um passado não tão distante

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Eu amo o verão e todas as coisas boas que ele me traz,em especial a brisa suave da manhã me faz lembrar dos dias que eu acordava na casa da minha avó,a minha segunda casa.

Quando eu era pequena adorava os fins de semana ,era quando vó Amélia fazia bolo de cenoura,até hoje consigo sentir aquele cheirinho de bolo recém saído do forno.

A avó Amélia não era só minha avó ,mas também era  a minha melhor amiga e segunda mãe já que morei por muito tempo com ela, ela conseguia entender tudo o que eu sentia,mesmo eu não sabendo o que eu estava sentindo,ela só precisava me olhar para saber que eu não estava bem,e sempre que eu precisava ela me dava um abraço bem quentinho,aquilo era tudo para mim.
Com ela aprendi muitas coisas sobre a vida e sobre receitas de doces caseiros,apesar dos meus problemas eu não poderia ter tido uma infância melhor,digo isso porque mesmo com minha mente tão conturbada desde criança eu consegui viver os momentos mais intensos de todo a minha vida graças a ela.
Mas a vovó Amélia ficou muito doente, meu pai foi atrás dos melhores médicos e acabaram descobrindo um câncer muito raro.Lembro que quando ela estava acamada não deixei de ir um dia ficar com ela,a doença da minha avó me deixou muito mal,e assim os dias foram se passando, vó Amélia ficava cada vez pior ,o tempo foi se passando e eu fui crescendo, um mês depois do meu aniversário de treze anos a avó Amélia morreu,a pessoa feliz que eu era foi embora no dia da morte daquele ser  cheio de luz desde então o sentimento de infelicidade só foi crescendo dentro do meu peito,entrei na terapia infantil e passei três anos sendo acompanhada por um psicólogo mas de nada adiantou,nem um especialista em mentes conseguiu entender a minha, o sentimento de  luto afetou todas as partes do meu cérebro,tanto que passei dias em cima de uma cama sem o mínimo de vontade de me alimentar,de tomar banho,ou de fazer coisas que todos os seres humanos fazem normalmente.

E assim eu fui crescendo,entrei na adolescência e foi aí que tudo se complicou,porque eu não conseguia suportar mais aqueles sentimentos de dor, minha mãe acabou percebendo o meu estado,ela até tentou conversar comigo,fez tudo o que era possível para tentar me ajuda mas eu ainda continuava depois de anos,como as coisas estavam bastante complicadas na minha casa por que minha mãe não conseguia conciliar a casa e minha situação,ela saiu do emprego e arrumou outro  com menos carga de trabalho em outra cidade.

Então tive que mudar de cidade,eu até melhorei por algumas semanas,estava focada em arrumar um passatempo
para ver se conseguia me livrar daquele sentimento insano,tentei de todas as formas esquecer aquela tristeza, procurei várias formas de distrair a minha mente,acabei encontrando algo que me fez muito bem,passei ler, em menos de um mês já tinha lido 6 livros,ler sempre me fez bem e naquele momento da minha vida essa era uma forma de fugir da minha própria realidade porém ainda faltava alguma coisa para preencher meu vazio,que ao passar dos dias se aprofundava ainda mais.

Aquele sonho ainda me atormentava..

Espero que tenham gostado desse capítulo,estou com ótimas ideias para o próximo.
Continuem lendo,por favorッ

Querida OlíviaOnde histórias criam vida. Descubra agora