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I'm a complex soul, they layered me up

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I'm a complex soul, they layered me up

Count me out - Kendrick Lamar


Onde você pensa que vai, mocinho!? Estamos conversando com você! — Hori esbravejou.

O estrondo de um trovão irrompeu no céu no mesmo instante em que Madara fechou a porta de entrada da casa, desaparecendo da vista dos seus pais.

— Deixa o garoto, Hori — Kagami ofereceu com cautela. — É coisa demais para absorver.

— Catorze anos, Kagami. Ele só tem catorze anos! Eu pedi para esperarem, implorei, supliquei, mas nenhum de vocês me ouviu. NENHUM!

A mulher encarou o marido sem pena, enquanto lágrimas grossas irrompiam os seus olhos. Hori sabia os riscos, casou sabendo da maldição e tinha ciência que seus filhos um dia se tornariam assassinos, mas ela não esperava que isso acontecesse antes da maior idade.

— Ele não vai parar, amore mio. — Tajime tentou apelar para o apelidos deles, a essa altura, o divórcio já era uma opção, coisa que ele não queria que acontecesse.

— Ele só tem catorze anos, Uchiha. — A voz firme machucou a todos naquela sala. — Cedo demais para jogar sobre os ombros uma sede de sangue.

— Cedo ou não, a vontade vai surgir mais uma vez, e eu não vou deixar um lobo solto em um rebanho. Queira você ou não, amore mio, Madara irá passar pelo rito de passagem.

— Faça isso e você nunca mais me verá, amore mio — o apelido soou como veneno.

O ar parou, ninguém ousou se mover, Tajime e Hori eram conhecidos pela dinâmica hostil e implacável. Um casal imbatível, entre si e com os outros. Fogo e gasolina, ardiam e queimavam em uma velocidade absurda, assim como se machucavam.

Talvez a imaturidade causada pelos vinte e poucos anos, ou pelo peso de suas responsabilidades, o casal tinha tudo para ser algo, porém, não conseguiam ser metade do que podiam. Havia amor, era inegável, se via ao longe as chamas da paixão do jovem casal, o problema era quando o fogo tomava conta.

E o que era para ser uma fogueira se transformava em um incêndio

— Me dê uma única sugestão, uma única sugestão de controle de um assassino e eu sigo você. Sigo até os confins da terra, mas me diga a porra de uma saída que pare a vontade de matar.

Todos na sala sabiam que não havia saída. A família Uchiha não era movida por motivos ou traumas, e sim pela sede. A pura e genuína vontade de acabar com vidas alheias. Uns atribuíam proposito a suas mortes e outros apenas a faziam por diversão, e esse era o medo de Tajime, que seu filho mais velho matasse por diversão.

O corpo do homem, empalado em uma tora de madeira, era assombroso demais para ter sido feito por um garoto de catorze anos. Vil, maldoso, torturante, e se isso fosse provocado pela pura diversão, o mundo não estaria em boas mãos.

Pervert DáliaOnde histórias criam vida. Descubra agora