Passei duas semanas ou três dentro da floresta, me adaptando, Kirari é uma mulher normalmente tranquila e pacifista, mas e bem dura com Velvet em relação aos seus treinos, mas já vi duas vezes ela com uma expressão vazia depois dos treinos. Velvet por outro lado e sempre alegre e gentil, não teve nenhuma vez que o vi com outras emoções, no máximo estava neutro, ainda é um pouco estranho aqui para mim, mas já é um local que chamo de lar, eu moro em uma casa dentro do tronco da árvore junto com Kirari e Velvet, quando se está dentro do tronco da árvore não dá nem pra saber se a árvore está afundando ou subindo por causa da magia.
Eu estava fazendo sanduíche e chá para levar na pequena viagem que faria com Kirari fora da floresta, ela disse que algumas plantas não conseguem nascer na floresta de jura, por conta das criaturas noturnas, justamente por isso ela não permitia ninguém ficar do lado de fora, pois era perigoso. Eu fiz uns 5 sanduíche de queijo, com presunto, alface e pão, acredito eu que estava bom, além de um chá de um erva que Kirari me ensinou a colher mas eu não sei o nome daquela planta, mas sei que tem um gosto doce, só espero que não seja erva de gato ou maconha, porque se não lascou.
Eu embalo os sanduíches, e coloco dentro de uma cesta de palha, feita pelo Velvet, depois colocando o chá dentro de uma garrafa térmica, colocando na cesta também, eu estava para ir atrás de Kirari mas ela apareceu descendo as escadas, que davam para os quartos e a sala específica que ela não me deixou entrar ainda, ela estava deslumbrante como a luz da lua em uma noite escura.
Ela estava usando roupas diferentes do seu habitual, um vestido vermelho vinho, com bordados de espinhos pela roupa como o crescimento de uma roseira, com uma camisa branca por baixo que vinha até seus pulsos, com luvas pretas, meias pretas longas, uma bota de um salto baixo marrom escuro, um chapéu preto levemente grande liso, por cima preto por baixo um vermelho vinho, além de alguns espinhos e rosas vermelhas, em volta da parte mais alta do chapéu, em mãos ela tinha algumas roupas
- Baron eu fiz umas roupas pra você, espero que não se importe
Fico em silêncio olhando ela, era difícil parar de admirar, seu cabelo verde preso em uma trança holandesa
- você me disse que não poderia ir porque, iriam te reconhecer e como vamos para o lado dos humanos agora e tarara tarara
Eu dou um sorriso pequeno muito grato pelo esforço dela, enquanto ela reclamava dos diversos motivos que dei, enquanto ela chega ao fim da escada e ficava na minha frente
- sem problemas, agradeço pelo cuidado
Estendo minha mão para ela, recebendo as roupas, percebendo que tem algo diferente nelas
- elas estão enfeitiçada, a capa está enfeitiçada para servir como uma espécie de escudo maleável, já a máscara e para ninguém reconhecer você
Ela fala levantando o dedo indicador da mão esquerda, e depois indo para trás de mim e me "empurrando" até a sala do lado onde possa me trocar e fecha a porta
- vai lago gatão
E a última coisa que diz antes de fechar a porta, com um sorriso grandeEu fecho a porta e respirou fundo, e meio difícil conversar com ele, ele é alguém bem calmo e tranquilo, o pior de tudo e os olhos dele que são bem vibrantes e fixos, em alguns momentos parece que o olho dele dilata alguns milímetros, ou apenas seja coisa da minha cabeça.
Demorou uns 5 minutos até ele sair da outra sala, que na verdade tava mais pra uma mini biblioteca, de tanto livro que tinha lá. Ele estava usando camiseta e calças pretas, além de uma camiseta branca por baixo que aparecia somente a gola, com detalhes bordados de espinhos brancos, nas mangas, luvas brancas, Botas altas pretas azuladas, uma capa azul, do lado de fora, do lado de dentro um vermelho vinho, lisa, um chapéu azul levemente maior, com uma pena branca, e uma máscara de prata, que escondia só na parte dos olhos muito bem, pois só em determinados ângulos que dava para ver seus olhos.
Sinto minhas bochechas ficam levemente rosadas, eu dou um sorriso enorme para ele, ele tinha ficado muito bem assim
- bem e eu achando que ficaria feio em você, mas você parece um escudeiro elegante
- graças a você
- você é muito gentil
Eu me viro para a porta da frente que foi aberta pelo Velvet, que veio correndo e abraçou pela cintura do Baron
- Você ficou muito maneiro assim!
