Capítulo 1

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Minha história _Especial Patrick_ Cap 1


Oi, gente, estou de volta trazendo para vocês o spin off da série BSV, com a visão do Patrick. Esse é um especial que terá poucos capítulos. Espero que gostem.

Obs: O outro não será abandonado. Também estou escrevendo e a história será concluída. Boa leitura


Eu era apenas um menininho assustado, encolhido dentro do guarda-roupa chorando, quando ouvi pela primeira vez o meu pai agredir a minha mãe.
Era uma noite fria e chuvosa, quando ele chegou embriagado gritando o nome dela com a voz raivosa. Seus gritos eram mais assustadores que os trovões da tempestade, que caia la fora.
Assustada, ela me pôs no colo, colocando dentro do guarda-roupa para que a fúria do meu pai não caísse sobre mim.
_ Xuuuu! Faça silêncio e não deixe que seu pai saiba que você está aí._ minha mãe pedia assustada.
Os gritos da minha mãe se misturavam com os sons das pancadas. Eu chorava muito abraçado com o meu ursinho, sentindo muito medo.
Afetos e amor eram escassos na minha casa, o lugar que nunca poderia ser chamado de lar. O meu pai é uma figura fria, violenta e medonha. Para os amigos é o Paulinho, prestativo e divertido nas rodadas de cerveja dos botecos. Em casa era um homem rude.
Minha mãe fazia o que podia. Sempre me dava amor, carinho e tentava cobrir os maus tratos do meu pai.
Ela era tudo para mim. Não tenho uma lembrança nítida do seu rosto. Mas lembro de sua silhueta, os seus longos cabelos ruivos  e o seu cheiro de amaciante. Não lembro do gosto da sua comida, mas lembro que gostava dela. Era tão saborosa!
Eu não tinha nem onze anos quando ela partiu. Deus foi misericordioso com o seu sofrimento e a colheu como se faz com uma bela flor.
Há alguns anos, a minha mãe enfrentava uma luta contra a leucemia e a depressão pelos maus tratos do meu pai. Foi triste a sua partida. Perdi o meu chão e me vi só no mundo, sendo apenas um menino.
Não demorou muito para que outra mulher ocupasse o lugar da minha mãe em sua cama. Em menos de uma semana,  sua amante Soraya estava vivendo na nossa casa, usando os vestidos que fora de minha mãe. Pelo que me lembro foram poucos selecionados. Segundo Soraya, a falecida Alice tinha péssimo gosto para a moda. Eu odiava quando se referiam a minha mãe como falecida. Para mim, ela ainda estava viva. Não no nosso plano, mas no espiritual, ao lado do nosso senhor Jesus Cristo e a Virgem Maria.
Para sobreviver, tive que aprender a me virar muito cedo. A minha madrasta era uma péssima dona de casa e cozinheira.
Só lavava as roupas do meu pai e eu odiava andar sujo. Por isso, aprendi a lavar e coser  as minhas próprias roupas. Ela viu em mim um servo e me colocava para cumprir as suas obrigações domésticas. Eu cuidava da casa, limpando e cozinhando. Apesar dos pesares, me saí bem.
Com tudo isso, adquiri uma certa independência e não passaria fome caso não houvesse alguém que não cozinhasse para mim.
O que me consolava, em meio tudo aquilo,  era o fato de que eu iria crescer e construir a minha própria família. Eu acreditava que comigo seria diferente. Eu encontraria um grande amor e não sofreria como a minha mãe sofreu. Seria para ele um príncipe encantado, assim como ele seria para mim.
Desde cedo busquei pela minha felicidade. Primeiro, investi na minha independência financeira. Comecei a trabalhar cedo numa vendinha perto de casa e em vários lugares ao longo da minha adolescência.
Mas, eu sabia que não era o suficiente. Se eu quisesse sair daquela casa e me vê livre do meu pai e da minha madrasta, eu precisava ter um bom salário, e isso seria resultado de muito esforço. Eu vi nos estudos uma porta para essa tão sonhada independência financeira.
Dediquei-me ao máximo que pude para ingressar numa faculdade. Como tinha que conciliar trabalho como garçom num bar na Lapa, que arrancava o meu couro,  e os  estudos do cursinho pré-vestibular, eu não conseguia me dedicar como eu deveria. Acabei sendo reprovado algumas vezes, só obtendo a aprovação com vinte três anos.
Consegui uma bolsa integral para o curso de publicidade e propaganda.
Eu fiquei tão feliz com a notícia, que cheguei em casa irradiando alegria! Sem pensar, contei para a minha família na esperança de obter um abraço e um pouco de elogios. Queria que o meu pai tivesse um pouco de orgulho de mim.
_ Hum! Perda de tempo! Se fosse inteligente, teria feito medicina, direito ou engenharia, seria um doutor. Vai ser mais um idiota com diploma pendurado da parede e um monte de dividas para pagar.
As palavras do meu pai eram tão cruéis, que acabaram com qualquer resigno de alegria que eu poderia sentir. Contivi-me para não chorar na sua presença. Caso isso acontecesse, ele teria um ataque de fúria e me agrediria dizendo que homem não chora, que isso é coisa de veadinho.
A Soraya me tratou com desprezo. Como se tudo ligado a mim fosse algo sem valor.

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⏰ Última atualização: Jun 14 ⏰

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