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KJ POV

Já estamos em Vancouver à 1 mês, gastamos alguns dias ensaiando, conhecendo o elenco, fazendo leitura de roteiro, prova de figurino e tudo mais.

Ficamos todos muito próximos, Roberto o diretor, nos orientou a interagir, criar vínculos entre o elenco para a interpretação ter algo de realidade também. É fácil porque o elenco é formado por 80% de jovens, não estamos mo mesmo prédio porém próximos e nos encontramos para jantar, tomar café,  ir a academia. Cami é a que menos participa, ela tem um filho pequeno que nas primeiras duas semanas ficou sob os cuidados de uma dupla de amigas e foi quando ela saiu com o grupo algumas vezes,  mas desde que ele está sob os cuidados de uma babá ela não saiu mais. Porque essa mulher não pode apenas ficar mais um pouco com o menino? Na minha opinião,  Cami precisa de uma babá mais empenhada.

Ok, não entendo nada sobre babás e crianças,  mas eu gosto de Cami e de sua companhia e gostaria de poder passar mais tempo com ela fora do trabalho. Ela é linda, engraçada, inteligente,  e tem uma bunda incrível,  não posso mentir. Conversamos muito sobre vários assuntos, o tempo todo, por isso sei que ela é nascida em USA mas filha de brasileiros,  que sua cultura e costumes são um pouco diferentes em alguns momentos, sei que ela foi mãe muito cedo e que isso mudou sua visão do mundo, ela se sente muito madura em alguns aspectos e muito imatura em outros. Uma coisa que não sei é sobre o pai do menino, ela nunca comenta sobre essa relação e eu tenho um pouco de receio de perguntar, talvez eu não goste da resposta.

Acho que estou só um pouco encantado por essa morena. Olho para Cami, sentada bem na minha frente enquanto esperamos para saber se a cena que gravamos ficou boa para podermos ser dispensados, ou não. 

- Pessoal, ficou ótima  - o diretor enfia a cabeça pela porta do cenário - vocês beijam bonito.

- Beijo bem - brinco, Cami começa a rir - não é, Cami? - ela fica vermelha e ri ainda mais - tá vendo? Isso é um sim.

- Vão pra casa e até amanhã. 

Cami, levanta os dois polegares no ar para mim e dá um sorriso enorme, nada como a felicidade de ir para casa. Corremos nosso caminho até os trailers,  Cami sobe no seu e eu continuo para o meu próprio palácio um pouco à frente, divido o espaço com Casey, mas ele não está aqui,  então me troco rápido, deixo a roupa no jeito para ser retirada e estou pronto para ir embora no primeiro carro que partir. Cami não está fora do trailer, provavelmente o figurino dela demora mais que o meu para ser retirado, dou de ombros,  talvez eu espere por ela para irmos no mesmo carro já que agora estamos no mesmo flat. Será que isso me faria parecer um perseguidor? Acho que não,  vamos para o mesmo lugar afinal de contas.

De repente escuto um guincho e em seguida sou atingido por algo duro e que geme.

- Ai meu Deus - a pessoa reclama perdendo o equilíbrio e eu seguro sua blusa - desculpa.

- Cami? O que aconteceu ...

- Eu preciso ir embora ... agora - Cami olha em volta, depois para o telefone em sua mão - merda. O carro ainda vai demorar ... - o telefone toca, ela atende no primeiro toque - oi Rebeca ... ele se acalmou? - ela escuta com atenção - conseguiu colocar na banheira? Fica calma ... estou indo.

Reparo que Cami nem mesmo tirou o figurino completo, ainda está com os acessórios, maquiagem,  a saia das gravações com a camiseta que chegou e tênis, e está muito frio para esse visual curioso. Pego meu próprio telefone e abro o aplicativo de viagens, Cami conversa com a moça do outro lado dando algumas instruções enquanto isso dígito o endereço do nosso prédio e torço para que alguma alma bondosa aceite nos levar. Seguro Cami pelo pulso e puxo ela para começarmos a andar.

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