Capítulo 06🌺

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Na manhã após o baile, recebi uma carta com o símbolo do parlamento, assinada pelo próprio rei, onde dizia que eu deveria comparecer à reunião desta tarde e mais uma falta seria motivo da perda do título que estava em minha família a mais de 100 anos, pois significa que eu não teria maturidade o suficiente para arcar com tamanha responsabilidade.

Eu com toda certeza não perderia mais aquela reunião.

Não deixaria que tirassem de mim a única coisa que me restou de meu pai nesses seis meses.

Perdê-lo já havia sido doloroso demais. Perder o que ele aprimorou com tanta maestria seria desonrar seu nome e todo o legado da família Burton.

- Raios! - Vociferar lendo a carta. - Mas será possível que um homem não pode enfrentar seu luto em paz? - Perguntei a mim mesmo.

Edgar no enanto, estava próximo e adentrou meu escritório enquanto respondia:

- Milorde, sinto em dizer, mas até mesmo os homens podem sentir seu luto, entretanto, o senhor não é um homem qualquer. Se trata de um homem de alto nível na sociedade. Vosso título exige que seus esforços sejam mais intensos que vossos sentimentos.

Era difícil de admitir, mas Edgar estava certo, e não havia nada que eu pudesse fazer para mudar isso.

Essa era a minha vida agora, e não importava o quanto eu chorasse e lamentasse a morte de meu pai, ele não voltaria e as responsabilidades de ser um marquês ainda estariam sobre minhas costas.

Eu era Joshua Burton, o marquês de Brighton de 22 anos que não queria se casar, nem perder o título então, algo deveria ser feito. Minhas obrigações chamavam por mim, e já era hora de tomar as rédeas da situação antes que tudo saísse do controle e o rei deixasse de ser compreensivo.

Essa era a Inglaterra. Um dia você perde de forma trágica o homem que te ensinou a viver, no outro você tem uma reunião no parlamento para comparecer, caso contrário, todo o legado de uma família de décadas de gerações é simplesmente jogado fora como se não fosse nada mais que um pedaço de papel velho.

Chegando ao palácio, fui recebido pela carranca do Conde Earnshaw, o mesmo homem que devia a meu pai e não se deu ao trabalho de sequer se explicar. Meu pai o cobrou apenas uma vez e desistiu, não seria eu a pessoa a fazê-lo.

- Ora ora, aqui está o jovem que se diz homem, mas foge de suas responsabilidades. Excelente marquês! - Disse ele com desdém.

- Conde, tenha uma excelente tarde! - Fui sucinto em minhas palavras.

Meu humor estava deveras afetado naquela tarde, e dar ouvidos a tais provocações não ajudava em nada.

- Joshua Burton, finalmente resolveu nos agraciar com sua presença? - Disse uma voz experiente atrás de mim. - Senti sua falta rapaz.

Era o duque de Cambridge, Benjamin Weber. Havíamos nos visto no baile de abertura da temporada, e desde então, não o encontrei em nenhum outro lugar.

- Duque, é um prazer revê-lo! - respondi no mesmo tom de cordialidade.

Seguimos juntos para a sala de reuniões, e aquela, não foi como nenhuma outra que papai já havia me levado quando retornei de Oxford.

As reclamações e desapontamentos do rei não apenas às minhas responsabilidades com o título, mas com vários outros nobres ali presentes.

Ficou decidido naquela tarde que eu deveria me casar o mais rápido possível, e caso não cedesse às condições implantadas pelo rei, todo o legado da minha família seria esquecido junto ao título que carrego junto a meu nome.

Nunca desejei me casar, no entanto, essa era minha única saída para manter-me próximo a meu falecido pai.

Iria me casar, mas não adiantaria de nada minha futura esposa esperar amor e paixão de minha parte, assim como eu não desejava que sentisse por mim. Este seria apenas mais um casamento arranjado entre um lorde e uma senhorita de boa família. Esta era apenas mais uma união de interesses sociais e políticos.

O parlamento havia determinado que meu casamento deveria acontecer em um mês, não importando quem fosse a moça, desde que fosse da alta sociedade. O que martelava em minha mente era quem seria a jovem mais adequada para se tornar minha esposa?

Eu não a amaria nem me apaixonaria, mas ela teria que ter no mínimo uma companhia agradável, já que passaria o resto da minha vida ao seu lado.

Era torturante a ideia de me unir a alguém, mas essa foi a condição imposta para que os esforços de meu pai não fossem arrancados de mim, e definitivamente não havia ninguém agradável o suficiente para...

Na verdade, tinha alguém, e ela era a única que a meus olhos, era bela, agradável e assim como eu não desejava se casar.

Addison Edwards era a garota perfeita para se tornar minha esposa. Talvez nos tornemos amigos, mas não iríamos nos apaixonar.

Eu já tinha um plano agora, era só colocá-lo em prática, e ao chegar em casa, foi o que fiz.

Mandei-lhe uma carta a convidando a dar um passeio no parque. Eu a cortejaria como se estivesse apaixonado, e quando ela aceitasse meu pedido de casamento, a contaria toda a verdade. Desistir do casamento seria impossível, pois seria o maior escândalo. Eu manteria meu título e teria uma esposa.

"Senhorita Addison Edwards, gostei muito de sua companhia nos dois bailes em que estive presente. Adoraria que pudéssemos dar um passeio no parque, amanhã à tarde. Seria o homem mais feliz se aceitar meu convite.

Assinado: Joshua Burton."

- Senhor, sua carta acaba de ser entregue.

- Excelente notícia Edgar, amanhã será o dia em que minha vida começará a mudar, não se esqueça.

- Senhor, está certo de sua decisão?

Por um instante hesitei. Não estava completamente certo, mas era o que devia ser feito, então respondi:

- Sim Edgar, é o que deve ser feito.

- Claro, milorde. Com licença, se houver algo que desejar, estarei na cozinha.

- Não se preocupe, e obrigado por sua disposição.

Eu certamente deveria repensar meu plano mirabolante de sujeitar a senhorita Edwards a tal emboscada. Não desejava que mulher alguma sentisse a mesma dor que ela tem sentido, mas não tinha outra opção.

Nem mesmo eu havia conseguido assimilar este sentimento, mas meu futuro e o de minha mãe dependiam desta drástica ação.

Havia se tornado uma questão política e meus sentimentos não deveriam interferir. Eu havia me tornado o marquês de Brighton, e era minha obrigação acatar as decisões do rei.

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