti. - Engoliu seco. - Fiz uma pequena mala, entrei no carro e dirigi pela cidade, até ver uma placa escrita São Paulo, me dando a ideia perfeita de que a melhor saída era não estar no mesmo Estado que você... Eu só queria sumir!

Ludmilla: - Hum...

Brunna: - Assim que eu cheguei em São Paulo, mandei uma mensagem pra minha mãe, avisando que estava bem e que mudaria de número, pois não queria te dar a chance de me encontrar... Nunca mais! - Olhou para suas mãos que estavam trêmulas. - Aquele primeiro mês, como eu te disse ontem, foi o pior de toda a minha existência, eu pesquisei remédios, visitei prédios e até pesquisei rios ou praias... - A loira não se orgulhava daquilo. - Queria tirar a minha vida, pois parecia não ter sentido viver sem ti... Eu fui no fundo do poço e fique lá por dias, até que em uma tarde qualquer, prestes a acabar com tudo, resolvi ir no Parque Ibirapuera, escrever uma carta de despedida.

Flashback on

Andando de um lado para o outro naquela imensidão verde, tudo parecia alegre demais pra cena triste que aconteceria em algumas horas... Brunna sorria e chorava ao mesmo tempo, a vida parecia ser bela demais, ao menos nos olhares daquelas crianças que corriam e gritavam sem cessar.

Só o amor cura... (G!P) - BrumillaOnde histórias criam vida. Descubra agora