𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟏𝟎 - Despedida?

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A noite se desenrolava com uma serenidade reconfortante, enquanto o brasileiro, sentado em um banco de madeira no jardim, contemplava a lua cheia. Seus cabelos cacheados, recentemente liberados de seus dreadlocks, caíam em cascata sobre os ombros, capturando a suavidade da luz lunar. Apesar de estar com o tornozelo ainda enfaixado, sua autoestima parecia ter sido renovada após a mudança de visual, embora ele murmurasse ocasionalmente sobre sua aparência, se considerando desajeitado.

No entanto, sua inquietação logo foi interrompida pela aproximação do russo, que arrastava consigo o suporte do soro que ainda necessitava. Seu rosto e perna esquerda estavam adornados com curativos, testemunhando as batalhas que enfrentara. Apesar das marcas visíveis de seus desafios, havia uma determinação firme em seus olhos, indicando uma resiliência inabalável diante das adversidades.

Ao se aproximarem um do outro, um breve sorriso se formou nos lábios do brasileiro, expressando gratidão pela presença do russo. Não era necessário dizer muito; a tranquilidade da noite e a presença um do outro bastavam para preencher o silêncio com uma conexão profunda e reconfortante. Juntos, eles compartilharam o momento, encontrando conforto na simplicidade de estarem juntos, sob o brilho suave da lua.

Sob o brilho suave da lua, o brasileiro e o russo desfrutavam de uma conversa leve e descomplicada, como dois amigos compartilhando momentos preciosos de tranquilidade. Enquanto trocavam histórias e risadas, o russo pareceu ficar pensativo por um momento, interrompendo o fluxo da conversa com um pedido de desculpas pelo incidente da festa.

O brasileiro prontamente acenou com a cabeça, expressando compreensão e tranquilizando o russo de que não havia ressentimentos. Em um gesto de amizade sincera, ele rapidamente desviou o assunto, mergulhando em uma curiosidade inocente sobre a origem do vigor físico e da imponente estatura do russo.

O russo soltou uma risada suave, um som que parecia iluminar a noite com calor e camaradagem. Com um sorriso brincalhão, ele explicou que sua altura impressionante era principalmente uma questão de genética, mas não hesitou em mencionar o esforço dedicado que ele mesmo investira desde a infância para aprimorar suas habilidades físicas.

Enquanto as palavras fluíam entre os dois amigos, a noite se tornava um palco para uma conexão genuína e profunda, onde as diferenças eram celebradas e os laços de amizade se fortaleciam. Sob a luz da lua, o brasileiro e o russo compartilhavam momentos preciosos de camaradagem e compreensão mútua, uma trégua bem-vinda em meio às adversidades da vida.

O russo, observando atentamente o brasileiro que mexia em seus cabelos cacheados, rompeu o silêncio com um elogio sincero à sua aparência versátil, reconhecendo a beleza tanto nos cachos quanto estavam nos dreads. O brasileiro, acolhendo o gesto de apreciação, retribuiu com um sorriso contido, prestes a expressar sua gratidão quando uma voz imponente e madura ecoou no ambiente, rompendo a paz momentânea.

A atmosfera mudou instantaneamente. O russo, perturbado, virou-se para trás como se pressentisse uma ameaça iminente se aproximando. Seu semblante, antes sereno, tornou-se tenso e sombrio. Erguendo-se do banco com uma agilidade surpreendente, ele encarou o intruso com uma mistura de surpresa e apreensão, como se estivesse diante de um enigma a ser decifrado. O homem desconhecido, de estatura imponente e presença marcante, exibia uma semelhança inquietante com o russo, exceto pelo tom sombrio de seus cabelos negros, que contrastava com a aura misteriosa que o envolvia.

O russo, visivelmente perturbado pela presença do homem que exalava autoridade e mistério, viu-se incapaz de articular suas palavras diante daquele espectro do passado. Uma sombra do passado que pairava sobre ele. A voz trêmula e os lábios trêmulos revelavam a tensão que dominava seus pensamentos, enquanto ele se esforçava para pronunciar as palavras que reconheciam aquele homem como seu pai. No entanto, antes que pudesse concluir sua frase, o outro homem, cuja presença era suficiente para gelar o ambiente, interrompeu-o com uma correção fria e incisiva, exigindo que ele o chamasse de URSS.

𝐁𝐫𝐚𝐯𝐞 𝐉𝐨𝐮𝐫𝐧𝐞𝐲 - (BRASIL x RUSSIA) Onde histórias criam vida. Descubra agora