dia 2

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Após um dia cansativo, Peter saboreava seu copo de uísque enquanto admirava Derek, seu alfa. Não havia dúvidas, Derek era um homem irresistível, com um corpo forte e bronzeado. Na cama, seu beta dormia tranquilamente.

Era uma cena encantadora, mas algo faltava. Peter sentia a ausência de um ômega. Seu lobo ansiava por isso. Ele amava seus parceiros e sabia que o desejo era mútuo.

— Amor, vai sair hoje? — perguntou Peter.

— Sim, tenho alguns assuntos para resolver — respondeu Derek, sério. — Poderia deixar com Scott, mas aquela família está abusando da minha paciência.

Peter adorava esse lado ameaçador de Derek.

Derek saiu para dirigir até a casa da família Rafael. Eram sujeitos complicados que pediram uma grande quantia de dinheiro e deram a casa como garantia. A propriedade pertencia ao único sobrinho herdeiro, que morava no exterior. O nome dele, Stiles, sempre soava curioso para Derek. De alguma forma, seu lobo sussurrava sobre ele.

Nada o preparou para o que encontraria. Após se informar, Derek soube que a família Rafael havia fugido há dias, o que significava que, legalmente, a casa já era sua. Ele, Scott e Boyd, seu amigo e sócio, entraram na propriedade e foram recebidos por um cenário de decadência: a casa estava imunda, com cheiro de podridão e animais mortos. Após uma breve inspeção, ficou claro que não havia nada de valor ali.

— O terreno vale mais do que reformar isso. Melhor demolir — sugeriu Scott.

Derek estava furioso. Odiava ser enganado. Foi até o carro, acendeu um cigarro e decidiu: era hora de derrubar tudo.

Quando as máquinas estavam prestes a começar, o lobo dentro de Derek começou a se agitar. Algo o inquietava. Ele ordenou que parassem e seguiu o som de um choro fraco, que o levou a um canto obscuro. Havia algo estranho... uma escada que não constava nos planos da casa. Ele subiu.

A escada era estreita e mal iluminada, mas, sendo um alfa, sua visão era afiada. O ar estava carregado de sujeira, poeira, comida estragada, mas havia também um leve aroma de morango.

O que encontrou o chocou. Dentro de uma gaiola, encolhido e magro, estava um jovem apavorado. Seu estado era deplorável, o medo estampado em seu rosto.

— Quem é você? Meu tio te mandou para me machucar? — perguntou o jovem, sua voz tremendo.

"Tio". Agora tudo fazia sentido. Rafael era um monstro. Mas Derek sabia que aquele momento era para resgatar o jovem, não para vinganças.

— Não sou amigo do seu tio — disse Derek, com a voz firme. — Estou aqui para te ajudar. Meu nome é Derek.

Stiles, como o jovem se chamava, o observava com desconfiança. Todos prometiam não machucá-lo, mas sempre causavam dor. Derek respirou fundo, mantendo a calma.

— O que você deseja? — perguntou ele suavemente.

Stiles hesitou. Apesar do medo, havia algo nos olhos de Derek que transmitia confiança. Mesmo assim, sua natureza ômega ainda o fazia recuar.

— Quero sentir o sol novamente — disse Stiles, sua voz quase um sussurro.

— Eu vou te levar para ver o sol. Tudo o que você desejar — respondeu Derek, com ternura. — Posso me aproximar?

Stiles, lentamente, se levantou. Derek notou suas pernas magras e a longa camisa que mal o cobria. Apesar de estar visivelmente debilitado, sua beleza era evidente. E, em um sussurro, o lobo de Derek murmurou: "Nosso ômega..."

Ômega, meu doce omega.Onde histórias criam vida. Descubra agora