Capítulo 5

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SOPHIA:

Já é noite, e mas uma vez meu pai e minha tia brigam, eu estou com medo, com muito medo, essas brigas sempre sobram pra mim.

Minha tia sempre me bate depois dessas brigas, ela fica muito mal.

Eu só preciso ficar quieta, bem quieta.

Ouço um vidro ser quebrado e dou um pulo de susto, estou toda enrolada em meu cobertor bem encolhida.

Meu primo não está em casa hoje, ele sempre dorme fora de casa, eu ouço por ai que ele fuma drogas e rouba pessoas, mas eu nem toco nesse assunto nunca.

—É ISSO MESMO, SUA FILHA É UMA VADIA._ ouço minha tia falar.

Eu acho que estão falando de mim, eu tô com medo, muito medo.

....

Faz um tempo que a briga acabou, eu continuo na mesma posição.

—Vamos sua imprestável, levante logo._ minha tia tira meu cobertor puxando ele._ você vai lavar toda louça e vai lavar o banheiro também.

—Mas são 3 da manhã._ eu falo.

—Não importa, vamos, vamos, vamos.

Eu levanto rapidamente, e vou correndo lavar toda a louça.

....

Acabei de lavar o banheiro, já são 5 da manhã, agora eu irei tomar banho e vou descer para a oficina de meu pai.

Vejo meu pai chegar em casa, ele está com uma carranca no rosto, eu acho que está bêbado, ele sempre sai de casa para beber quando briga com minha tia.

Ele olha para mim e seu olhar se transforma em um olhar de ódio.

— Você. Vai. Embora. Da minha casa. AGORA!!_ele fala furioso em pausa e gritando a última palavra.

Eu dou um pulo de susto.

— Oque aconteceu papai?

— VOCÊ É UMA VADIA, EU NÃO QUERO VER VOCÊ NA MINHA CASA, NUNCA MAIS.

— Mas...mas eu não fiz nada papai_ falo com os olhos cheios de lágrimas.

— VOCÊ VAI MORAR NA RUA A PARTIR DE AGORA._ Meu pai me pega pelo braço com força._ Você vai subir até o seu quarto, e vai pegar suas roupas, eu não quero você mais aqui.

Ele sai me puxando pelas escadas.

—Papai está me machucado, por favor pare._ eu já estava aos prantos.

Ele me joga no chão do meu quarto com brutalidade.

— Quando eu voltar aqui eu não quero mais ver você na minha casa._ ele sai do quarto me deixando sozinha chorando, enquanto arrumo minhas roupas.

Vejo minha tia parada na batente da porta, olhando para mim com sorriso debochado.

— Então seu pai abriu os olhos não é?_ela da uma risada sincera._ Oh não, eu que abri os olhos dele.

— O que você falou ao meu pai?

— Só a verdade querida, e no fundo ele sabe, pois ele fez isso._ ela ri e sai do meu quarto.

....

Estou perambulando pelas ruas da cidade, ainda estou chorando, e não estou conseguindo entender o porquê de meu pai ter me expulsado de casa.

Chego até a casa de vovó Piedade, eu poderia ir para a casa de Vitória, mas ela tem uma vida tão boa, eu não quero a meter em problemas.

Bato na porta dela.

— Oque aconteceu minha filha? Porque está chorando?_ Vovó Piedade me perguta ao abrir a porta.

— Ele me expulsou de casa Vovó._ eu choro sem parar.

— Oh querida, venha entre.

— Eu não tenho onde ficar, eu não sei  o que fazer.

— Calma Sophia, você pode ficar aqui.

— Eu não quero incomodar você Vovó.

— Isso não é incomodo nenhum meu amor.

— Obrigada._ eu deito no colo dele choro até adormecer.

....

Faz quase um mês que estou morando com Vovó Piedade, ela é muito boa, claro que eu ajudo ela a costurar as roupas mandadas pelos clientes.

Estou procurando urgentemente um emprego, minha vida está bem tranquila, e está sendo muito melhor do que quando eu morava com meu pai e minha tia.

— Você soube do filho do senhor Figueredo?_ Vitória fala enquanto mexe em seu aparelho que ela chama de celular.

Vitória está sempre vindo pra cá me visitar, está até melhor porque quando eu morava com meu pai ele não deixava ela me visitar.

— Qual filho, o José Bento ou Miguel?

— Nenhum desses dois, ele tem outro.

—O senhor Figueredo tem outro filho?! Como assim?! Eu não sabia.

O senhor Figueredo é simplesmente o homem mais rico desta cidade, ele é praticamente dono da maior parte dessa cidade, ele tem uma fazenda que não é muito longe daqui, e tem uma empresa de laticínios.

— Tem sim loirinha, e vou logo falando que esse filho é um pedaço de mal caminho em, só não é mais bonito do que o Bento, jamais._ eu dou uma risada.

Vitória sempre teve uma queda por Bento, e até que ele é bonitinho, tem pele clara olhos azuis e cabelos castanhos, ele até me lembra aquele moço com quem eu esbarrei na rua a umas semanas atrás.

Aliás eu nunca mais vi ele depois disso, acho que ele só estava de passagem por aqui.

— Meninas, venham comer um bolo que preparei, Sophia minha querida, descanse um pouco, está ai o dia todo._ vovó piedade fala pois estou o dia todo costurando um vestido que a cliente dela pediu.

— Já estou acabando vovó._ falo indo em direção a cozinha, me sentando na mesa e comendo o bolo com Vitória e Vovó.

— Céus estou louca para arrumar um emprego, amanhã eu vou novamente procurar um por aí._ Vitória fala enquanto mastiga.

— É a Sophia também está procurando um, vocês podem ir juntas não?_ vovó sugere.

— Claro que sim, vamos Sophia?_ Vivi fala.

— Mas a vovó precisa de ajuda..._ sou interrompida.

— Para com isso menina, eu me viro, além do mais eu sempre fiz tudo sozinha antes de você vim morar aqui.

— Ok então eu vou._ Vitória grita comemorando e eu solto uma risada e vovó também.

_ Vitória grita comemorando e eu solto uma risada e vovó também

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