𝙵𝚒𝚛𝚜𝚝 𝚕𝚘𝚟𝚎 • 𝙲𝚊𝚛𝚕 𝙶𝚊𝚕𝚕𝚊𝚐𝚑𝚎𝚛

➼ Capítulo 13

Nos últimos seis meses, muita coisa mudou na minha vida. Foi naquele casamento, quando o irmão do Carl se casou, que tudo começou a mudar. Naquele dia, admiti meus sentimentos por ele, e para minha surpresa, ele também sentia o mesmo. Foi como se um novo capítulo se abrisse diante de nós.

Mas então, apenas um mês depois, meus pais insistiram para que eu continuasse meus estudos e começasse a faculdade de enfermagem. Eles sempre foram firmes quanto à importância da educação, então, mesmo relutante, aceitei. O pai se mudou para uma nova residência, e a faculdade ficava próxima, o que facilitava minha vida, mas ainda assim, ajudá-lo com a mudança me fez ficar ausente de Illinois por algumas semanas.

Foi um período bem corrido. Enquanto ajudava meu pai com as mudanças, carregando caixas pesadas e organizando móveis, também precisava encontrar tempo para estudar para as provas finais do semestre na faculdade. Aquelas semanas pareciam voar, e eu me sentia constantemente dividida entre duas responsabilidades importantes.

Enquanto isso, Carl estava em Illinois, treinando para se tornar um policial. Apesar da distância, mantínhamos contato regularmente por telefone e mensagens, compartilhando os nosso dia um para o outro. Ele me dizia sobre ir para o tribunal e que mal podia esperar esse para que esse dia chegasse.

Ele estava prestes a testemunhar contra o trabalho ilegal dos coletores de lixo, algo que ele havia descoberto enquanto trabalhava como agente duplo.

Enquanto eu me esforçava para equilibrar minhas obrigações e meus estudos, também sentia ansiosa pelo que Carl aguardava. Mesmo assim, estávamos apoiando um ao outro da melhor maneira possível.

Entre esses cinco meses tumultuados, houve um momento de surpresa e nostalgia quando me reencontrei com um amigo do passado, Antony. Nós nos conhecíamos desde a infância, éramos praticamente inseparáveis no colégio, mas como muitas amizades, nos afastamos após a formatura.

O reencontro foi inesperado, aconteceu na universidade de Chicago. Descobri que ele também estava estudando lá e inclusive ficava nos dormitórios. Antony mora no antigo bairro onde meu pai costumava morar antes de se mudar. Ele vai para casa de seus pais aos fins de semana.

Ao nos reencontrarmos, foi como se o tempo não tivesse passado. Rimos das nossas velhas piadas, relembramos das aventuras de infância e falamos das nossas experiências desde que nos separamos. Antony ainda era o mesmo amigo de sempre, e eu estava grata por termos a oportunidade de retomar nossa amizade.

Quase todos os dias, após as aulas, eu e Antony nos encontrávamos para lanchar ou apenas passar um tempo juntos. Era reconfortante ter essa rotina, especialmente considerando a correria da faculdade e das mudanças em minha vida.

Meu pai, por outro lado, continuava trabalhando intensamente, mesmo após a mudança. Muitas vezes, ele passava o dia inteiro fora de casa, às vezes até mesmo ficava 24 horas no trabalho.

Antony era meu confidente nessa nova fase da minha vida. Ele sabia sobre mim e Carl, e mesmo que achasse que Carl estava "enrolando" por não me pedir em namoro oficialmente, ele me apoiava. Respondi que, para mim, já era oficial, mas que estava disposta a esperar pelo pedido de Carl. Decidi não contar a Carl sobre essa conversa, pois queria evitar qualquer mal entendido ou pressão desnecessária em nosso relacionamento.

Se passaram três semanas desde que vi Carl pela última vez. Durante esse tempo, me concentrei nos estudos e fiz a prova do final de semestre, ansiosa pelo resultado das minhas notas. Enquanto aguardava, aproveitei o final de semana para viajar para Illinois. Decidi ficar mais três dias, já que a universidade concedeu uma folga adicional para os estudantes. Era uma oportunidade para relaxar um pouco e aproveitar o tempo com minha família e amigos.