Capítulo 2

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SOPHIA:

-SOPHIAAAA_ouço meu nome ser chamado pela décima quinta vez só nessa manhã.

Hoje a mecânica do meu pai está muito cheia, não sei, parece que os carros e as motos escolhem o dia em que vão quebrar ou dar defeitos.

-Oi papai, estou aqui_ meu pai é um homem neutro, ele não é muito amoroso, mas também nunca me tratou mal, ao contrário da minha tia que só me maltrata.

Meu pai era casado com minha mãe Cristina, mas infelizmente ela morreu ao me dar a luz, então minha tia Lúcia que sempre foi apaixonada por meu pai, manipulou ele para casar com ela.

-Sophia você vai lavar aquele carro com teu primo, enquanto eu conserto o motor dessa moto velha aqui.

-Tudo bem papai_vou em direção ao carro, e meu primo vem logo atrás.

Meu primo é filho da minha tia, então ele é praticamente meu irmão, mas eu não gosto dele, eu tenho poucas lembranças dele de quando eu era criança, e todas elas eram ruins.

As brincadeiras que ele fazia eram pesadas, tocando de forma indiscreta no meu corpo, e com muito carinho, carinho até demais.

Ele é um jovem de olhos verdes e cabelos loiros e ondulados igual o meu, não é muito forte, é bem magro, e tem um rosto sombrio.

Eu começo a lavar o carro, enquanto penso no homem em que esbarrei ontem, ele era tão lindo, os olhos azuis claros, cabelos castanhos e ondulados, ele era bem forte, boca com formato perfeito, nariz proporcional para o rosto, ele era igual os príncipes que eu assisto ou leio nos livros de contos de fadas.

No momento em que eu esbarrei nele, eu estava correndo de um homem estranho, ele estava mexendo comigo na rua, me chamando de gatinha e correndo atrás de mim.

Eu ja estou acostumada com isso, as pessoas dessa cidade acham que eu sou uma garota desamparada, graças a minha família tóxica e nada saudável.

Mas até que eu sou feliz, existe famílias piores por ai, e pessoas que até fome passam.

Sou grata a Deus por pelo menos ter um pai que põe comida na mesa, e é minimamente presente na minha vida.

.....

O tempo passa rápido e eu nem percebo, ja estou fechando a loja de meu pai no final da tarde.

-Vitória!!!_ grito ao ver minha melhor amiga.

-Oi loira falsificada_ ela vem me abraçar.

-Eu estou suja Vivi _ eu me afasto.

-Eu não me importo, eai vamo pra minha casa?

-Sim! Meu pai deixou!_ dou pulinhos de alegria.

Meu pai é um pouco conservador, é difícil ele me deixar dormir em casa de amigas.

-Então tá esperando oque? Vamos logo loirinha!

Corro até meu quarto pegar minha mochila ja pronta, desço as escadas correndo.

-Vamos, vamos, antes que meu pai mude de ideia._ela ri da minha felicidade e corre comigo até o carro.

....

-Ai eu tô tão feia hoje _ Vitória fala se olhando no espelho.

Vitória é uma menina muito bonita, tem a pele escura, cabelos cacheados volumosos, olhos castanhos escuros, um corpo com curvas e um rosto perfeito.

-Tá feia nada, você tá linda como sempre.

-Ah obrigada, mas não precisa mentir _ ela finge um choro falso me fazendo rir.

-Tá mas agora vamos dormir, já está tarde, e precisamos acordar cedo amanhã lembra? Iremos a loja da vovó piedade.

Vovó Piedade é uma senhora muito simpática que nos ajuda com roupas, ela é costureira, e nos dá várias roupas que não usam mais.

Sim a Vitória também é pobre, igual a mim, mas a diferença é que a família dela é saudável.

-Boa noite Soso_ Vitória fala apagando a luz.

-Boa noite Vivi!_ eu falo tentando dormir, mas com o homem dos olhos azuis na minha cabeça.

-Boa noite Vivi!_ eu falo tentando dormir, mas com o homem dos olhos azuis na minha cabeça

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