Prologo

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Voltei depois de um tempo sem fanficar, para encher vocês com um pouco do meu drama hahaha espero que gostem e se divirtam.

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A vida era uma pacata caixa de bombons ultraprocessados possíveis de ser ingeridos somente quando a fome de três refeições em jejum se fazia presente. A vida era o desembrulhar dos bombons e o sabor amargo que dominava a boca, mas no fim satisfazia. Quase triste demais de ser vivida, e sempre a um passo de dar errado.

Suspiros profundos.

Era assim que se parecia sua nova exposição. Uma enorme caixa de bombom barata, com uma bela embalagem, mas amarga e difícil de ser engolida.

Era aquela sua volta para os holofotes após 3 anos de pausa. Fotos e mais fotos decoravam as paredes da galeria e algumas de última hora ainda seriam reveladas, queria encher cada pequeno espaço vazio daquele lugar, e os fazer se sentir como ela se sentia ao olhar cada uma daquelas fotografias

Embrulhada, amarga, mas ao mesmo tempo vazia.

-Uau! Você arrasou mãe! -A voz da filha mais velha invadiu seus ouvidos a arrancando um breve sorriso.

-Que bom que gostou. -Seus olhos permaneciam nas fotos em cima de uma grande mesa onde selecionava as que faltavam para serem expostas. -Achei que você sairia mais tarde hoje. -Continuou divagando para a menina.

-Fui liberada mais cedo. -Deu de ombros. -Posso ir buscar a Celine se você quiser... -Era engraçado perceber o quanto Cecilia era parecida com sua esposa fisicamente, mas tinha a sua personalidade. Fugia de si mesma, e tirava o foco sempre que podia. Estranhou quando a menina resolveu não seguir seus passos e se esconder atrás de uma câmera fotográfica.

-Como está a faculdade, Ceci?

-Incrível eu sinto que nasci para isso, sabe? E agora tem projetos maravilhosos sendo desenvolvidos e logo poderei me inscrever em um. -Sorriu largo. -Quer dizer, eu já me voluntariei né, mas por enquanto estou só de observadora.

-Parece um sonho mesmo mexer com sangue, ossos, e tecnologia. -O desdenho da mãe a fez gargalhar. -Espero que pelo menos Celine herde a minha veia artística.

-Oh mãe! Você sabe que é o amor da minha vida. -Seus braços a abraçaram por trás, arrancando um meio sorriso da mais velha.

-Eu sei.... só esperei que uma menina linda como você fosse ser apaixonada por fotografias, ou por arte assim como eu e sua mãe.

-Você é engraçada. -A soltou. -Pais nesse país todo morreriam para ter uma filha futura ortopedista ou neurocirurgiã... ainda não me decidi. -Divagou. -e você queria uma modelo. -A gargalhada dela se espalhou pelos quatro cantos da galeria vazia e seus olhos encontraram os de Natália. -Eu seria expulsa de qualquer estúdio vista que sou a nerd desengonçada... você sabe.

-Que bom que eu te divirto, mas você jamais seria expulsa de lugar nenhum. Você é linda como ela. -Os olhos verdes piscaram lentamente diante da comparação e o silêncio as tomou.

Cecília tinha recém completados 17 anos, era fruto do casamento de Natalia com a modelo e comunicóloga Lina Souto. Um prodígio, e o orgulho da fotógrafa. Cecilia lembrava Natalia de um alguém que fora muito importante em sua vida, chegou a pensar, quando a menina lhe contou sobre ter passado no vestibular de medicina, que se ela fosse filha de Carolina, elas não seriam tão parecidas. A amiga, que não via há mais de 25 anos, era uma completa cópia de sua filha, e isso trazia em si sentimentos conflitantes que escolhia ignorar e não sentir.

Carol não existia mais, não existia há mais de 25 anos.

Cecília era tão inteligente quanto Lina, e isso era tudo.

Amarelo Amor - NarolOnde histórias criam vida. Descubra agora