Consequences

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CAMI POV

O  tempo é uma coisa bem relativa. Antes das férias escolares eu pensava que o tempo passava muito depressa, mas agora parece que está correndo. As férias terminaram à 2 semanas e as aulas estão uma loucura, não são matérias dificeis nem nada, mas são muitas matérias e eu estou muito cansada. E eu nem posso reclamar, porque consegui um emprego no cinema logo no começo das férias e estou amando cada segundo que passo lá, assisto todos os filmes incontáveis vezes e me alimentei de pipoca até enjoar. Mesmo assim estou sempre arrastando os pés. 

E olha que nem mesmo tenho meu namorado para dar atenção. Meus pais cumpriram o prometido e não me deixaram viajar pra vê-lo e ele só veio 3 vezes nos últimos 3 meses. Três finais de semana, depois do primeiro já estava certa que não iria querer ir até ele de toda forma.  Grayson, está diferente, parece que agora que está na faculdade se sente superior a todos que ainda estão no ensino médio. Eu o amo, mas não gosto dele as vezes e se o seu comportamento aqui já um pouco vergonhoso imagina lá com os "adultos".

Também preciso me preocupar com as possibilidades de universidades para o ano que vem entre outras coisas.

- Não vai comer, filha? - mamãe chama minha atenção - parece que está longe. O que tanto pensa?

- Coisas da escola e faculdade  - bufo.

- Ainda tem algum tempo para as inscrições, fica tranquila. Come logo ou vai se atrasar.

Olho para a xícara de café com leite e minha boca saliva, mas o cheiro é horrível, me concentro em comer o bagel com manteiga e banana.

- Toma o café com leite, Camila - Marisol ordena, levo a xícara até a boca e bem na hora uma buzina alta toca - puta merda.  Todo dia só falto morrer.

- Esfriou e não vai dar tempo de esquentar - levanto de um pulo da cadeira, dou a volta  a mesa e beijo minha mãe  - tchau.

- Se cuida. 

Corro para fora arrastando minha mochila cheia de parafernália para a oficina de teatro. Rachel, buzina mais uma vez. Abro a porta do carro e pulo no banco do passageiro.

- Para com essa buzina, porra.

- Estou nervosa. E aí recebeu a visita mensal?

- Não  - e começo a querer chorar - isso é muito, muito ruim, Rach.

- Um desastre.

- E eu nem sei como aconteceu.

- Oh você é tão inteligente.

- Não isso, idiota. Quero dizer ... as pílulas e os preservativos são conversa fiada então? - minha amiga respira fundo.

- Olha, não dá uma de maluca. Você sabe bem que teve furo ai no seu esquema.  Ok?

- Uma vez.

- Já basta - ela gira a chave e coloca o carro em movimento  - vai fazer esse teste hoje e acabou.

- Não tenho coragem.

- Foda-se, Camila - ela bate no volante - hoje é o dia D.

Não consigo me concentrar nas aulas, meu estômago dói,  estou com uma cólica horrível e quero vomitar. Minha cabeça dá voltas e voltas e mais voltas, não consigo acreditar que isso pode estar acontecendo comigo, planejei tudo e tomei todos os cuidados que estavam ao meu alcance e mesmo assim ... porra.

O sinal soa pelo auditório, é hora de ir embora e lidar com os problemas reais. Guardo parte dos materiais, separo o que preciso levar pra casa e corro para encontrar Rachel que já me espera do lado de fora.

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