Ele falou que empolgação, resolvi ir na cozinha pegar a cesta de palha com as coisas que comeríamos, além de pegar minha bolsa e chamar minha vassoura que veio até minha mão
- Promete cuidar da casa direitinho Velvet?
- Sim senhor!
- ótimo cavaleiro, agora em guarda.
-sim!
Velvet fica em guarda, onde ele aprendeu isso? Ah pelo jeito que eles brincam foi o Baron, Baron ficam em guarda também e faz uma continência, eu não consigo me segurar e viro o rosto para o lado para não verem que estou rindo, mas acredito que Baron percebeu porque escutei ele segurar o riso também
- muito bem vamos logo, Velvet eu vou tentar chegar até o anoitecer
Falo me recompondo mas evitando olhar o Baron porque sei que irei ter uma crise de riso, Velvet acena com a cabeça e então eu saio de casa pela porta, solto a minha vassoura que fica pronta para ser montada, flutuando, coloco a cesta no cabo da vassoura e subo em cima dela, Baron vem logo atrás de mim
- devo segurar no cabo ou..
- em mim por favor
Ele coloca suas mãos em meus ombros, são leves e cuidadosas, eu levanto voo e em uma velocidade rápida mas não o suficiente para ser desconfortável para Baron, eu começo a rir bastante depois que nós afastamos da minha casa, a quilômetros, chegando perto da "barreira"
- o que foi?
- o que foi aquilo de continência?
Eu falo me acabando de rir quase chorando, ele sorri e começa a rir também, sua risada era doce e calma mas firme e grossa como sua voz
Passamos pela barreira, estando no mundo dos humanos agora, eu ganho mais altitude ficando a uns 100 metros acima do chão, sinto barão segurar mais forte meu ombro
- Você está bem?
Baron demora a me responder, mas então ele diz
- não gosto muito de altura
- posso diminuir a altura então
Baron me corta de imediato com delicadeza, o que me surpreende um pouco, mas ele faz isso parecendo não quer incomodar
- não!, não é necessário..
-... então coloque suas mãos na minha cintura
-O que?
- exatamente isso, vamos
Falo olhando para ele por cima dos meus ombros, vendo a expressão dele que parecia surpreso e olhando mais em seus olhos, que estavam dilatados agora, ele evita um pouco mas então muda suas mãos para minha cintura
-com sua licença..
continuamos o caminho, fiz questão de ficar conversando com ele, mesmo que em grande parte do tempo só eu quem falasse, já que ele era mais do tipo de pessoa que gosta mais de escutar do que falar
- fiquei surpresa quando conheci você pela primeira vez
- nem me diga, até agora eu mesmo estou surpreso com tudo que aconteceu
Dou uma risadinha travessa, com o tom sarcástico dele
- Bem, Stolas me contou que você me viu primeiro, quer me contar qual foi sua primeira impressão de mim?
- por agora não, mas quando o momento surgir eu direi
- uhnm~ se você diz, então vou confiar em vocêKirari ficou em silêncio por um momento, quando olhei por cima dos ombros dela, vi que já estávamos perto da cidade
- e tão perto assim da barreira?
- na verdade não, simplesmente eu abri uma fenda próxima, eu consigo abrir fendas de dentro da floresta mas não de fora, então quando formos voltar, vai demorar pelo menos duas horas de vassoura
- e de a pé?
Kirari pensa por um momento quando começamos a descer para dentro de uma floresta mais próxima onde ninguém veria uma bruxa chegando
- não sei dizer, depende muito da pessoa pra pessoa
- como assim?
- tem algumas pessoas que nascem com bênçãos divinas que aprimoram seus corpos e tem os mais sortudos que podem até receber alguns poderes, isso claro se for um humano, já que humanos não tem poderes
Chegamos ao chão, eu não querendo admitir mas me sentia melhor no chão do que no ar, descendo ambos da vassoura, com ela retirando a cesta do cabo da vassoura
- Isso é um pouco raro de acontecer?
