Capítulo 39.

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Os próximos dias conseguem, de alguma maneira, ser ainda piores do que eu achei que seriam.

O colégio parece vazio sem a Hailee aqui e, como eu esperava, fiquei tempo demais procurando por ela no Google. Até configurei um alerta, o que parece um tipo especial de atitude patética.

Toda vez que falo com o meu pai por Skype percebo que ele sabe que algo aconteceu, mas eu ponho a culpa da minha tristeza geral no colégio, no clima, em estar com saudades de casa, o que é verdadeiro em parte. Voltar para casa no Natal parece muito bom agora, e começo a contar os dias com uma grande caneta vermelha em meu calendário. Mas ainda tenho vinte e nove dias pela frente, e agora me arrasto de volta para meu quarto depois de uma aula à tarde e jogo a mochila sobre a cama.

Com um suspiro – de uns tempos para cá me tornei a campeã dos suspiros –, abro o notebook. Tem um e-mail do Louis, uma chamada perdida por Skype do meu pai e...Outra mensagem da Ellie pelo Hangout. 

Essa diz apenas: Pensei em você hoje. Espero que esteja se divertindo aí na Bela Escócia!

A mensagem foi enviada há apenas três minutos e, sem me deixar pensar demais sobre o que responder, eu respondo: Oi. Sim, as coisas estão boas por aqui.

Ela responde em um instante. Muitos unicórnios? 

Sorrindo, eu digito de volta: Uma surpreendente falta deles, infelizmente.

E ela responde: Que pena! 

Encaro a tela, imaginando o que dizer em seguida, quando chega outra mensagem.

Saudades.

O cursor fica piscando na tela. Essas palavras da Ella são definitivamente bem-vindas, e percebo que sinto saudades dela também. Mas... não como eu sentia antes. Eu sinto falta da minha amiga Ella, não da minha quase-namorada Ella. 

Porque, por mais que eu tenha sentido algo real por ela – e por mais que vê-la de volta com Mason tenha sido muito doloroso –, sempre estive na corda bamba com ela. Eu nunca soube o que a gente realmente era ou como ela se sentia, não importava o que Ella dizia sobre sermos um "nós". 

Ella não havia nos chamado de nós, mas eu sentia que éramos.

Meus dedos se movem velozes. Não estou mais com raiva. Sobre o que aconteceu nesse verão. Eu nem sei se estava brava, eu acho. Machucada? Não sei. Mas eu gostaria que fôssemos amigas novamente, se for possível. E então, após um momento, acrescento: Mas apenas amigas desta vez. 

Desta vez a resposta dela leva um tempo para chegar. Desculpa, (S/n). De verdade. Desculpa muito mesmo . E eu gostaria que voltássemos a ser amigas também. Além disso, eu vi que você tem uma nova namorada chique agora, lol. EVOLUÇÃO

Meus dedos deslizam sobre as teclas, imaginando como eu deveria contar a Ella o que aconteceu com Hailee, mas, antes que eu comece, ouço uma batida na porta. Já volto. Digito, então saio da cama para abrir a porta.

Preciso de um momento para que minha mente absorva quem estou vendo.

É Griffin.

Ele está meio desgastado, sua camisa um pouco amarrotada, seu rosto com a barba por fazer, mas é ele, definitivamente, encostado no batente da porta.

— Colega Quint — ele diz com um sorriso fraco.

— Irmão Griffin — respondo, e seu sorriso se alarga. 

Eu espanto o choque e o chamo para dentro.

Logo percebo que não tenho ideia do lugar em que ele deve se sentar, já que as únicas opções são a cama – boa, maior – e a cadeira da escrivaninha – provavelmente mais apropriada. No fim das contas, eu não preciso oferecer porque Griffin toma essa decisão ele mesmo, sentando-se pesadamente na ponta da minha cama, seus cotovelos apoiados nas coxas abertas.

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⏰ Última atualização: Oct 03 ⏰

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