Capítulo 09: Compulsivo.

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... brilhava diante dele uma adaga em uma bainha de couro escuro.  Harry desembainhou cuidadosamente a arma e ergueu-a contra a luz para ver o serrilhado sutil em sua ponta perversa.  Quando ele a inclinou dessa maneira, ele pôde ver uma pequena cobra na parte plana da lâmina.

Não houve nenhuma nota.

Harry não precisava de um.


***






Harry escondeu a adaga embainhada no saco com cordão debaixo do travesseiro, ao lado da faca, e ficou acordado na cama por horas depois, sem conseguir dormir.

Foi como se um peso tivesse caído em seu estômago no momento em que reconheceu o remetente do... presente.  Não havia dúvida de como Voldemort sabia do hobby duvidoso de Harry;  obviamente, Lucius havia contado a ele sobre o confronto no Ministério.  Com isso em mente, ele realmente não conseguia entender por que Voldemort estava lhe dando um presente - se Harry deveria considerá-lo um presente, e não uma ameaça.

Manter isso só fazia sentido.  Harry não sabia mais o que fazer com isso;  só que examinar o fio afiado e cruel da lâmina e imaginar o que ela poderia fazer fez com que sua respiração ficasse rápida e quente, ainda mais do que as fantasias em torno de sua faca original, mais cega.  E daí se fosse de Voldemort, realmente?  A adaga pertencia a ele agora, e era perfeita, ele sabia, atravessaria a carne como se fosse manteiga, e o sangue se espalharia quente, pegajoso e salgado-metálico-doce por todo ele...

Harry ouviu um barulho baixo e percebeu que vinha de sua própria boca.  Ele puxou o lençol sobre a cabeça, virando-se de bruços para poder se enfiar no colchão.  O movimento empurrou seu travesseiro para o lado, revelando a faca e a adaga embaixo: duas oportunidades, agora, ambas repletas de promessas sombrias.

Ele puxou o travesseiro sobre eles, fechando os olhos e imaginando outra coisa, algo mais específico: o confronto com Lucius Malfoy, repetindo em seus pensamentos esta noite como havia acontecido tantas noites antes.  Se eu cortasse sua garganta, Lucius, você sangraria tanto quanto acha que deveria?

Se ele cortasse a garganta...

-uma grande gota vermelha como uma fonte, espirrando em seu rosto, quente o suficiente para formar vapor no ar frio, o sabor tão perfeito em seus lábios-

"Ah," Harry se cerrou, babando encharcando seu travesseiro onde ele o roeu para abafar sua voz-

pendurando o corpo no teto com a garganta cortada para deixar o sangue escorrer como um chuveiro para a banheira, onde ele ficou nu por baixo-

Ao voltar do orgasmo, Harry ofegou contra a fronha e se perguntou o que faria a respeito de tudo isso quando o período letivo recomeçasse em Hogwarts.  A escola tinha uma regra contra facas?  Ele poderia entrar furtivamente como fez no Ministério, sem ser pego?

Talvez Sirius soubesse.

As listas de livros chegaram pela manhã, pouco antes do almoço, e a discussão que se seguiu sobre o material escolar lembrou Harry da pergunta da noite anterior.  "Nunca ouvi falar de Slinkhard," Sirius comentou depreciativamente, lendo a lista de livros de Harry por cima do ombro.

"Que livro você tinha para Defesa do quinto ano?"  Hermione se perguntou.

Sirius encostou-se nas costas da cadeira de Harry por um longo momento, pensando nisso, antes de encolher os ombros e suspirar.  "Droga. Os dementadores ficaram com a maior parte daquele ano, eu realmente não sei dizer. Vou tentar lembrar mais tarde?"

Às vezes Harry esquecia que seu padrinho havia passado longos anos em Azkaban, e então se lembrava.  (Seu hobby o colocaria em Azkaban? Certamente não, ele não tinha feito nada ilegal...) Ele estremeceu, mudando de assunto.  "Você acha que podemos ir até Diagon pegar nossas coisas escolares?"

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