SOMENTE NÓS - Richard Ríos.

CAPÍTULO 4

Escorei-me no balcão que havia no open bar da casa de Aníbal, para conversar com Zé Rafael e o restante dos meninos que me rodeavam.

— Então a Mari que é a nova ficante do Zé Rafael?
Perguntou Murilo, surpreso.

— Primeira vez que ele acerta uma!
Exclamou Endrick.

— É, mas também nós só ficamos!
Falei, deixando bem claro.

— E você Maria? Tá solteira?
Perguntou Veiga, passando o braço pelo pescoço de minha irmã.

— Eu tô solteira, não disponível!
Respondeu à altura.

Os meninos riram do fora que Veiga tinha acabado de tomar.

— Essa é mesmo apaixonada no Kevin, o que você viu nele, Maria?
Perguntou Endrick.

— A mesma coisa que você viu no Palmeiras!
Retrucou.

— Tu não é Palmeirense?
Gomez perguntou indignado.

— Ela é tricolor.
Respondi debochando.

— São Paulina? Que horror!

— Não, Fluminense mesmo.
Revelei, deixando-os mais surpresos.

— A, para.
Disse Zé Rafael.

Estacionei meu carro, desci juntamente Piquerez e a namorada.

Entrei na casa e todos estavam em círculo, aparentemente conversando, encostei para me enturmar.

— Opa.
Falei, me adentrando.

— E aí, Montoya!
Murilo bateu no meu ombro, me puxando e revelando o motivo do círculo dos jogadores.

Encarei Maria que estava escorada no balcão, sorrindo.

Revirei os olhos, continuei meu diálogo, a mesma parecia não se importar, já que evitada me olhar a todo custo.

— Tu ficou sabendo que o Zé Rafael tá ficando com a Mari?
Disse Gomez.

— É mesmo? Tô sabendo não.
Respondi, com tédio.

Mariana saiu para dentro da casa, à procura de algo.

— Zé Rafael, sério?
Cheguei por trás e sussurrei em seu ouvido.

— Vai se foder, Richard!
Respondeu.

— Isso já está me tirando do sério.
Travei o maxilar, a mesma me encarou.

— Quem resolveu dar uma de esperto pro meu lado, foi você!
Disse ríspida.

— Eu já te pedi perdão.

— E tu acha que isso é suficiente?

— Não, mas eu tô aqui agora, admitindo não conseguir te ver com ninguém além de mim!
Cruzou os braços.

— Problema seu! Eu adoro o jeito que ele me beija, me fode com força como ninguém nunca fez.

Escutar aquilo me ferveu o sangue, não segurei minha raiva e pressionei a mesma contra a parede.

— Eu duvido muito que ele faz tudo que eu já fiz por você e com você.
Disse rígido.
— Você sempre foi minha.

— A, sou?
Debochou.

— Sabe que sim.

— Eu não tô sabendo disso!
Revirou os olhos.

— Agora está.
Me afastei, dando espaço para Mariana.

— Dói né? Saber que eu estava contigo por momentos em que você não suportaria sozinho, que eu fui a única que te amou como você um dia mereceu. Dói também ver alguém que você perdeu e ainda ama com outra pessoa?

Disse, me fazendo engolir seco e meus olhos marejar.

— Eu ainda lembro do dia que você me disse que meu olhar era seu paraíso, do dia que me fez promessas.
Eu te amo, ainda, mas escolher você novamente, está fora de opção!

Finalizou e saiu.

Travei meu maxilar, tentei me recompor, mas foi em vão, sai descontrolado em direção meu carro, dei partida, sem rumo de onde iria.