Estou tremendo, estou tremendo, meu coração está batendo
Esse sentimento que eu senti pela primeira vez
Faz um novo eu
― Hala Hala (Hearts Awakened, Live Alive) | Ateez
Kaira estava em pé, em cima de um carro completamente atolado depois de ter sido arrastado pelas águas da chuva. Olhando ao seu redor apenas via os destroços deixados e uma população desolada. Seu peito doía, seu coração cada vez mais se inflava de ódio e rancor, estava cansada.
Pegando o megafone das mãos de Akira ‒ que estava dando ordens para o pessoal que recolhia alguns destroços ‒ ela respirou fundo, e em meio aos choros e gritarias, ela berrou;
― Não podemos deixar isso barato! ‒ disse ela, fazendo todos pararem e olharem para a garota ― olha o que fizeram conosco mais uma vez! A Capital não mandará ajuda, ela nunca fez e não seria agora que aqueles desgraçados iriam fazer!
― Kaira ‒ Kalil sussurrou tentando puxá-la de cima do carro ― o que está fazendo?
― Minha casa foi destruída! Nosso lar foi arrastado pela chuva ‒ continuou ela ignorando o chamado para parar. Era perigoso, estava sem máscara, sem a roupa do Guerrilla, apenas com o espírito de vingança ― Temos que mostrar para aqueles desgraçados mesquinhos que os nossos distritos não são seus escravos!
― É! ‒ a multidão berrou em resposta erguendo as ferramentas que haviam em suas mãos.
― Eu não tenho medo deles, um dia eu já tive medo de morrer nas mãos da Capital, mas... ‒ Kaira deu uma pausa olhando no fundo dos olhos do Kalil e de Akira que paralisaram na sua frente, preocupados e com receio do que iria acontecer afinal. Seus olhos amarelados estavam dilatados, como de um gato que vê ao longe sua presa ― veja, o que uma vingança encubada é capaz de fazer.
Descendo do carro com um pulo, ela pegou uma marreta, tão pesada quanto uma grande rocha, e seguiu arrastando-a pela lama até a estatua do presidente que ficava ao centro da praça onde estavam e ouvindo ao longe o barulho de um dirigível, ergueu os olhos para ele e sorriu.
― Veja, Capital, o que podemos fazer ‒ Kaira ergueu a marreta de ferro e acertou a estátua, quebrando-a no meio.
Ao ver a cabeça de pedra do presidente rolando pela lama, a população parou por alguns segundos, talvez com receio do dirigível que sobrevoava o lugar, mas não durou muito, foi dada a abertura que muitos queriam, acender a esperança e a vontade de tomar Wonderland como um dos Guerrillas.
― Você enlouqueceu?! ‒ Kalil a puxou pelo braço para mais perto ― Está sem máscara, sem nada! Vai ser vista e presa!
― Que me prendam! ‒ puxando seu braço de volta, Kaira olhou para a bagunça que havia começado ― Morreremos se continuarmos parados com o rabo entre as pernas, com medo do que eles podem fazer. O Guerrilla não é só uma máscara e uma roupa preta, é um sentimento de fúria e vingança, Kalil. Minha mãe foi morta porque acreditava nisso, morreu na esperança de um dia isso aqui ser nosso novamente.
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𝐆𝐔𝐄𝐑𝐑𝐈𝐋𝐋𝐀 | EM ANDAMENTO
Ciencia FicciónSaindo da terra após anos destruindo-a pela ganância, o ser humano habitou um novo planeta, começando uma nação unida do zero, juntando suas culturas e línguas em um único país dividido em distritos. Mais de 100 anos depois, com escravidão dos mais...