Já faziam longos minutos que eu estava sentada enfrente ao Sukuna bebendo meu café em silêncio. Ele não questionou nenhum momento sobre a minha vontade repentina de nos encontrarmos e isso foi um alívio para mim.
Ao terminar de digerir tudo que escutei, eu apenas direcionei meu olhar até ele e mordi meus lábios disfarçadamente. Porque eu tinha o chamado? Não havia nada para conversarmos, ou tinha? Depois que a poeira abaixa é quando nos damos conta das impulsividades que cometemos. Entretanto, algo dentro de mim diz que ele é quem tem algo para me contar.
— Me desculpa se atrapalhei o que estava fazendo.
— Não esquenta, eu estava atoa, você quem me parece abatida. Dia ruim no país das maravilhas?
— País das maravilhas?
— É a forma que eu chamo aquele lugar desprezível — Deu um sorriso cínico — Fingem ser bom samaritanos mas não passam de um bando de hipócritas.
— Ah ... Eu ... Ouvi eles falarem sobre mim e bom, você estava querendo se encontrar comigo. Juntei o útil com o agradável.
— Fez uma boa escolha — Vejo ele se virar para atendente e pedir mais duas xícaras de café — Estava querendo marcar esse encontro desde o dia que coloquei meus olhos em você nesse lugar.
— Me achou atraente? Você veio com um flerte tão mixuruca — Revirei os olhos.
— Eu estava brincando com a sua cara, idiota — Apoiou o rosto em sua mão — Além disso, não irei dar em cima da filha dos caras que eu matei.
Sinto meu corpo gelar com a sua fala, meu coração deu uma balançada e meus ouvidos parecem zumbir. A expressão de Sukuna era séria, ele não aparentava estar brincando e eu me sentia confusa até onde ele queria ir com essa revelação tão... de repente.
— O que você quer de mim?
— Dizer a verdade — Jogou o corpo para trás contra a cadeira — Estava a um tempo te caçando, mas não encontrava nenhum rastro seu.
— Qual o sentido disso? — O encarei aterrorizada em como ele não parecia estar nenhum pouco incomodado em ter revelado um crime — Porque estava me procurando para dizer que foi o responsável pela morte deles?
— Vai continuar com o seu chilique ou me deixará explicar? — Revirou os olhos irritado — Seus pais eram um monstros, não me arrependi nenhum pouco de ter colocado um fim neles. Eram duas pessoas brincando de serem deuses que a todo instante usavam pessoas como cobaias de seus testes, você foi uma das primeiras... Mas não foi a última.
— V-Você trabalhava com eles?
— Trabalhava — Fez uma cara enojado — Eu ajudava a salvar a vida de alguns humanos que possuíam quadros reversíveis e tinham grande potencial, o que eram poucos. O seu clã maldito faziam de tudo para manter a linha de feiticeiros, sendo que não passavam de experimentos que foram passados de geração a geração. Todos eles são modificações genéticas.
Minhas mãos tremiam e minha ansiedade atacava, cada segredo que estava escondido por baixo dos tapetes.
Horrorizada e com o estômago embrulhado. Mentira. Minha vida era uma mentira. Apesar de todos os anos no orfanato e a recém vida que criei na escola Jujutsu, eu estou o tempo todo vivendo de mentiras. Quem está dizendo a verdade? Em quem eu posso confiar? Olho as pessoas ao meu redor mas não escuto mais nada. O assassino dos meus pais está a minha frente; Gojo e Geto se aproximaram para que eu não me rebelasse contra os feiticeiros; eu estou perdendo o tempo todo pessoas que amo.
Sinto minhas mãos serem tocadas por Sukuna mas não consigo recuar, ele se levanta deixando o pagamento da mesa e me guia até sua moto em silêncio. Porque eu estou seguindo ele? Deveria correr, mas correr para onde? Tantas perguntas sem resposta. Minhas mãos envolvem sua cintura e fecho meus olhos deixando que o dia de hoje se apague em minha mente ou que meu sangue se transforme em veneno ao ponto de me matar. Porém, quando novamente abro meus olhos, estamos em uma praia quase que deserta, com poucas pessoas presentes mas em uma certa distância de nós.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐓𝐑𝐀𝐈𝐓𝐎𝐑 | 𝐒uguru 𝐆eto
Fanfic- 𝑽𝒐𝒄𝒆̂ 𝒎𝒆 𝒕𝒓𝒂𝒊𝒖... - 𝑨𝒑𝒆𝒏𝒂𝒔 𝒅𝒆𝒗𝒐𝒍𝒗𝒊 𝒐 𝒑𝒓𝒆𝒔𝒆𝒏𝒕𝒊𝒏𝒉𝒐. - 𝑮𝒂𝒓𝒐𝒕𝒂, 𝒗𝒐𝒄𝒆̂ 𝒆́ 𝒖𝒎𝒂 𝒃𝒂𝒊𝒕𝒂 𝒕𝒓𝒂𝒊𝒅𝒐𝒓𝒂. - 𝑵𝒂̃𝒐 𝒔𝒐𝒎𝒐𝒔 𝒎𝒖𝒊𝒕𝒐 𝒅𝒊𝒇𝒆𝒓𝒆𝒏𝒕𝒆𝒔.