histórias de balada.

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Quinta-feira, 23:45

Fernanda é uma pessoa realmente complexa. Poderia ser descrita até mesmo como fria pela aqueles que não tivesse o interesse necessário em conhecê-la. Pitel teve.

Giovanna era para Fernanda como um apoio que não teve quase que toda sua vida, até então. Era a calma que ela não tinha - mas precisava -, o amor e doce que ela não havia recebido e uma pitada de sabedoria nos momentos de raiva.

Deitada ao seu lado todos os dias, Fernanda respirava mais profundamente e limpo quando podia escutar a respiração da outra mulher.

- O que foi que você estava conversando com a Alane hoje mais cedo? - Perguntou a cacheada enquanto retirava sua maquiagem.

Fernanda estava lixando a unha, sentada na cama esverdeada do quarto gnomo.

- Hm? - Murmurou quando foi tirada de seus devaneios.

Desde o episódio da festa passada, Alane e Fernanda não conversaram muito. Decidiram que foi apenas um momento de "Calor humano" oferecido por Fernanda naquele instante inevitavelmente empático.

Porém, as duas estavam tendo conversas simples durante os dias. Fernanda acreditava que isso era algo irritante em seres humanos, a impossibilidade da indiferença depois de um vislumbre de um bom momento.

Ainda era sim, apenas o necessário. As vezes, uma trombada estranha ou uma intromissão impensada em um assunto. Hoje por exemplo, Fernanda comentava sobre um filme na cozinha e Alane disse que havia lido o livro, comentou sobre e Fernanda foi magneticamente puxada para uma breve conversa com a bailarina.

- Vi vocês duas com altchos papos na cozinha hoje de manhã.

Fernanda pigarreou.

- Foi apenas ela me dizendo um pouco sobre um livro que ela leu - respondeu simples.

- Ela anda toda simpática com você.

Fernanda torceu o rosto.

- Acho ela bem da esperta - complementou Pitel.

Aquilo fazia sentido. Fernanda achava Alane muito conveniente e muita das vezes boazinha demais. A visão argilosa que tinha da garota havia passado a um tempo, mas era impossível achar que aquilo não era um personagem de boa moça.

As vezes a carioca tinha vontade de saber como seria Alane fora do personagem de bonequinha. Imagina ela sendo uma garota muito segura de si e com muitos caras em seu pé, mas ainda assim sendo muito difícil.

- Eu também, não pense que eu mudei minha visão sobre ela. Só que tem momentos que não é sobre jogo.

Pitel riu.

- Eu te entendo, o fadas é bem simpático quando quer.

- Mesmo assim, prefiro a amargura desse quarto - sorriu.

Realmente sentia que o fadas era um grupo onde ela nunca se encaixaria. Pensava o mesmo sobre sua amiga Pitel e pensava de vez em quando como nada jamais poderia ter sido diferente.

Amanhã teria uma festa novamente e pensava como seria bom descontrair um pouco. Essa semana foi agitada e ela estava louca para colocar as mãos numa Ice gelada.

Do outro lado, tudo continuava mágico.

Alane se preparava para se recolher enquanto Bia comentava animada sobre a festa de amanhã.

- A Fernanda poderia sumir cedo amanhã - brincou a vendedora.

Alane riu fraco.

- Conversei com ela hoje, ela é muito simpática quando quer.

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