os gêmeos

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Como esperado todos concordam em contra-atacar, exeto Malleus.
Isso me faz criar algumas dúvidas, mas acredito que é apenas paranoia.
Os dias pareciam mais sombrios, todos estão treinando ferozmente, os garotos me chamavam para treinar com eles, mas todos pegavam leve como se eu fosse um cristal delicado.
Vejo de longe os gêmeos lutando entre si, e lentamente me aproximo

Jade: quer treinar conosco?

— eu adoraria!

Floyd: por que não começa comigo então?

— mas você não pode pegar leve viu!

Jade: se você não quer que pegue leve, vamos nos dois ao mesmo tempo

— se vocês quiserem....

Floyd: então você aguenta nos dois?

Eu coro ao perceber a brincadeira e dou um soquinho em seu braço

— pare de graça e vamos começar!

Nos nós posicionamos com espadas de madeira, em meio a pequena arena. Eu avanço em meio aos gêmeos, que desviam voando cada um para um lado, Floyd sorri de forma sacana, enquanto Jade se mantém sério. Um dos gêmeos pula por cima e o outro vai para baixo, puxo um cipo da floresta e amarro o gêmeo de cima atacando o de baixo, mas num piscar de olhos eles me atacaram

Jade: tentativa de me amarrar? Está me provocando?

Floyd: assim fico com ciúmes...

Porque raios eles estão assim hoje?!

Eu desvio com dificuldade, mas consigo acertar Floyd que fica irado e joga um feitiço em mim "Bind The Heart". Uma magia que atrapalha os ataques do oponente e sempre acaba errando

— ugh isso é injusto!

Floyd: não tenho culpa se sua magia é fraca!

Furiosa, movo minha mão em direção à floresta, que começa a tremer e pássaros a voarem. De lá saem guardas feitos de pedra, que começam a atacar os gêmeos. Jade desenha um círculo no chão, que começa a brilhar, e num piscar de olhos, estou caindo em queda livre pelo céu junto com meus guardas. O vento sussurra em meu ouvido, mas logo o barulho é trocado pelo borbulho da água gelada. Tento rapidamente voltar para a superfície e, quando consigo, vejo uma vastidão de oceano. O céu claro e a água reluzente logo se transformam no oposto; uma luz reflete no meio da água, começando a girar. Luto contra a maré, mas sou sugada junto. Não consigo me mover; parece que uma mão gigante me segura. Fecho meus olhos com força, esperando o pior, mas logo consigo sentir novamente o oxigênio passando pelos meus pulmões e começo a respirar. Abro os olhos e vejo Jade e Floyd gigantes como criaturas marinhas, segurando-me como uma boneca

Jade: por essa você não esperava

Floyd: pelo visto ganhamos

— só se for no sonho de vocês- digo com falta de ar

Com dificuldade, convoco algas marinhas que agarram nossos corpos, puxando-nos para baixo. Floyd me deixa cair novamente no mar, mas desta vez o impacto parece maior. Não consigo lutar contra as ondas gigantes que se formam devido à agitação dos gigantes que se remexem, tentando se livrar das correntes de alga. Subo novamente até o topo, mas logo sou afundada pelas águas, batendo a cabeça em rochas. Meus olhos se embaciam e só consigo ver a cor vermelha lentamente tomando o azul do mar

Talvez eu não goste de lutar enquanto nado









Sinto areia quente debaixo de mim e escuto o mar se mover, algo pressiona minha cabeça me fazendo soltar um grunhido dolorido, meus olhos não queriam se abrir, mas podia sentir o sol quente pela minha pele, com dificuldade abro meus olhos e vejo estar deitada na areia com caranguejos em minha volta, olho para trás e tinha uma pequena e adorável casa de praia, e dentro estava os gêmeos, coloco a mão em minha cabeça e vejo ser uma estrela-do-mar, estranhamente cuidado do meu corte, Floyd olha em minha direção e vem correndo até mim

Floyd: finalmente acordou!

— por que raios me deixaram no meio da praia no sol quente?- digo enquanto Floyd me ajuda a levantar

Jade: a estrela-do-mar precisava secar

Dou um pulo de susto ao escutar a voz do gêmeo que apareceu repentinamente ao meu lado

— onde estamos?

Floyd: na nossa ilha particular! Incrível né?!

— é realmente... lindo

A areia branca se estendia sob o céu azul, sem a menor presença de nuvens, enquanto as águas reluzentes refletiam minha imagem com perfeição. Coqueiros pontilhavam a paisagem, conferindo-lhe um charme peculiar, e de forma inesperada, aquele lugar exercia sobre mim uma calma inexplicável, tocando-me de maneira que eu mal conseguia compreender

Jade: pelo seu rosto você adorou este lugar

Floyd: vamos passar o dia aqui que tal?

— mas o Malleus....

Jade: você não nasceu grudada com ele, você sabe disso não é?

— eu sei...

Floyd: então vamos curtir princesa!

Com relutância, acabei cedendo, e assim passamos o dia. Tenho que admitir que foi tudo incrível: brincamos, rimos, nos deliciamos com ótima comida e nos divertimos sem parar. Jogamos cartas e, para minha surpresa, Jade ficou tão bravo que quase partiu para cima de Foyd, o que me arrancou gargalhadas sinceras. Aquilo fez um bem danado... distrair minha mente, nem que fosse por apenas um dia.
Ao cair da noite, sentamo-nos à beira-mar para contemplar o pôr do sol e a ascensão da lua.

— obrigado meninos, esse dia foi incrível

Jade: nos que agradecemos por você ter ficado

Antes que conseguíssemos articular qualquer reação, um portal sombrio se abriu diante de nós e fui abruptamente puxada para o seu interior. Encontrei-me em um local completamente mergulhado na escuridão, sem a menor fresta de luz, o que fez meu coração disparar como nunca antes... Seria Vorakar?!
Sou jogada para o lado de fora, acabo me desequilibrando caindo no chão, de dentro do portal emerge Malleus, furioso, com os olhos cheios de raiva e postura emanando escuridão

— você ficou louco? Quer me matar do coração?!

Malleus: por onde esteve?

Sua voz era completamente gélida e apática, será que fiz algo de errado?

— você sabe onde eu estive

Malleus: sem gracinhas, S/n!

Ele avança em minha direção esmagando a parede ao meu lado, quanto mais perto dele eu ficava mais sentia um cheio de morte eminente, seu semblante era ameaçador, seu olhar penetrava como facas em minha alma, pela primeira vez estou sentindo terror perto do Malleus

— eu estava com os gêmeos- digo tentando não gaguejar

Malleus: quantas vezes eu vou ter que repetir?! Pelo amor! Você não é uma imbecil, então não aja como uma

Ele agarra meu pulso me fazendo levantar, saímos de onde estávamos e sou arrastada pelo corredor.
Tudo parecia tão sombrio... era diferente do que costumava ser

— malleus você está me machucando! - digo tentando soltar meu pulso

Malleus: sorte a sua que só seu pulso esta sendo machucado....- diz em tom de múrmuro e aperta mais a mão

Andamos rapidamente até que chegamos no meu quarto, ele abre a porta do meu quarto e me joga lá dentro violentamente, antes que eu pudesse falar algo, ele tranca a porta.
Me sento no chão tentando processar o que havia acontecido em quanto acariciava meu pulso dolorido

— qual é o maldito problema dele?

Esse é o seu verdadeiro lado?

Amor Vilão: Quando o Coração Se Rende ao Lado SombrioOnde histórias criam vida. Descubra agora