Em todo universo | jikook

Capítulo 5 - Lilium

"Tudo isso não é uma coincidência. Apenas através dos meus sentimentos, o mundo inteiro ficou diferente do que era ontem...quando você me chamou, eu me tornei sua flor...Como se nós estivéssemos esperando por isso...Talvez seja uma providência do universo. Você sou eu, e eu sou você".
- Serendipity, Jimin.

🌌🐈‍⬛

- Lírio, você me mata de preocupação.

Jimin e Jungkook eram exatos como uma equação matemática.

A princípio, não precisou muito para que os dois fossem inseparáveis. Afinal, eram o que eram... duas metades de uma única coisa.

Jimin entrou na Universidade de Seul com apenas 17 anos de idade. Seu verdadeiro sonho era se tornar um bailarino profissional. Entretanto, no leito de morte de seu pai, Park Jihoon, o velho o fez prometer que seria um cirurgião, assim como ele - e como seu avô, seu bisavô e talvez até seu escanchavô. Foi assim que a ideia de se formar em dança foi por água abaixo. Mas, de alguma forma, ele não se arrependia do rumo que sua vida tomou. Apesar da rotina cansativa que levava como médico, tinha se formado com louvor aos 23 anos e, posteriormente, engatado na residência que o concedeu o título de cirurgião cardiologista. Mas, do que realmente não se arrependia era de ter ingressado na Universidade de Seul, afinal, foi ali que ele conheceu Jeon Jungkook, seu próprio e infinito universo.

Foi fácil se encantar pelo garoto de cabelos negros e olhos grandes. Bastou visitar o centro de treinamentos umas duas ou três vezes e já tinham trocado número de celular. Naquela época, Jeon não tinha ideia que gostava de garotos. Mas ele não foi muito relutante a ideia de gostar de Park Jimin. Na mente de Jungkook, na verdade, todo mundo era apaixonado secretamente pelo loiro.
Os dois tiveram um namoro bem comum, como o de tantos outros jovens universitários. Quer dizer, não tão comum assim se contarmos com o fato do mais novo ter sido efetivado como atacante do Suwon Samsung Bluewings, time oficial coreano, em seu segundo ano de graduando. Claro, com a vida de jogador de futebol profissional, Jungkook teve que fazer mais da metade de seu curso de forma remota, mas nem todas as viagens e treinos excessivos fizeram o garoto se afastar de Jimin, seu eterno namorado.

Completamente apaixonados, foi assim que, em algum período depois, os dois se casaram em Busan, sua cidade natal. A cerimônia foi exatamente como Jimin planejou, cheia de flores brancas e com um bom violinista que agradou os convidados por toda a celebração. Assim como tudo se encaixava tão bem para eles ao longo do tempo, não demorou muito para que encontrassem um orfanato e, uns meses de processo depois, Haewon e seu pequeno irmão, ainda sem nome, estavam sentados no banco de trás da caminhonete dos Jeon, segundo o rumo como uma nova família.

Quando chegaram na - também nova - casa, tudo parecia se encaixar perfeitamente bem, a não ser por Jungkook que ainda chamou o filho de "menino sem nome" por uns bons dias até o marido ameaçá-lo com um cabo de vassoura. Foi aí que batizaram: Hajun, que significa grandioso. Para combinar com o amor que construíram e nutriam entre si e pelas crianças.

Jeon Hajun e Jeon Haewon pareciam bons nomes e Jimin estava muito orgulhoso de sua pequena e doce família. Cada dia que passava se sentia mais realizado, ficará ainda mais orgulhoso quando escreveu "Jeon Haewon" em aproximadamente umas 500 etiquetas adesivas para o primeiro material escolar da filha. Claro, Jungkook chorou no primeiro dia de aula dela e - em breve - choraria no do caçula também.

Apesar de não ser desesperadamente apaixonado pelo trabalho que tinha, Jimin achava que o universo tinha o agraciado. Ele vivia uma vida dos sonhos e creditava muito disso ao seu marido. Afinal, se Jungkook não tivesse se declarado em uma pacata tarde de segunda-feira, ele não poderia viver nada disso.