ɪɪ - ʟᴇɴᴅᴀꜱ

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O Castelo Bruxo era uma das instituições de magia mais antigas do mundo, junto de Uagadou na África, eram as construções magicas mais antigas e principalmente as primeiras escolas de bruxaria do mundo. Localizada no meio da Floresta Amazônica, o Castelo se erguia em uma forma peculiar, sendo seis pirâmides de tijolos velhos e dourados, rodeando uma pirâmide maior, cuja as paredes pareciam de vidro, onde podia se ver os estudantes andando pelos corredores e entrando sem suas salas de aula. 

As cinco pirâmides inferiores eram divididas, entre estufas, laboratórios experimentais, as piscinas  fechadas, os dormitórios masculinos e femininos e os aposentos dos professores. Perto dos dormitórios havia o caminho que levava para as cachoeiras e o campo de futebol magico, seria fácil para os alunos fugirem para lá a noite, se a escola não fosse cercada de caiporas. 

Uma escola tão antiga, cercada de lendas e historias, havia uma peculiaridade que era simplesmente empolgante. As lendas urbanas que os nulla sempre acreditaram, eram reais, e estavam ali os ensinando magia todos os dias, os mostrando o melhor de si. 

Como a belíssima professora Iara, com seus cabelos castanhos em ondas, a pele negra brilhante, os olhos azuis profundos e uma voz hipnotizando, nos ensinando os cantos ritualísticos ancestrais, os ensinando a mais bela arte do canto de rituais. Uma mulher negra e escrava que foi enganada por um invasor europeu, que a estuprou e então matou-a, jogando seu corpo no mar. Ou a professora Inês, conhecida como Cuca, ensinando a arte das poções, elegante com seus olhos negros profundos, os cabelos em um castanho escuro medianos, e aquele sorriso de quem sabe de mais. A única que ninguém tem nem indícios do porque ela virou uma lenda.

Curupira era o professor favorito de Harry, pois ele se via apaixonado pelo trato das criaturas magicas que orbitavam na floresta, como alguém que convivia com três divindades diariamente, ele via as beleza nas criaturas daquele lugar tinham. O professor de cabelos de fogo, pés virados e cara de marrento era rígido, mas cuidadoso e ótimo em ensinar, e tinha uma rixa com um certo professor muito bonito. Seu nome na verdade era Iberê, e antes de se tornar uma lenda, era um índio que enganava os portugueses e morreu em uma queimada na floresta em que vivia.

Manaus da Silva, ou o famosíssimo Boto cor-de-rosa, era um sujeito muito charmoso que os ensinava feitiços para os alunos, um homem bonito, alto de pele morena, os cabelos loiros com seu inseparável chapéu. Ele tinha um jeito malandro e risonho, que batia de frente com a marra dos professores curupira e o tutu, mais conhecido como tutu marambá, o temido professor de defesa contra as artes das trevas. Ele fora amaldiçoado por uma bruxa, por ter a engravidado e sumido, como ja havia feito com tantas outras.

Diferente do boto, professor tutu se assemelhava mais com um homem baixinho de barba ruiva, cara brava e um corpo socado de músculos, quando estava em sua forma humana. Pois como em sua lenda, ele era uma espécie de baixo papão que punia as crianças malvadas, o que de fato ele fazia. Por isso todos os alunos andavam na linha com ele, tendo o prazer de ver o lado gentil e engraçado do baixinho ruivo, muito menos rígidos que Curupira. Ninguém sabe muito sobre ele, mas dizem que ele foi um dos poucos que nasceu do folclore, uma pessoa criada a partir da crença popular e do poder de que essa pessoa existe. 

O saci era uma pessoa divertida e que particularmente gostava de Harry, ou Henrique como ele era conhecido nessa vida. Por ter uma aparência de criança ele era bem popular entre os alunos, frequentemente visto no meio deles pregando alguma peça. O professor de azarações e feitiços defensivos era sempre animado, mesmo com sua trágica historia, de um menino vindo da África no trafico negreiro, que havia sido açoitado até quase a morte e preso pelo pé na floresta  para morrer, pois havia pregado peças em seus carcereiros para ajudar outros dos seus a fugirem, e que teve que sacrificar o próprio pé em prol de fugir dali. Um homem forte em posse de um corpo de menino.

