2 . Vulnerável

26 4 1
                                    


☀️•𝑨𝒏𝒏𝒂𝒏𝒅𝒂

Já são seis mêses de nova regência no Alemão,foi um tempo que passou voando, em um piscar de olhos os dias se foram e nada de ruim aconteceu.

Na verdade,meus medos foram inválidos,
o novo chefe não demonstrou ser alguém
ruim,ele é muito diferente do Maral,não vive intimidando a comunidade,ou colocando banca de bandido.

Confesso que um grande peso saiu de minhas costas,o medo foi sumindo aos poucos,dando lugar á sensação de segurança ao sair de casa.

Ele tá ajudando o Alemão a progredir.As vezes quando estou indo trabalhar dou de cara com ele jogando com os garotos,ou cumprimentando as pessoas mais velhas,
perguntando se tá tudo bem,se estão precisando de alguma coisa.

Hoje mais cedo eu o vi,ele estava com os mesmos caras que anunciaram o seu nome  a seis meses,e sinceramente,não foi algo agradável,percebi que estava sendo encarada.

O balcão a minha frente estava limpo,não havia como não estar,usei ele para espantar os pensamentos que me rodeiam.Hoje estou trabalhando em um bar fora do Alemão,onde a atmosfera pesada pairava no ar.

Os dias ali são sempre repletos de problemas: brigas e clientes indesejados. É um ambiente que eu só estava porque era necessário.

O bar é conhecido por atrair pessoas problemáticas, e não quero arriscar minha segurança nem me tornar um alvo. É uma verdade incômoda que preciso ocultar, evitando qualquer menção ao meu verdadeiro lar.

— Você acha que pode me encarar, seu merda? Eu te conheço, sei quem você é! — A voz masculina sobressaiu, chamando atenção.

— Melhor acalmar os ânimos. — Um outro cara em uma mesa próxima a dele diz.

— Acalmar os ânimos? Filho da puta, desde que entrei aqui você tem me enchido o saco.

Eles continuam trocando insultos e se aproximando perigosamente.

— Ei, ei, vamos manter a calma por aqui, pessoal. Não precisamos de confusão. — Seu Antônio - meu chefe - Se põe entre eles.

— E quem é você para me dizer o que fazer? Fique fora disso! — O estressadinho aponta o dedo para ele.

— Eu sou o dono desse antro, e não vou tolerar esse tipo de comportamento.Se quiser briga,a rua é ali.

O homem alterado o olha com raiva, mas finalmente recua e se afasta, murmurando ofensas enquanto sai do bar.

Não a um só dia que não aconteça algo por aqui,já me acostumei com as situações que a vida proporciona.

— Ei, beleza? — Ergo meu rosto, dando de cara com um cliente.— Desculpa,mas não pude deixar de notar você trabalhando aqui. Devo dizer, você é a mulher mais bonita que já vi

Sou pega de surpresa,mas encaro gentilmente o homem a minha frente. Ele parece estar na casa dos quarenta e tem uma expressão facial desagradável.

— Ah, obrigada pelo elogio. Posso ajudá-lo com alguma coisa?.

— Você tem namorado? Porque eu adoraria te levar para sair. — Ele me olha fixamente.

— Na verdade, não estou interessada. Mas posso te indicar uma boa bebida, se quiser. — Estou desconfortável,mas mantenho a compostura.

— Ah, vai me dizer que uma mulher bonita como você está sozinha? Não acredito nisso. — Continua falando.

— Acredite ou não, é verdade. Agora, sobre essa bebida...— Forço um sorriso.

2NN - Complexo Do Alemão Onde histórias criam vida. Descubra agora