Capítulo 7 - O sujeito da gravadora.

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Rosalya.

Gustav me convidou para ir com a banda até o estúdio aonde eles gravariam seu próximo álbum. 

Embora eu não tenha exteriorizado isso, eu estava empolgada a ponto de sentir meu coração martelando forte em meu peito.

A ideia de finalmente conhecer um estúdio de verdade aquecia meu coração e me fazia sentir algo único.

Uma esperança.

Um clamor.

Uma súplica.

Era como dar um passo à frente no meu objetivo. O primeiro passo.

Um pouco distante de mim, Tom e Georg afinavam seus instrumentos enquanto conversavam de forma descontraída. Gustav estava ocupado limpando sua bateria e Bill tinha seu físico despreocupado esparramado no sofá. Seus olhos estavam fechados e sua respiração era vagarosa.

Com uma feição curiosa, me aproximei do último citado.

— Você não tem nada pra fazer? — Minha voz tinha um misto de confusão e indignação.

Com sua calma inabalável, Bill abriu seus olhos devagar, franzindo o cenho assim que a luz entrou em contato com a sua visão. Ele carregava uma expressão parecida com a minha, nitidificando que não havia entendido minha pergunta.

— Você não aquece a voz antes de cantar? — Reformulei a pergunta.

Bill negou com a cabeça em resposta e eu pisquei algumas vezes como se estivesse vendo um bicho de sete cabeças na minha frente.

Por que ele tinha que ser assim? Ele realmente não podia nem fazer um mínimo esforço para fingir que lutou para conquistar sua fama?

Quando eu penso que estou simpatizando com Bill, ele tem a capacidade de me lembrar o porquê de eu não suportar sua presença.

Balancei a cabeça para afastar o emo de meus pensamentos e voltei a me sentar no outro sofá que havia ali e esperei até que o ensaio deles começasse, o que não demorou para acontecer.

Eles começaram com Monsoon. Eu gostava da música, mas preferia Durch den monsun. Essa tinha o meu coração.

Logo após, os meninos seguiram cantando músicas já existentes, até que chegaram nas do álbum novo, que teria o nome de Humanoid.

A música Human Connect to Human estava inclusa.

Eu particularmente não gostava tanto dessa música, até o instante em que ouvi Bill cantando ela pessoalmente. Não sei se essa mudança de opinião ocorreu por conta da sua voz rouca e graciosa, ou se a culpa disso era dos seus olhos castanhos que me encaravam de forma possessiva enquanto seus lábios ditavam a letra. Minha única certeza era que algo mudou dentro de mim naquele dia.

Depois de alguns minutos, eles pararam de tocar e tiveram uma conversa rápida entre si. Ao notar olhares indiscretos na minha direção, me remexi no sofá de forma desconfortável e limpei a garganta.

Gustav reparou meu incômodo e pediu para que eu me aproximasse. Eu o fiz sem questionar.

— Você se importaria de cantar pra eles? — Meu primo cochichou para que apenas eu ouvisse. — Eu comentei que você sabe cantar e Bill ficou curioso.

— Aqui e agora? — Resmunguei olhando o nosso redor. Meu olhar parou no produtor dos garotos que estava do outro lado da sala. Seria uma oportunidade perfeita de chamar sua atenção. — Tá bom.

— Ela aceitou? — Ouvi Bill perguntar a Gustav assim que eu me afastei.

Timidamente, me sentei na cadeira que ficava de frente para o microfone. Tom sentou perto de mim com um violão em mãos e os garotos voltaram sua atenção para nós. Pelo visto, eu teria direito até a um instrumental.

I hate everything about you - Bill KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora