Capítulo único

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Javier inclinou-se para a frente, sussurrando suavemente ao ouvido de seu Mestre.

"Está ficando tarde."

"Ué? É mesmo? Uh..." Lloyd olhou para o relógio de parede e depois acenou com a mão, minimizando-o. "Não é tarde. Ainda tenho coisas para fazer. Você pode ir para a cama primeiro."

Javier olhou para ele e Lloyd olhou para trás, completamente alheio ao que Javier realmente estava tentando dizer.

O Conde estava do outro lado da mesa, trabalhando junto com o mestre Lloyd e Javier não podia simplesmente desfocar o que ele realmente estava tentando insinuar. Pelo menos ainda não.

Não até que eles descobriram o que estava acontecendo entre eles.

"Ah!" Lá estava. Lloyd não era denso o suficiente para simplesmente ignorar as intenções de Javier. Afinal, ele era um homem inteligente. O homem que salvou – "Você precisa da sua canção de ninar para dormir, certo? Quase esqueci"

"Sim. Isso. Exatamente." Javier sorriu, aliviado, porque a desculpa de Lloyd era simplesmente perf—

"Bem, ainda estou ocupado. Por que você não se deita lá e dorme enquanto a gente continua?"

Javier sentiu os olhos contraírem-se.

Como ele ousa—

"Acredito que Javier tem razão, filho. Está ficando tarde. Devemos continuar amanhã de manhã."

Ah, o Conde. Um homem tão confiável. Javier pensou que não poderia mais amá-lo e, no entanto, aqui estava ele, sentindo um novo sentimento reverencial em relação ao homem que considerava um segundo pai.

"Pode descansar, meu Senhor. Prefiro trabalhar um pouco mais. Preciso ter certeza de que não haverá danos na infraestrutura."

Junto com o olho, o punho de Javier se contraiu, pronto para dar um soco no rosto de Lloyd.

"Sou muito abençoado por ter um filho tão confiável." O conde enxugou suas lágrimas não derramadas e Javier não pôde ficar com raiva dele.

Em seu jovem mestre? Certo. Na maioria das vezes. Mas não ao Conde.

"Vou te deixar então. Javier, certifique-se de que ele não vá para a cama tarde demais."

Ele assentiu e se curvou levemente, desejando-lhe uma boa noite de descanso, e então, finalmente, eles foram deixados sozinhos pela primeira vez naquele dia.

Lloyd estava focado na tarefa em mãos, murmurando para si mesmo e reclamando de números e relação altura-peso... Javier suspirou e sentou-se ao lado de seu mestre, deixando a espada apoiada na cadeira depois de tirá-la de seu cinto.

"Você deve ir para a cama primeiro. Vou ficar aqui por algumas horas." A voz de Lloyd era calma e honesta... Uma visão rara para um solitário como ele. "Ou vá pegar seu travesseiro, eu vou te cantar minha canção de ninar. Você pode tirar uma soneca enquanto isso."

Javier não entendeu.

Ele não podia, realmente.

Lloyd não parecia ignorá-lo de propósito como ele temia. Quando muito, seu jovem mestre parecia estar bem absorvido nos cálculos que fazia; os pequenos modelos verdes que ele criou mudaram aos caprichos de Lloyd, encolhendo e ampliando sobre si mesmos, torcendo e finalmente desmoronando ou desmoronando, ficando vermelhos e exasperando o homem o suficiente para fazê-lo arrancar os cabelos da frustração.

Apenas quatro — Não, cinco. Há apenas cinco dias, ele e Lloyd mal sobreviveram a uma emboscada. Ou melhor, seu mestre mal sobreviveu à emboscada.

Just like the first time (Tradução)Where stories live. Discover now