O inspetor Corpo-seco, cujo o nome é Antunes era um homem alto, pálido, de rosto escaveirado e olheiras profundas, era um homem serio e amargurado. Em sua lenda, e historia de vida, ele era um mal filho e um pecador, cuja a alma não fora aceita nem no céu e nem no inferno, vagando longe de seu corpo. O homem era quase o contrario de um fantasma, com corpo e sem alma, rígido e mal. A única pessoa que o homem tolerava era a professora de Historia Vivre, Zahy Tenthear, era a Boiuna, uma cobra dos rios que se transforma em miragem para enganar os homens que ali velejam. Uma mulher bonita e elegante, amaldiçoada a ser lenda pela sua cobiça e ganancia, que surpreendentemente se dava bem até demais com Iara

Era quem Harry mais amava provocar e botar louco, o corpo-seco é claro. Zahy era um amor e tinha olhos assustadores demais para ele. 

Para herbologia, a boa e velha Matinta Pere, da ordem das bruxas como a Cuca, ela se transforma em pássaros com capacidades de gritos altíssimos, assim torturando as pessoas ao redor. Surpreendentemente sua voz era calma, como um sussurro sombrio, menos simpatica do que a Inês, mas tão misteriosa quanto, incluindo sua origem. Mas rumores vagam que ela era uma bióloga, que havia sido morta por um empalheiro que era obcecado por ela, e que empalhou os olhos dela, no corpo de uma coruja morta. 

A professora Saiere, conhecida folcloricamente como mula sem cabeça, ironicamente ensinava religião. Era uma mulher doce, devota e simpatica, um poço de paciência, cujo a historia todos ja sabem. A professora Inês sempre diz que ela fora castigada por amar, e amargamente Iara comentava que o pecado das mulheres nunca seria perdoado diante os olhos do senhor. 

As duas não se davam bem, pois Saiere era uma mulher que acreditava em Deus, e que sua punição foi merecida, enquanto a sereia era amargurada, e sempre dizia que diante dos olhos de Deus, apenas o pecado do homem era perdoado, e a mulher sempre sofreria a carne.

E em toda a sua graça, o professor de esportes do instituto, Bento, o lobisomem. Sempre correndo em forma de lobo por ai, animado e imparável. Ele era sempre agitado e incontrolável, a única pessoa que conseguia o acalmar era o diretor. Uma lenda antiga e respeitada, Zaori sempre esteve lá, muito antes de Cuca e Curupira, ele sempre estava lá, com a capacidade de ver a riqueza, não só na Terra, como no homem. 

Quando o conheceu, Harry tremeu, pois ele sabia que o homem o via. Via suas cicatrizes, sua historia, seu passado, presente e futuro, suas entidades. O homem era velho, andava em uma cadeira de rodas a muitos anos, mesmo sendo capaz de andar. Os olhos laranjas brilhantes, o cabelo cinza trançado firmemente em sua cabeça com uma nagô, a pele negra refletiva e o sorriso mais gentil que ele já conheceu. 

Aquele homem o acolheu como quem ele era, o abraçou por todo o peso que ele carregou e o escutou. Escutou desabafar sobre tudo, o passado, o atual, os temores, ele apenas tirou de si o que o prendia, e Zaori entendeu. O homem aconselha, ele acalma, ele guia. Pela primeira vez desde que ele reencarnou, ele se sentiu como Henrique Godoy Salles Freitas, o herdeiro de uma fortuna bilionária, órfão de pai e mãe, adotado pelos padrinhos adolescentes e rodeado de amor e carinho. 

Henrique observava pela janela do corredor, enquanto empurrava o diretor Zaori para o térreo onde Ilvermorny acabara de chegar, com seus pássaros e seus uniformes azuis com capas demais para o calor do Janeiro Tropical. Ele sorriu e olhou para todo o verde que rondava aquela escola, sabendo que quando Hogwarts chegasse, ele ficaria bem, afinal ele estava em casa.

 ʙʀᴀꜱɪʟᴇɪʀᴏ - ʜᴀʀʀʏ ᴘᴏᴛᴛᴇʀOnde histórias criam vida. Descubra agora