As Clavículas de Salomão

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!!! ATENÇÃO: Agonia; Sobrenatural; Demônios!!!

Começamos aqui a sequência de três capítulos focados no passado do Amaury com a Roberta e em como isso o impede de demonstrar amor a qualquer pessoa hoje em dia

Que ele se cure!

Pode dar... Arrepios.

Posso levar sua alma?

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- Boa noite, Amaury! Pode entrar! - Roberta abria a porta do seu apartamento às 18 horas na segunda para receber o amigo

O sentimento da melhor amizade da sua vida ainda existia dentro dos dois, porém o fantasma do passado perigoso que Amaury os colocou, fazia seus corpos terem se afastado ao longo dos anos

- Eu não entendo o clima dessa cidade, desculpe a demora! - Atrasou um pouquinho devido ao trânsito de final de dia que encheu a avenida Getúlio Vargas devido a uma chuva que começou a cair após uma dia de sol

Parecia que era um sol pra cada joinvilense, mas com a chuva depois... Uma nuvem pra cada cabeça!

Sua roupa social chegou a molhar entre descer do carro na vaga de visitas e subir para o prédio que Roberta morava na única torre

Viu o número 666, clássico. Se o diabo tivesse uma irmã, certeza que seria Roberta.

- Você não tá muito atrasado não, passou só meia horinha - A mulher estendeu a mão para pegar o blazer cinza dele e estender num apoio de casacos e bolsas na porta de entrada

Educado, também tirou o sapato social preto e ficou só de meias, observando ao seu redor e vendo o quanto tudo ali tinha a cara da Roberta adolescente

A mesma Roberta que ouvia Behemoth e Slayer e lhe apresentou ao blackmetal, quando Amaury estava convencido de que ouvir My Chemical Romance era muito melhor

A baixinha sempre o convencia

- Tá revisitando a adolescência é? - Roberta estava atrás dele, observando sua cara de nostalgia para os crânios, a parede preta e vermelha, as cortinas de renda

- Parece que tô no covil do Drácula - Se virou pra ela - Ou da Condessa Bathory

Arrancou um sorriso diabólico de Roberta, igualzinho ela fazia adolescente quando lia literatura gótica e se deparou com a história da Condessa de Sangue, Elizabeth Bathory, que se banhava em sangue de virgens para se manter linda e jovial

- Tá me chamando de assassina? - Ela já havia presenciado a morte muitas vezes, mas nunca matou ninguém

- Tô dizendo que apesar de velha, você continua linda, Izzi - Estavam desarmados quando ele chamava ela pelo apelido

Ali, a muralha que separava os melhores amigos rachava e Roberta ofereceu seu sofá para Amaury sentar

- Obrigada pelo elogio, os anos também te fizeram bem - Agora, Amaury era forte, tinha músculos, barba, bem sucedido, lindo, bem diferente do Amaury do passado separado por anos de treino do atual - Vou sentar na sua frente pra gente se olhar melhor

Em frente ao sofá de quatro lugares bem confortável, separando por uma mesinha de centro onde a demonóloga consultou as cartas do Tarô para Diego semanas atrás, ela sentou numa poltrona preta

- Claro. Eu imagino que queira saber o porquê te procurei - A mulher confirmou - Eu quero poder dar amor, Roberta. Eu... - Seus olhos encheram de água ao lembrar do quanto fez Diego sofrer por resistência a demonstrar amor - Eu tô cansado de não deixar o amor chegar em mim, de não conseguir dar isso ao outro

Elleguér - AU Kelmiro/DimauryOnde histórias criam vida. Descubra agora