8 - festa

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No dia seguinte, Luciano tentava esquecer as coisas da noite anterior focando na festa que estava acontecendo no salão de festas do prédio e estava indo bem até que a pessoa que ele queria esquecer começou a tira-lo do sério.

Martín interfonou pedindo para que ele abaixasse o volume da música, interfonou pedindo pra não arrastem os móveis, interfonou pedindo pra que abaixassem mais a música e praticamente pediu pra que os convidados de Luciano cochichassem.

Luciano já estava quase surtando, mais uma vez que Martín o incomodasse ele iria fazer o loiro engolir a porcaria do interfone.

A música não estava tão alta e os convidados (por incrível que pareça) estavam bem comportados.

Aquela festa era importante, os seus funcionários estavam muito estressados e brigando muito entre sí. Luciano tinha alguns planos pra fazer com que eles voltassem a se entender.

Mandou alguns estados em duplas pra comprar coisas que supostamente faltavam pra festa. Inventou motivos pra outros interagirem e o próximo passo envolvia até trancar alguns juntos em algum banheiro ou algo do tipo.

O plano tinha algumas falhas, mas ele tinha que tentar. Ele via eles como uma família, queria que estivessem bem e odiava quando estavam brigando.

Junto às inúmeros desafios que seus "filhos" já impunham, Luciano também tinha que lidar com seus amigos que também estavam lá.

Principalmente Francis, que além de dar em cima de muita gente ali, decidiu encher a paciência de um dos estado mais estouradinhos, Amapá. Por incrível que pareça, depois de alguns desentendimentos eles começaram a se dar bem (Luciano ainda não sabe se isso é bom ou ruim).

As coisas estavam indo bem, a maioria dos estados estava ajudando com a comida em harmonia. Algumas das duplas que ele mandou comprar coisas voltou conversando se entendendo e outras até deram um "sumisso".

De repente o síndico aparece na porta do salão de festas chamando por Luciano.

–Houveram reclamações sobre a sua festa, vou ter que pedir pra você não fazer tanto barulho. – O síndico disse com a voz cansada.

–Foi o Martín, não foi?

–Foi uma reclamação anônima, Luciano.

–Ele é o único mal amado que vai implicar com isso.

–Só evita fazer muito barulho tá?

Luciano acenou com a cabeça e voltou pra dentro, desse jeito ele ia ter que pedir pros convidados ouvirem música de fone e conversar pelo WhatsApp.

Depois de um tempo o síndico voltou pra entregar uma multa pra Luciano. Era claro que aquilo só aconteceu por insistência de Martín. O brasileiro estava quase transbordando de raiva.

O clima da festa foi murchando e os convidados foram embora logo depois de comerem.

O que deixou o brasileiro mais irritado e até um pouco triste. Claro que tinha dado certo, seus estados estavam se entendendo, mas ele queria que eles se divertissem um pouco.

                       ****

–Eu não acredito que você fez isso,  Martín. – Catalina repreendia o amigo.

–Ele precisa aprender a viver em sociedade, ninguém é obrigado a ficar suportando o barulho dele. – Martín respondeu com um ar de quem é o dono da razão.

–Mas estava te atrapalhando tanto assim ao ponto de você praticamente implorar pro síndico dar uma multa pra ele?

–Primeiro: eu gosto de silêncio absoluto e segundo: eu não implorei.

–Você vai lá pedir desculpas pro Luciano agora.

–Pero yo no...

–Vai pedir desculpas sim e ponto. – Ela disse parecendo uma mãe dando bronca num filho birrento.

                           *****

–Que pena que a festa acabou antes de ficar boa de verdade. – Francis dizia pra Drazen enquanto conversavam no corredor.

–Antes de você conseguir pegar alguém você quer dizer. – o crota debochou, fazendo um sorriso surgir no rosto do loiro.

–Bem esse problema você pode resolver. – o francês disse se aproximando de Drazen.

–Ah é?

A resposta veio em um beijo necessitado.

Drazen tinha uma pegada forte exatamente como Francis pensava que seria, só que era ainda melhor.

O beijo provocante de Francis era exatamente como Drazen temia que fosse: viciante. Ele sabia bem o risco que estava correndo, mas decidiu prosseguir.

Eles entraram no apartamento de Drazen e provavelmente não iriam sair de lá tão cedo.

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Luciano estava arrumando as coisas depois que todos tinham ido embora, nem tinha tanto pra arrumar, muitos ajudaram e Brasília não saiu de lá enquanto não tinha ajudado a arrumar a maior parte.

De repente sua campainha tocou.  Achando que era alguém que esqueceu algo ele abriu sem questionar quem era, dando de cara com Martín.

–O que você quer aqui? – perguntou irritado.

–Lina me fez vir pedir desculpas por chamar o síndico e fazer você levar multa...

–Tá. Desculpado. – Luciano respondeu num misto de raiva e surpresa.

–Mas eu não devia estar pedindo desculpas sendo que o errado é você. – Catalina disse pra ele pedir desculpas, não falou que ele não podia falar nada depois de pedir.

–Você que é um puta estraga festas e eu que tô errado? – O brasileiro perguntou já exaltado.

–Você já leu as regras do prédio alguma vez? – Martín perguntou cínico.

–Você percebe que é o único que se incomodou com essa festa?

– Primeiro: eu duvido, segundo: independente de quem se incomodou as regras estão aí para serem cumpridas.

–Por causa desse tipo de frase você é um chato insuportável e sua única amiga é a Catalina. – Eles foram se aproximando a cada frase, mas quando estavam muito próximos Martín tentou se afastar, por causa dos acontecimentos da noite passada. – Por que você tá indo pra trás?  Tá com medo é?

– Eu não tenho medo de você! – Martín se aproximou de novo de uma vez.

Eles se beijaram de novo. Dessa vez o beijo não era só com curiosidade, pois já sabiam que bocas encaixavam e encaixavam bem. Era um beijo com um desejo que ia mais além, com um desejo há muito tempo guardado, que eles insistiam em fingir não ter.

Eles entraram pro apartamento de Luciano, talvez ele vá precisar arrumar de novo o que tinha acabado de arrumar.

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● espero que gostem!

● beijo e até o próximo capítulo ♡

Um Casamento, Várias MentirasOnde histórias criam vida. Descubra agora