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𝐌𝐄𝐋𝐈𝐒𝐒𝐀

Acordei com o Sol na minha cara, que inferno! Me levanto com aquela cara e com meus cabelos para cima, nunca agradeci tanto pela minha faculdade dar folga nas sextas. Vou em direção ao banheiro e lavo o rosto, decidi fazer uma maquiagem básica pra ir ao jogo de hoje, faz 2 dias que eu passei o maior mico na CT do Corinthians! Bom, tenho que me preparar para o majestoso.

- Licença, Melissa! - meu pai entra com uma cara de dar enjoou, ele está puto com algo - Vim no seu quarto porque sua madrasta me disse que você estava acusando sua meia irmã de ter roubado suas roupas, é sério isso?

- Que? Obvio que não, a Gabi pegou uma blusa minha e eu perguntei pra Betina se ela havia pegado emprestado!

- Olha só garota, você só me dá trabalho! Porque não se muda com seu irmãozinho que é outro imprestável e me deixa em paz com meu marido e minha filha, até porque essa casa era uma paz até a mesquinha da tua mãe morrer e você ter que vir morar conosco! - minha madrasta entra fazendo o maior tumulto, ah, eu não vou chorar por causa dessa mulher, ela não merece minhas lagrimas

- PAI? - olho indignada para o homem que apenas me encarava sem palavras, acho que ele mesmo quer que eu saia daqui... - Sério mesmo que prefere ficar com uma mulher grossa e uma criança mimada que ainda é fruto de traição do que ficar com sua própria filha de sangue? Nossa, que paizão em? Saiam os dois do meu quarto, agora.

Assim que os dois se retiram eu começo a arrumar minhas coisas, mas eu não consigo me conter e apenas lacrimejo um pouco, ela falou da minha mãe, essa puta! 

Saio de meu quarto com algumas malas ignorando os passos que me seguiam a casa inteira.

- Isso mesmo, vai embora logo, está fazendo um favor e tanto para nós! - Betina continua a me provocar até a porta - Mas bom mesmo seria se você morresse igual sua mãe!

- OLHA AQUI SUA PIRANHA METIDA A LOIRA, VOCÊ TIRA O NOME DA MINHA MÃE DA PORRA DA SUA BOCA! QUEM VOCÊ PENSA QUE É PRA FALAR ASSIM DELA? ELA É TRINTA VEZES MAIS BONITA E GENTIL QUE VOCÊ SUA VACA! - digo e viro pra que eles não possam me ver chorar, meu deus, já tava na hora de eu sair daqui mesmo...

Abro a porta e percebo que é a hora em que as coisas só pioram, o Pedro estava logo na frente da porta e eu tenho certeza de que ele havia escutado tudo.

- Pedro... - digo baixo e o garoto abaixa a cabeça parecendo irritado

- Vamos logo antes que eu voe naquela baranga Melissa. - o garoto me puxa e entra no carro - Ai, bora comigo pro treino

- Pode ser, mas antes a gente deixa as coisas no seu A.P né? - sento no banco relaxando por saber que nunca mais vou ter que conviver com meu pai e a esposa chata dele

- Aham, é bem longe daqui, pode por uma música ou sei lá, dormir talvez. - o mais velho olhou para o GPS para checar a distância e tempo do trajeto mais uma vez. Arqueou as sobrancelhas e olhou surpreso para o painel - Olha só... o tempo diminuiu pra 27 minutos! Mas agora ele nos mandou por um caminho diferente, bom, 25 minutos de diferença, só lucro.

52 MINUTOS!? POR QUE ELE MORA TÃO LONGE DAQUI?

- Por que tu mora tão longe daqui? - olho pra ele desconfiada

- Não é óbvio tonhona? Eu tenho que morar perto da CT e do estádio ao mesmo tempo! - respondeu e deu um peteleco na minha testa - Aí, se nós ganharmos, vai ter uma festa na casa do Fagner beleza?

Olho para ele e reviro os olhos humorada.

- Vou poder encher o saco do Henrique a vontade! - digo e faço uma cara sapeca e maléfica ao mesmo tempo

- O pobre do menino Melissa! Dorme aí que é melhor, a rota aumentou o tempo pra 33 minutos. - dou de ombros e me escoro na janela enquanto observava o chuvisco lá fora, coloco um The Weekend e meus olhos começam a pesar de leve

[...]

Sinto alguém me chacoalhar várias vezes e acordo vendo meu irmão rindo, possivelmente pela forma em que eu estava sentada parecendo um sapo.

- Ãn? Chegamos? - o garoto fez que sim e eu desci pegando minhas malas - Só quer mamão só quer mel, acha que é fácil achar corinthiana fiel? - o sono estava me causando essa loucura indesejada...

- Idiota. Entra logo e se arruma rápido. - disse me apressando e eu assenti

Entro e vou pro quarto colocar um short de academia e uma camisa do Corinthians, roupa simples mesmo.

- Acabei. - dou um tapa no meio de suas costas - Bora logo, vamo vamo.

Entro no carro novamente e sei que agora o tempo é menor para a chegada ao estádio, então não me preocupei em dormir e nem nada.

[...]

- Uau, o caminho do estádio é maior do que eu pensei sabia? - olho para fora enquanto o carro passa em direção ao estacionamento dos jogadores

- Que nada, você se acostuma, pode descer aqui, eu vou entrar lá dentro com o carro e já venho. - disse parando em frente a um pontinho que parecia vagamente com um ponto de ônibus. Talvez era ali que os ônibus de jogador param quando tem que buscar eles e levar para o local dos jogos.

Desço e me sento em um banquinho esperando a volta de meu irmão, olho no relógio e vejo que faltam apenas 3 horas para o início do jogo do majestoso e bom, provavelmente todos os jogadores do São Paulo já chegaram...

Meu irmão corre até mim e nós já começamos a ir até o vestiário dele.

- E ai família, salve. - Pedro bateu na mão de vários homens que eu sinceramente devo saber o nome de 5 -na verdade eu sei o nome de todos, só não sei quem é quem-

- Melissinha! Quanto tempo! Sabia que nós vamos assistir o jogo no mesmo camarote? - Henrique se aproxima com uma cara safada

- Não me enche Lemos, se eu perder a cabeça você vai literalmente perder a cabeça. - reviro os olhos e o garoto ri debochando

Pego meu celular e tiro uma foto junto a Henrique, e logo já subimos para o camarote enquanto o jogo começa.

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𝒯rês toques na porta - Wesley TeixeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora