Ômega, meu doce omega.

dia 6

Peter sabia que algo estava deixando o ômega inquieto. Desde que Stiles chegou, tudo tinha sido um passo de cada vez. Ele ainda estava cheio de receios. Ficava acuado com sons estranhos e tinha medo do desconhecido. Seu corpo ainda tremia ao menor susto, e a ansiedade o dominava. Embora seu corpo estivesse se adaptando a se mover novamente, ele continuava magro. Apesar dos toques e carinhos constantes, Stiles ainda reagia instintivamente ao contato, como se recusasse ser tocado. O que ele teria passado? Esses pensamentos assombravam a mente do alfa.

Theo observava seu ômega dormindo. Stiles parecia tão sereno agora, mas ao recordar o estado frágil de seu corpo, um medo profundo tomava conta de Theo. Ao vê-lo assim, tudo que conseguia pensar era no quanto ele havia sofrido.

Ele lembrava como Stiles se maravilhava com coisas simples. O sorriso que brotava em seu rosto ao vestir uma calça macia ou uma blusa confortável. A lembrança o fez sentir um peso no peito. Theo olhou para seus parceiros, buscando apoio.

— Tenho medo... — confessou Theo, a voz baixa e cheia de angústia. — Quero que ele veja o mundo, que seja feliz. Nem consigo imaginar como foi pra você encontrá-lo, Derek.

Derek fez uma pausa antes de responder. Ele olhou para seu ômega com olhos sombrios, a raiva claramente contida.

— O que eu vi... eu não quero lembrar — disse Derek, cerrando os punhos. — Só de pensar, sinto uma raiva enorme. Eles vão pagar caro pelo que fizeram com ele. A situação em que ele estava... foi desumana.

Os três estavam concentrados enquanto Peter falava sobre as pistas que os levariam até Rafael e sua família. Estavam perto de encontrá-los, mas então Stiles, que dormia entre eles, começou a se debater e murmurar palavras angustiadas.

— Por favor, não... dói... eu não aguento mais isso... eu vou ser um bom garoto... por favor, tio, pare... — As palavras saíam entrecortadas pelo medo.

Stiles se debatia violentamente, a ponto de começar a se machucar. Os três tentaram várias vezes acordá-lo, mas o pesadelo parecia prendê-lo em seu próprio inferno. Quando perceberam que não adiantava mais tentar de forma convencional, Peter deu um passo à frente, com um ar determinado.

— Cubram os ouvidos — disse Peter firmemente.

Usando sua voz de alfa supremo, ele deu um comando que fez Stiles despertar de imediato. Contudo, ao acordar, Stiles estava tomado por pânico. Ele não reconhecia os três ao seu redor. Para ele, não eram seus parceiros ali. Sua mente o havia levado de volta à jaula. Ele estava convencido de que estava prestes a sofrer novamente, o que só aumentava o pavor em seu olhar.

— Não... vocês não vão me machucar! Não me toquem, por favor... chega... — Stiles gritava, sua voz quebrada pela dor.

Ele começou a lançar olhares desesperados para os três, seus olhos negros de terror. Vendo que ele estava muito agitado, Theo fez um sinal para que os outros se afastassem um pouco, e com uma voz suave, tentou alcançar o ômega.

— Stiles, oi... — Theo começou, mantendo o tom calmo. — Você não está mais preso, está livre, lembra? Aqui é sua nova casa. Eu sou o Theo, lembra de mim? Olha, o Peter e o Derek estão aqui também...

Mesmo assim, Stiles ainda estava perdido em seu pânico. O medo era tão intenso que ele chegou a molhar as calças. Seus olhos estavam escuros de terror, e Peter sentiu uma pontada de dor no peito ao vê-lo assim. Tentando se aproximar, Peter acabou levando uma mordida do ômega, que agiu por instinto. O alfa ficou paralisado por um momento, sem saber como reagir.

Derek respirou fundo e se aproximou, decidido. Ele segurou Stiles firmemente, mas com cuidado. Após algum tempo, o ômega começou a se acalmar, embora lágrimas ainda corressem pelo seu rosto e seu corpo tremesse incontrolavelmente.