capítulo quatro. a precipitação me trouxe aqui, o que resta é aceitar.

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capítulo quatro. a precipitação me trouxe até aqui, o que resta é aceitar.

A família de Asuka podia ser descrita com uma só palavra: "confusão"

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A família de Asuka podia ser descrita com uma só palavra: "confusão". Não é que seus pais eram ruins, só eram perdidos. Sua mãe e seu pai se separaram quando a garota completou seus dez anos e seu irmão tinha apenas cinco, mas para falar a verdade seu pai nunca saiu da residência onde viviam antes. O homem mora na parte de cima e sua mãe na parte de baixo, mas mesmo assim quase nunca se encontram e nem ao menos se falam, eles descrevem esse motivo como respeito mas Asuka diria que eles ainda sentem algo um pelo outro.

O único dia que eles se falaram após seis anos foi quando Asuka sofreu sua lesão no vôlei. O amor de Asuka pelo vôlei era do conhecimento de todos da família, até os mais distantes. A certeza era que ela seria profissional, e seus pais davam tudo que eles tinham para esse sonho virar realidade. Como seu pai nos fins de semana indo ao parque para jogar com sua filha, seu irmão treinando com ela, sua mãe comprando tudo que é tipo de equipamento. No dia da lesão o baque tinha sido forte para Asuka, mas para sua família foi desastroso.

A preocupação era além de Asuka não çonseguir jogar mais seu tão amado vôlei, era como sua mente ficaria, como as coisas iriam acontecer, se eles teriam o dinheiro suficiente para lidar com os gastos que estavam saindo além das custas no hospital. Foi uma longa recuperação, e eles tinham que demonstrar calma para não assustar ainda mais a mente de Asuka que já estava frágil com os acontecimentos.

Quando Asuka começou a andar de cadeira de rodas a garota ficou muito irritada com muitas coisas. Talvez tenha sido a fase de sua idade misturada com o trauma que ela teve, o medo que ela sentiu e tudo o que estava passando com ela. Seus pais eram os únicos que ficavam o dia todo com ela e tinham que ver sua mente abalada. A garota ficava no seu quarto, e tinha jogado todas as bolas de vôlei no lixo, tudo o que ela tinha de vôlei tinha sido jogado fora.

Mas a verdade era que sua mãe guardou tudo quando viu aquele dia no lixo, guardou escondido em uma caixa por ter esperança de que sua filha conseguiria passar por isso, mesmo que não voltasse a jogar.

Seus pais voltaram a se falar por que toda  a estrutura estava quebrada. A mulher passou várias noites pedindo para o homem descer as escadas e ficar com a família. As vezes aconteciam abraços e choros longos, como crises. E Asuka certos dias via aquilo acontecendo, ela via o que ela causou para si e para sua família.

A raiva não era do vôlei mais, só sentia tristeza pelo esporte. Estava com raiva de si mesma.

Muitas vezes não respondia nenhum dos seus parentes, ignorava mesmo com tantos chamados e quando eles ofereciam comida. Era uma situação complicada. A primeira pessoa que ela respondeu após a lesão foi seu irmão mais novo, quando ele a abraçou e ela não suportou o que tanto segurava, o choro.

Ela era orgulhosa, teimosa e muitas palavras ruins. Mas aquilo a abalou como um tiro no peito que a bala nunca mais pudesse ser tirada, como se o machucado fosse tão forte e ela tivesse que sentir até ir morrendo aos poucos. Não conseguia suportar o fato que podia estar sendo dramática ou que qualquer coisa pudesse estar a abalando, ela não podia acreditar.

BROKEN. yu nishinoyaOnde histórias criam vida. Descubra agora