10 de dezembro, 11:11
E foi bem isso o que aconteceu, como um pesadelo. Ele estava atrás de mim, como um retrocesso ambulante. E bem, eu não consegui me livrar dele. Mas ninguém nunca havia conversado comigo sobre a maldição da dor, convenientemente, a maldição da memória. As lembranças que mantém os suspiros, e os suspiros que se tornam (ou modificam) lembranças. E talvez eu tenha me perdido nisso. Talvez eu tenha enterrado o corpo errado. Foi meu sangue que selou tudo, e foi vinho tinto que selou meu sangue. Então, então, então, eu acordei, eu estava exposto, nu. Ele nunca sequer havia arranhado a minha superfície. Minha sede, assim como ele, foram efêmeros, e brutalmente lindos. Então eu fiz daquele maldito começo um fim, e daquele fim, um começo. Pra sempre.
a. Paulo
VOCÊ ESTÁ LENDO
SUSPIRIA
Poetrymusa! musa! Vinho tinto, sangue quente e SUSPIRIA. ATO II Pɑrentɑl ɑdvisory / Explicit Content 🅴 ©® 2024 chorusboy™