Fantasmas do passado - Parte 2

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- Você tem 10 minutos para falar. - Ele disse secamente, olhando para Hyewon.

- O que? - Ela ia contestar.

- Não gaste seu tempo atoa. - Ele aconselhou.

Ela elevou as mãos em rendição.

- Certo! Certo... Ao menos se sente. - Ela apontou para o sofá. Taeho sentou-se.

- Fale...

- Há alguns dias tenho recebido e-mails contendo ameaças. A princípio, meu gabinete achou que pudessem ser spam ou algum grupo de hackers desocupados. Mas, este último e-mail me assustou... Achei revelador demais. Leia...

Ela lhe entregou o papel. Taeho abriu a folha e leu. 

"Querida Hyewon,
Então quer dizer que você prosperou na vida e agora é uma deputada respeitável? Parabéns! Realmente, você conseguiu.

De fato, o cargo de político é sua cara, pois você é a personificação da dissimulação e mentira. Ninguém poderia ser melhor indicado.

Entretanto, não acho justo você seguir rumo a ascensão sem pagar pelos seus velhos pecados... Com isso, já adianto que você deve recuar e desistir da candidatura ao senado. Faça isso ou irei revelar certas fotos comprometedoras que seguem em anexo. "

Taeho olhou para Hyewon e de volta ao papel.

- Quem estaria te ameaçando assim? Um concorrente ao senado?

- Não sei... - ela disse, pegando outro envelope da bolsa.

- De quais fotos este e-mail esta falando?

- Ele anexou essas fotos daqui. - Ela disse, lhe entregando o envelope. Eram as fotos deles se beijando anos atrás.

Taeho pegou o envelope e preguejou ao ver as imagens.

- Porcaria! Merda! Essas fotos irão me perseguir para sempre? - Ele estava irritado consigo mesmo, vendo as imagens de anos atrás. Dele fazendo a maior burrice de sua vida e desencadeando uma tempestade de horrores, que culminaram em tragédias. - Quem teria acesso a isso? Só Inha e In-joo sabiam dessas fotos e eles estão mortos. Então, quem mais saberia disso?

- Eu não sei... eu não sei... Por isso estou assustada. Será que outra pessoa sabia e agora quer nos ameaçar?

Taeho entregou o e-mail e as fotos para Hyewon, aquelas imagens sempre o deixavam adoecido de remorso.

- Me mande os e-mails com as ameaças, os anexos, tudo o que tiver. Vou investigar isso...

Hyewon fez uma cara de alívio.

- Ah! Que bom... - Ela falou, se aproximando dele. - Eu sabia que você ia resolver isso.

Taeho se afastou dela, sentindo-se nauseado.

- Hyewon, não importa o que aconteça. Nunca mais me procure desta forma. Não venha a minha casa tarde da noite. Eu não irei te atender mais. Entendeu? Se quiser falar comigo, marque uma hora com meu secretário.

Hyewon ficou pálida, sem acreditar no que ouvia.

- Mas... E nossa antiga amizade? Nossos momentos de tomar uma cerveja juntos e conversar?

- Isso está no passado. Há meses não fazemos isso e era para ter sido assim desde sempre.

- Isso é traição.

- Não! Não é! Já paguei caro por ter te beijado naquela noite, paguei com juros, quase que com minha própria vida. Já também te retribui seu auxílio em me tirar da cadeia anos atrás. Então, essa dívida também está paga. Sendo assim, resta apenas seguirmos como colegas que se respeitam... Nada mais. - Ele finalizou.

- Por que isso agora?

- Isso era para ter ocorrido sempre. Mas, eu fui um estúpido. Mas, agora eu tenho algo que preciso cuidar. Algo valioso demais para colocar em risco.

- Cuidar? E o que seria isso?

Taeho suspirou. Ele não queria falar de sua vida pessoal a Hyewon. Afinal, eles não eram nada um do outro. Mas, ele respondeu mesmo assim.

- Huiju. Ela e eu estamos juntos. Eu a amo. - Ele disse, sentindo a doçura da palavra amor em seus lábios. - Eu a amo, e não vou magoá-la mais.

- Ela te pediu isso? - Hyewon nunca sentiu tanto ódio.

- Não! Ela não me pediu, mas faço isso por ela e também por mim... - Ele disse. - Agora tenho que ir. Minha namorada está me esperando.

Ele partiu. Sem olhar para trás, sem se despedir. Sentindo um alívio indescritível ao colocar uma pedra final em todo aquele drama com aquela mulher.

...

Taeho voltou para o apartamento apenas para encontrá-lo vazio.

- Huiju-ah... - Ele a chamou em vão. Ela não estava mais ali.

Ele ligou para ela várias vezes, enquanto dirigia a caminho de Bisunjae.

Huiju não atendeu as ligações.

...

Huiju se atirou sobre a cama de seu quarto e colocou os travesseiros sobre as orelhas. O telefone seguia vibrando. Ela silenciou o alarme e a vibração.

As mensagens de Taeho iluminavam a tela do celular.

"Huiju, atenda o telefone, me deixe explicar as coisas..."

10 minutos depois

"Você disse que iria me esperar. Que iria me ouvir.

15 minutos depois

"Huiju, cheguei em sua casa. Venha aqui na sala me atender ou irei até seu quarto... Seu pai não vai gostar disso e terei que revelar que sou seu namorado em circunstâncias que não serão as que você planejou."

...

Taeho esperou na sala. Ele pediu para a empregada ir chamá-la no quarto. A mulher voltou com notícias não tão boas.

- A senhorita está descansado. Disse que é para o senhor ir embora. Falará com você em outro momento.

Taeho passou as mãos pelos cabelos e respirou fundo.

Era quase meia noite.

O pai de Huiju apareceu na sala.

- Han Taeho, você aqui em Bisunjae a essa hora! Aconteceu alguma coisa? - Jung-mo perguntou.

- Senhor, lamento o horário e o inconveniente, mas preciso falar com sua filha.

- Ah! Eu achei que ela tinha saído... Não a vi retornar. - Jung-mo comentou, ainda confuso com a história.

- Senhor, vou precisar ir até o quarto dela.

- O que? - Jung-mo não entendeu, mas sorriu. - Não é melhor ela descer até aqui?

- Ela não vai descer. Depois explicarei melhor a situação. Com licença. - Taeho fez uma curta reverência e subiu as escadas, sem nem esperar a autorização. Ele estava agindo por puro instinto, toda a sua racionalidade se liquefez.

Jung-mo sentou-se no sofá e suspirou. "Pelo visto eles estão juntos, mas ainda ficam como gato e rato." Pensou Jung-mo, se espreguiçando no sofá. "Vou esperar e ver se colho alguma informação."

...








O Herdeiro Impossível - Fall in loveOnde histórias criam vida. Descubra agora