Deito novamente em seu peito para não encará-lo, sinto sua mão em meus cabelos fazendo-me cafuné bem devagar - Bom, acho melhor você mesma ver e se lembrar de como era naquela época, posso conversar com Klaus e ir com você para dar apoio.

- Obrigada, mas não sei como vou reagir, acho melhor ir sozinha - digo apertando um pouco mais o abraço em sua cintura.

Senti Elijah estremecer, mas realmente precisava fazer isso sozinha, então acabamos a conversa ali e dormimos o resto da madrugada.

...

Acordei cedo e saí antes de Elijah acordar, queria surpreender Klaus e conseguir logo essas malditas lembranças, liguei para ele marcando em um café e ele logo aceitou.
Já estava sentada há dez minutos, batendo o pé contra o chão enquanto olhava diretamente para a porta, meu café estava esfriando e as panquecas também, mas exatamente no momento em que me movimentei para corta-las, sentindo a barriga doer, vi ele entrar, com um sorriso no rosto como se quisesse que isso acontecesse, eu sabia que aquilo era estranho e não deveria acontecer, mas, continuei ali.

- Achei que não viria mais - revirei os olhos.

- Fiquei em dúvida se você realmente não estava brincando com a minha cara - diz simplesmente se sentando.

- Por que eu brincaria com isso? 

- Não me surpreenderia que não quisesse se lembrar dos nossos momentos juntos - seu tom malicioso disse muito por si só.

- Me poupe, Klaus, apenas me deixe terminar de comer e faremos isso.

Uma risada emergiu dele, ela ficou tensa no mesmo instante, parecia que naquele momento não era mais o Klaus que ela tinha conhecido até então- Você me chamou aqui para ficar te olhando? Não, não. Se quer isso, quer agora - diz segurando o meu braço e puxando para ficar inclinada e então segurou meu queixo - Lembre-se de tudo que te tirei, das memórias tristes, dá falta de motivos para viver, dos pensamentos um tanto quanto, duvidosos, lembre-se da pessoa que era e de como eu te salvei, como eu te dei a vida novamente, ansia por viver, amor, mas quando se lembrar, espero que não volte ao ponto zero novamente, eu não estarei mais aqui por você - disse e senti meu corpo ficar fraco e visão ficar preta, antes de sentir meu corpo cair, apaguei.

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Camila Gilbert estava à uma semana na casa dos avós, em uma pequena cidade chamada Cedarwood, perto de Virginia. Desde que chegou, ela mal havia saído do quarto que fora de sua mãe quando criança. As paredes ainda tinham os mesmos pôsteres que ela costumava admirar antes de dormir, mas agora pareciam apenas testemunhas silenciosas de uma dor indescritível.

Os dias se arrastavam lentamente, cada hora marcada pelo tic-tac do relógio antigo no corredor. Camila se via perdida em um mar de lembranças e angústias, onde os momentos felizes com seus pais se misturavam com a tristeza avassaladora de sua ausência.

Na primeira manhã, ela se levantou cedo, a luz do sol filtrando-se pelas cortinas rendadas. Observou os campos verdes além da janela, ouvindo os pássaros cantando como se o mundo continuasse girando sem perceber sua dor. Ela desceu as escadas hesitante, encontrando a cozinha silenciosa e vazia. A mesa estava posta como sempre, mas a ausência dos risos de seus pais ecoava dolorosamente em seus ouvidos.

Cada passo fora da casa era como atravessar uma barreira invisível de tristeza. Camila caminhou lentamente pelo jardim, onde as flores cultivadas por sua avó ainda exalavam um perfume doce e familiar. Ela parou em frente ao antigo balanço de madeira, balançando suavemente ao vento. A visão trouxe uma onda de lembranças de sua infância, quando seu pai a empurrava alto no ar, enquanto sua mãe aplaudia e ria.

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