Capítulo 3

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As folhas do telhado do abrigo em que Aneliese se encontrava balançavam ferozmente, fazendo a despertar, desejando que tudo que tinha lhe acontecido fosse apenas um sonho, até que um cheiro incomum tomou conta do espaço e depressa saiu para fora. Próximo aonde estava, avistou Edward cortando folhas e mexendo-as em uma vasilha feita de barro, aproximando-se, disse:

_ Que gororoba é essa?

_ Bom dia pra você também, princesa. Fiz o seu cafe da manhã

_ Tá parecendo mais um veneno!

_ Ei, assim fico ofendido. Voce não sabe o quao gostoso ta isso aqui, sou um chefe de cozinha nato

_ Você quer é me matar, isso sim

_ Ta bom, já que você não quer, sobra mais pra mim.

_ Eu nao disse isso. Estou morta de fome!

_ Que pena! Agora é tudo meu! -Falou levantando a vasilha pra cima

_ Como sua princesa, ordeno que me dê! -falou tentando pegar a vasilha de suas mãos. Mas ele era muito alto para ela conseguir alcançar

_ An? Acho que não te ouvi aqui de cima, minha princesa! - Tentando alcança-lo, sem querer, ela o empurrou, fazendo com que ela caísse em cima dele.
Logo, estava cara a cara com ele de novo. Tão proximo que podia sentir as batidas do coração dele aceleradas. Sentindo-se estranhamente paralisada, Aneliese esboçou um sorriso tímido enquanto podia sentir suas bochechas esquentarem, ficando vermelhas.
Edward, não conseguia desviar o olhar e permaneceu por um momento, hipnotizado ao vê-la tão de perto. Enquanto seus cabelos ruivos balançavam em seu rosto ele tocou uma mecha do cabelo dela e a colocou detrás de sua orelha. De fato, Ele não havia visto nenhuma moça tão bela quanto ela e isso o deixava nervoso, ainda que não demonstrasse. Mas logo ela se recompôs e disse:

_ D-Desculpe! Eu não quis...

__ Eu sei que sou irresistível mas não precisa cair em mim direto! -falou sorrindo

__ É você que fica no meu caminho, seu convencido!

__ Verdade... Ainda sobrou mais do que eu tinha, toma! -falou entregando-lhe o que tinha restado

_ Está uma delícia! Não sabia que essa gororoba podia ser tão boa! Se for um veneno pelo menos vou morrer feliz!
Ambos sorriram um para o outro e se encararam por um segundo, deixando um silêncio absurdo entre eles.
Até que os sons apressados de cavalos aproximaram-se deles. Edward a afastou para trás dele e logo soldados de Atharum apareceram em sua frente e um deles disse:

_ Alteza! Recebemos ordens do rei para que venhas conosco ao castelo! - falou descendo de seu cavalo

__ Eu não vou a lugar algum! -disse Aneliese

__ Mas princesa, eu pensei que...-Sussurou Edward, virando-se para trás

__ Não estou pronta pra voltar ainda. -falou Aneliese com um olhar desesperador, enquanto entrelaçava suas mãos.

__ Não torne isso mais dificil! -falou o soldado indo em sua direção

__ Não toque nela!

__ Se não, o que? -Nesse momento, Edward cerrou os punhos e sem se aguentar, deu um soco na cara dele e o empurrou, fazendo-lhe cair no chão.

__ Guardas! Peguem ele! -Assim, dois soldados seguraram os braços de Edward enquanto outro puxava a princesa para a carruagem.

__ Edward!! Soltem ele!! -gritava Aneliese.

__ Aneliesee!!! - Edward, apesar de estar encurralado, criou forças para chutar os soldados que o prendiam e roubando a espada de um deles, os apuhalou e ao ver que a princesa havia entrado na carruagem e saiu correndo até adentrar na cidade e esconder-se em um beco estreito.
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Aneliese adentrou os portões reais do castelo, com seu coração disparado. Desta vez não estava apenas com medo das reações do Rei e da Rainha, mas preucupava-se com Edward, por não saber como estava e se ele não tivesse conseguido fugir? Só conseguia sentir-se culpada por tudo que tinha acontecido e por ter envolvido ele. Ao vê-la a Rainha Leonor a abraçou rapidamente e disse:

__ Minha filha! Como é bom ver que estás bem e viva! - Ao passo que o Rei Sebastian aproximou-se e falou:

__ O que foi isso que você fez, Aneliese? Você não sabe como ficamos preucupados! E aliás, onde estava com a cabeça? Você não sabe como é perigoso sair desse jeito?

__ Papai... me perdoe, eu não quis preucupá-los, eu só sai para dar um passeio pela cidade. Estava cansada e resolvi espairecer.

__ Você nunca pensa nas consequências dos seus atos! Você sabia que o Rei de Arendel estava quase desmanchado o noivado com o príncipe Anthony? Isso é um sinal de desrespeito para uma moça comprometida!

__ Eu não quis...

__ Não importa! Amanhã sairemos ás ruas para anunciar o noivado de vocês e a Aliança entre Reinos! Já que você gosta tanto de passear.

Aneliese queria colocar tudo que sentia para a fora, mas não encontrava as palavras certas e confrotar o seu pai, mas nunca tinha coragem, cansada de tudo que havia acontecido, apenas calou-se e foi para o seu quarto acompanhada de guardas. Ela já não tinha liberdade de escolher nada e agora, estava cercada de soldados. Mais uma vez sentindo-se presa. Até que uma voz conhecida do lado de fora do seu quarto a chamou:

__ Princesa Aneliese!

__Sim, Victória. Entre! - Victória entrou, dando-lhe um abraço mas logo disse:

__ Que bom ver que você está bem! Nunca mais faça isso!

__ Não se preucupe! Dessa vez, não vou poder escapar de jeito nenhum.

__ Vim te entregar essa carta, era de um jovem bem bonito. Parecia preucupado. -Seus olhos arregalaram-se e esboçou um sorriso ao ver o nome: Edward Sterling.

__ Obrigada Vic! - Ao ver que a princesa não tirava os olhos do envelope a deixou sozinha. Assim Aneliese abriu o envelope e encontrou escrito:

" Querida Aneliese
Minha princesa, gostaria de lhe dizer que não precisas se preocupar comigo, eu consegui escapar e estou bem! Mas sei que algo está aflingindo você nesse castelo. Se não, tenho certeza que não escolherias ficar no meio da mata com um desconhecido. Por isso, estou orando por você, para que Deus te guie e te ajude a passa por isso! A justiça de Deus não é falha e qualquer coisa que estejam armando para você, sei que ele é poderoso para te livrar! É só pedir a ele! Apesar das circunstâncias, eu estou ansioso para o nosso próximo encontro, mas vê se não vai cair ao ver minha beleza de novo hein! Espero que fique bem.
Do seu querido viajante da mata"
-Edward Sterling

Ao ler a carta, sentiu-se confusa. Nunca ouvira falar de Deus dessa forma, já ouvira falar que havia uma igreja Atharum e que era monoteísta, mas nunca ouvira ninguém que a explicasse assim. Na verdade nunca se interessou por uma religião. Seus pensamentos não a deixavam em paz, quem era esse Deus de Edward? Como ele poderia ajudá-la? Pedir a ele.... Se tivesse uma saida, uma solução para livrar-se de sua situação com certeza ela tentaria, mas como faria isso? Não sabia como... E em seu coração uma angústia pairava. Como iria ver Edward novamente?

Continuaa

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