- um pouquinho, 1 em 100
- então não é tanto
Ela dá uma risadinha nasal, eu pego a cesta de palha que estava em sua mão
- eu levo pra você
-oh, obrigada cavalheiro
Não consigo deixar de sorrir com o comentário brincalhão dela, começamos a caminhar pela floresta em direção a cidade
- primeiro vamos passar pelos guardas do portão principal e depois vamos para uma loja em específica, e uma loja de pães, mas na verdade é um sócio que ajuda as bruxas, guardando suas vassouras, já que tem alguns guardas que detectam a magia das vassouras, posso esconder a minha vassoura até chegarmos na loja, mas não por muito tempo
Ela me explica o pequeno plano para nós infiltrar, já que essa cidade de Nazário e conhecido por caçar bruxas, mas tem ótimas mercadorias, eu mal percebo quando estávamos já no portão
- identificação por favor.
O guarda fala com firmeza, parecendo que vai atacar Kirari a qualquer momento, nesse momento vejo levemente a vassoura em sua mão que estava invisível mas não era intangível. Ela tira de sua bolsa uma placa de prata com algumas coisas talhadas nela que não consegui identificar, pois assim que ele viu acenou com a cabeça
- seja bem vinda novamente comerciante
Kirari acena com a cabeça com uma expressão neutra e começa a entrar eu sigo ela, mas o humano alto segura meu braço com firmeza
- ah esqueci de informar, ele está me acompanhando
-.....
- e meu escudeiro.
Ele me solta, dando as costas para mim, eu então vou até Kirari que estava me esperando, e caminhamos lado a lado, eu um pouquinho atrás dela
- porque ele me parou?
Eu surro para ela, enquanto entramos na cidade que era bem bonita e bastante movimentada
- porque você está com a aparência de um escudeiro de um outro reino, lembra que disse que não iam te reconhecer, pois bem, sua máscara tem um feitiço de ilusão, eu consigo te ver como realmente é, eles não, então causa uma estranheza de início, não se preocupe, a partir daqui deve ser tudo tranquilo
Ela me sussurrar de volta, por algum motivo sinto que tem alguém nos observando, talvez seja um dos guardas que detectam magia, só espero que aconteçam imprevistos
Seguimos até a loja de pães "Pães de mel" estava na fachada e placa, quando entramos abrindo a porta um sino acima da porta se manifesta, a mulher atrás do balcão, de cabelos grisalhos, e pele enrugada
- vovó
Kirari fala, então a senhora se vira para ela de imediato e vem quase que correndo até ela a abraçando
- Kirari querida, que bom que veio, você veio mais cedo dessa vez o que aconteceu?
Kirari me mostra com uma mão aberta, eu faço uma saudação tirando meu chapéu e colocando sobre o peito
- como vai?
-oh! Então você finalmente se casou Kirari
Kirari a cortou quase com um grito nervoso de vergonha
- vovó!
A senhora ri bastante, então nos chama para outra parte da loja, saindo de um ambiente de uma panificadora para uma sala com alguns pregos na parede que são simétricos, Kirari coloca sua vassoura em três dos pregos, acima deles
- então quem é esse rapaz?
Eu olho para Kirari que me dá um aceno de cabeça, eu tiro minha máscara e a olho nos olhos, ela arregala os olhos, parecendo realmente me ver como sou um gato antropomórfico laranja que tem mais características de humano do que de gato
- e um prazer conhecê-la me chamo Baron Humbert von Gikkingen, Mas me chame apenas de Baron
- você me superou Kirari, ele é único...ele é muito bonito também, elegante e educado
A senhora fala de um jeito estranho, por um momento achei que ela fosse fazer algo comigo ou tivesse intenções assassinas sobre mim ou algo pervertido, Kirari por um momento fala com uma voz mais dura
- não se atreva
A vovó sorri e então Kirari parece se acalmar ou seja lá o que estava acontecendo alí que eu não sabia, mas que me deixou tenso
- Eu vou fazer umas compras e logo eu volto pra casa, quer alguma coisa?
- se possível eu gostaria de umas fatias de melancia
Kirari acena com a cabeça então ela me chama com os dedos eu coloco meu chapéu e máscara novamente, me despedindo da senhora, saindo totalmente da panificadora
- o que foi aquilo?
- nada de mais...
Eu fico olhando para a nuca dela por alguns segundos então resolvi deixar isso de lado, pelo menos por agora, mas ainda queria saber o que diabos aconteceu alí
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A Bruxa De Jura
FantasiUma bruxa que protege a floresta mágica de Jura, Sendo uma mestiça de um demônio e uma bruxa. Vivendo na floresta onde nasceu e se criou pelo espírito da floresta, já que sua mãe faleceu enquanto ainda era muito pequena e seu pai e um demônio p...