capítulo dois. aconchego, surtos e desamparos do passado.

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capítulo dois. aconchego, surtos e
desamparos do passado

A verdade é que os sentimentos verdadeiros sempre vão ficar dentro do peito por muito tempo

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A verdade é que os sentimentos verdadeiros sempre vão ficar dentro do peito por muito tempo. Eles podem mudar, eles podem ir. Mas as marcas e cicatrizes sempre ficam. Asuka definiria seu amor pelo vôlei exatamente assim. Seu peito, seu mais profundo amor sempre foi totalmente dado ao vôlei. Seu esforço, seus exercícios malucos, quando ela passava madrugadas a fio treinando com suas colegas. Tudo isso era por que ela amava, nunca sequer um dia tinha sido uma obrigação, mesmo com muitos jogos difíceis, mesmo com oponentes complicados, sempre foi por amor, sempre.

Quando ela se machucou o sentimento de esforço foi jogado ao lixo. A realidade era que seu peito estava vazio agora. O amor pelo vôlei permanecia, mas agora sem sentido. Após ter se machucado ela se sentia insuficiente para continuar como atleta. Ela estava com medo, medo de falhar novamente, medo de se machucar e nunca mais conseguir se recuperar. Ela não se importava de passar o resto da sua vida na cadeira de rodas, na verdade, não se importaria se não amasse tanto o vôlei como ela ama. Ela não suporta o fardo de ter carregado o nome da maior líbero da Karasuno, ela não consegue aguentar ter que sempre voltar ao passado todas as vezes que vê aquele maldito jornal na parede de sua sala.

Que covardia, uma ex-atleta não suportar nem passar na frente de uma quadra e escutar os sons da bola de vôlei batendo no chão. Tudo isso fazia ela angustiar. Dois meses após sua recuperação ela não conseguia nem olhar para a cara de suas colegas de equipe. Ela foi grata pela ajuda de todas, mas sua ansiedade não a permitia olhar elas no rosto pela tamanha vergonha que sentia por ter falhado. Por ter falhado e não querer voltar atrás.

Um tapa na cara foi depositado no seu rosto. ── Você não pode só esquecer que a gente existe. ─ Lágrimas desciam da bochecha de Eri, e Asuka arregalava os olhos ao ver a atitude da colega. O clima já estava ruim desde que a equipe inteira de vôlei decidiu ir atrás de Asuka. Após a roxeada apenas ignorar todas elas, a irritação subiu no sangue de Eri. ── Eu tentei e entendo seu lado, mas você só está fingindo esquecer todas nós. Nossa equipe, nossa família! A gente ficou do seu lado o tempo todo... Asuka, por Deus.

A roxeada nunca teve paciência, era difícil manter a calma. E a terapia geralmente ajudava durante as crises que a garota tinha. Quando jogava na equipe da Karasuno ela estava se tratando e conseguindo manter relacionamentos melhores sem descontar sua raiva nos outros. Mas após seu acidente ela não continuou seu tratamento. E acabou que algumas dores que ela sentia acaba descontando nos outros.

── Quem é você para dizer que entende meu lado? Vocês nunca vão me entender mesmo tentando! ─ A roxeada grita, com lágrimas descendo na maçã de seu rosto. ── Vocês continuam me convidando para jogar vôlei, vocês continuam me puxando para aquela quadra... como podem dizer que me entendem? Eu não suporto isso. Eu não aguento lembrar que eu falhei, que meu esforço foi em vão. E que se eu voltar a jogar eu posso me machucar de novo. Eu nunca vou conseguir jogar de novo sem sentir que minha perna vai se rachar de novo. ─ A ansiedade era perceptível na voz da garota, e suas mãos tremiam freneticamente. Eri não suportou a cena, e sem dizer nada, apenas a abraça fortemente.

BROKEN. yu nishinoyaOnde histórias criam vida. Descubra agora